Barrasite

LeonLeon

O ingresso do pesquisador Leon Rabinovitch no IOC ocorreu em 1963, ainda estudante, como estagiário em um projeto de pesquisa na área de bacteriologia. Dedicou toda a sua carreira a esse campo do conhecimento. Leon comenta com alegria a oportunidade de desenvolver pesquisa e produtos de saúde pública e, ainda, colaborar com a formação de profissionais na área. Membro titular da Academia Brasileira de Farmácia, atualmente Leon é chefe do Laboratório de Fisiologia Bacteriana do Instituto.

“O Instituto Oswaldo Cruz – IOC é uma nobre Instituição, um templo dedicado à ciência com vertentes voltadas para a pesquisa científica, ensino em diferentes níveis e educação profissional na área de saúde pública.

Quando muito jovem e a caminho do centro da cidade do Rio de Janeiro, trafegando de “lotação” pela Avenida Brasil, eu não imaginava que na altura do bairro de Manguinhos, do lado direito da via, um castelo em estilo mourisco erguido sobre pequena elevação fosse o templo no qual um dia eu estaria ingressando para iniciar minha vida profissional.

Esse ingresso se deu em meados de 1963, introduzido por Gobert Araújo Costa, meu professor ainda na Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. Gobert Costa, como ele gostava de se chamar, foi bacteriologista e suas aulas, muito atraentes e tecnicamente ricas, fizeram aumentar meu gosto pela microbiologia, em particular pelas bactérias, e isso serviu-me de caminho o qual trilho até hoje. Juntamente com o médico sanitarista e professor universitário Fausto Pereira Guimarães, Costa elaborou projeto de pesquisa destinado a estudos com bactérias esporuladas, anaeróbias e aeróbias que seriam procuradas em diferentes águas (de abastecimento e esgotos), com as quais Guimarães trabalhava na Superintendência de Saneamento da Cidade do Rio de Janeiro (SURSAN). Integrante desse projeto, iniciei a ganhar conhecimento no trato com bactérias aeróbias gram-positivas, tudo evoluindo de modo a que surgisse no IOC o Laboratório de Fisiologia Bacteriana, integrado pelo Laboratório de Referência Nacional para Carbúnculo e pela Coleção de Culturas do Gênero Bacillus e gêneros correlatos. Avaliações periódicas institucionais e extra-institucionais da produção técnico-científica aliadas à conquista na Universidade Federal Fluminense da titulação de professor e livre docente, além de estágios de pós-doutor no Instituto Pasteur de Paris, em 1983, permitiram-me atingir a condição de pesquisador titular, bem como a chefia do Laboratório de Fisiologia Bacteriana. Mais tarde, recebi convite para concorrer à cadeira número 73 da Academia Nacional de Farmácia, da qual outrora o professor doutor Mário Teixeira foi titular.

Hoje, vejo-me presente nas comemorações dos 110 anos do nosso IOC, onde comecei como estagiário da “Bacteriologia” em 1963. Quanta satisfação e felicidade em poder desenvolver pesquisa e ensino, além de produtos úteis ao campo da Saúde Pública e, principalmente, poder contribuir para a formação de muitos profissionais dessa área. Jamais imaginei ter a sorte de alcançar este momento. Portanto, agradeço aos companheiros do Laboratório de Fisiologia Bacteriana pelo apoio, participação e colaboração no desenvolvimento dos trabalhos planejados e programados. Igualmente agradeço aos meus pares e colegas que fizeram com que eu fosse indicado para integrar um formidável grupo de pesquisadores homenageados do IOC, todos consagrados em suas áreas de pesquisa, assim como agradeço ao Todo Poderoso por me permitir estar presente a essa comemoração dos 110 anos do IOC. Saudações a todos.”


 
 

 

rodape