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EvaldoEvaldo

Evaldo Soares da Silva considerava o IOC sua segunda casa. Não é à toa. Afinal, ingressou no Instituto em 1951, trabalhando no então Biotério Central. Passou por alguns laboratórios e pelo Departamento de Ensino, onde preparava laboratórios para aulas práticas e auxiliava os professores nas aulas teóricas. Nas poucas horas vagas, gostava de relembrar os velhos tempos de IOC. Evaldo atuou como técnico no Laboratório de Enterobactérias até 2016, quando faleceu. Ele ultrapassou os 60 anos de Instituto, como disse, neste depoimento coletado em 2010, que era sua intenção.

“Logo que entrei no Instituto, em 1951, trabalhei no Biotério Central. Cerca de dois anos depois, fui trabalhar na Biologia, com o Dr. Geth Jansen na área de esquistossomose, onde permaneci por cerca de 20 anos. Depois, Dr. Jansen virou chefe do que se chamava, na época, Departamento de Ensino e Documentação e me convidou para trabalhar com ele. Foram aproximadamente dez anos trabalhando nesse setor, no Pavilhão Arthur Neiva. Eu preparava os laboratórios onde havia aulas práticas, gravava as aulas teóricas e passava slides. As turmas eram muito legais e os alunos me pediam para vir escutar as gravações das aulas no final de semana. Passei muitos sábados e domingos acompanhando as turmas que vinham escutar as aulas. Gostava muito.

Em 1964, voltei a trabalhar na área de esquistossomose, onde fiquei até o chefe do laboratório se aposentar. Depois, Dr. Ernesto Hofer, que havia sido aluno do Curso de Aplicação do qual eu era assistente, me chamou para trabalhar com ele. Em 1978, então, vim para o que, na época, se chamava Departamento de Bacteriologia, onde eu era responsável pelos meios de cultura.

Graças a Deus, me sinto muito querido no Instituto e considero que o IOC é a minha segunda casa. Quando saio, na sexta-feira, espero chegar logo segunda-feira para voltar a trabalhar. Aqui eu tenho amigos e todos me tratam bem. Nunca tive a intenção de sair. Eu gosto mesmo daqui, gosto muito de trabalhar e tenho muita coisa para fazer. Trabalho com meios de cultura e, se eu não fizer o que tenho para fazer, as outras pessoas não vão poder dar prosseguimento ao trabalho. Às vezes venho trabalhar no sábado para fazer alguma coisa que está pendente.

Vim do Espírito Santo ainda criança para o Rio de Janeiro e lá, com 8 anos de idade, eu já trabalhava. Hoje estou com 80 anos e só vou parar de trabalhar quando quiserem que eu pare. Graças a Deus, ainda estou sendo útil e vejo que as pessoas estão satisfeitas com meu serviço. Em todos esses anos, poucos foram os aborrecimentos no trabalho. Já passei por muitos chefes, que sempre me trataram bem.

Quando entrei aqui, as ruas do campus nem eram calçadas. Eu sinto saudades daquele tempo e de colegas que já faleceram. Às vezes, Dr. Ernesto Hofer vem ao laboratório saber como eu estou e conversamos, relembrando algumas histórias antigas. Mas, como disse, eu sempre gostei de trabalhar. E é muito bom poder dar retorno para as pessoas que confiam na gente. Em junho, faço 59 anos de IOC. E ainda quero e espero poder completar os 60!”

 




 

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