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ElsoElso

Elso Onofre da Silva começou a trabalhar no IOC ainda adolescente, em 1950, ano do cinquentenário do Instituto. Atuou durante 25 anos no extinto Laboratório de Soros e Toxóides, chefiado por Oswaldo Cruz Filho. Elso, que não imaginava que ficaria tanto tempo no IOC, observa as mudanças ocorridas e se sente bem por ainda poder ‘ser útil’, como gosta de dizer. Hoje, ele trabalha como técnico no Laboratório de Enterobactérias.

“Entrei no IOC em março de 1950, com 15 anos. No início, trabalhei no Gabinete de Envasamento. Este setor, que não existe mais, era o responsável pelo envasamento de soros e vacinas. Era um serviço de laboratório, mas um dos mais simples, bastava ter uma mínima noção para fazer. Fiquei lá até 1953, quando fui servir ao Exército. Quando voltei, fui trabalhar no Laboratório de Soros e Toxóides, chefiado por Dr. Oswaldo Cruz Filho, com quem convivi durante 25 anos. Éramos três técnicos e ele, que vinha trabalhar mesmo depois de aposentado. Lá, inoculava e sangrava cavalos para a produção de soro antitetânico e antidiftérico. Eu gostava de trabalhar com animais. É uma coisa que eu sinto falta de fazer hoje.

Quando o laboratório acabou, vim trabalhar com a Dra. Níber da Paz no então Departamento de Bacteriologia. Me aposentei em 1992, mas não me deixaram ficar em casa. Acabei unindo o útil ao agradável. Pude continuar frequentando o ambiente que eu gosto. Tive convite para ir para laboratórios particulares, mas optei por ficar aqui.

Estou feliz em continuar no IOC, saber que há pessoas que acreditam em mim e por ainda poder desempenhar o trabalho que eu gosto. Quando cheguei, tudo era muito diferente, todos se conheciam. Após as refeições, os grupos de colegas de trabalho se reuniam no pátio para conversar. Acho também que, naquela época, havia um respeito entre os colegas que hoje em dia não é tão presente. É claro que isso não é específico do IOC. São os novos tempos. Gosto de trabalhar durante a manhã, por isso – e para evitar trânsito –, chego bem cedo todos os dias.

Sem dúvida, o IOC ocupa um dos primeiros lugares na minha vida. Agradeço a Deus por ainda estar aqui, podendo fazer alguma coisa. Não imaginava que ficaria aqui esse tempo todo e estou feliz por poder permanecer neste ambiente. A sensação de ainda poder contribuir é muito gratificante.”




 
 

 

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