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Avanços no desenvolvimento de biofármacos

Descoberta por pesquisadores do Instituto Butantan, a proteína Amblyomin-X, extraída da saliva do carrapato, foi tema de conferência no último dia do II Simpósio
Por Jornalismo IOC21/03/2013 - Atualizado em 10/12/2019

Descoberta por pesquisadores do Instituto Butantan, a proteína Amblyomin-X, extraída da saliva do carrapato, foi tema de conferência no último dia de Simpósio

 

:: Cobertura especial do II Simpósio de Pesquisa e Inovação do IOC


Na saliva do carrapato concentra-se uma substância capaz de combater tumores malignos de forma eficaz, dentre eles, o pancreático, que ainda hoje carece de abordagens terapêuticas capazes de dar um bom prognóstico ao paciente. Nesta quarta-feira, 20 de março, a pesquisadora do Instituto Butantan, em São Paulo, Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, apresentou resultados animadores sobre o uso da proteína Amblyomin-X, isolada da saliva do carrapato Amblyomma cajennense. Trata-se de um potente anticoagulante e antimetastásico, ou seja, age inibindo a proliferação de células cancerígenas. A Conferência foi coordenada pelo pesquisador do Laboratório de Toxinologia do IOC, Jonas Perales.

De acordo com Ana Marisa, os primeiros testes foram realizados com modelos experimentais de camundongos com tumores do tipo melanoma. Após 42 dias de tratamento envolvendo injeções locais diárias da substância, houve diminuição progressiva da massa tumoral e da metástase, até seu completo desaparecimento. “Nenhum efeito colateral foi identificado neste período e os animais ainda ficaram em observação por alguns meses, ou seja, houve remissão. Esta molécula é uma forte candidata a tratamentos aliados à quimioterapia”, disse. A pesquisadora explicou que a Amblyomin-X inibe o proteassoma das células cancerígenas. “Existem vários medicamentos inibidores de proteassoma no mercado. Mas eles matam todas as células, porque tanto as boas como as ruins possuem proteassoma. A Amblyomin-X só age nas células tumorais”, pontuou. A molécula também foi testada, de forma bem-sucedida, em tumores de mama e rim.

 Gutemberg Brito

 

Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, pesquisadora do Instituto Butantan, apresentou resultados animadores sobre o uso da proteína isolada da saliva do carrapato para o combater tumores malignos

Atualmente, os pesquisadores aguardam os resultados dos testes de estabilidade. “Este é o primeiro antitumoral brasileiro que atende às exigências da ANVISA. Há histórico de aprovação de produtos cosméticos e cicatrizantes, mas medicamentos sistêmicos, como a Amblyomin-X, não tem”, afirmou. A molécula foi licenciada para a União Química Farmacêutica Nacional, que divide a patente com o Instituto Butantan. A parceria nasceu de um edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

“Sabemos que, hoje, há dinheiro para fazer inovação em pesquisa. E interessa à indústria que nós inovemos. Mas ela precisa dos nossos recursos humanos. Só falta aos pesquisadores brasileiros um rigor maior com a qualidade dos seus trabalhos”, assinalou. Ana Marisa disse, ainda, que o Instituto está criando um curso de MBA para gestores em indústria. “Precisamos de um profissional capacitado para traduzir aos empresários as iniciativas dos cientistas”, concluiu.

Isadora Marinho
21/03/10
.

Descoberta por pesquisadores do Instituto Butantan, a proteína Amblyomin-X, extraída da saliva do carrapato, foi tema de conferência no último dia do II Simpósio
Por: 
jornalismo

Descoberta por pesquisadores do Instituto Butantan, a proteína Amblyomin-X, extraída da saliva do carrapato, foi tema de conferência no último dia de Simpósio

 

:: Cobertura especial do II Simpósio de Pesquisa e Inovação do IOC



Na saliva do carrapato concentra-se uma substância capaz de combater tumores malignos de forma eficaz, dentre eles, o pancreático, que ainda hoje carece de abordagens terapêuticas capazes de dar um bom prognóstico ao paciente. Nesta quarta-feira, 20 de março, a pesquisadora do Instituto Butantan, em São Paulo, Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, apresentou resultados animadores sobre o uso da proteína Amblyomin-X, isolada da saliva do carrapato Amblyomma cajennense. Trata-se de um potente anticoagulante e antimetastásico, ou seja, age inibindo a proliferação de células cancerígenas. A Conferência foi coordenada pelo pesquisador do Laboratório de Toxinologia do IOC, Jonas Perales.

De acordo com Ana Marisa, os primeiros testes foram realizados com modelos experimentais de camundongos com tumores do tipo melanoma. Após 42 dias de tratamento envolvendo injeções locais diárias da substância, houve diminuição progressiva da massa tumoral e da metástase, até seu completo desaparecimento. “Nenhum efeito colateral foi identificado neste período e os animais ainda ficaram em observação por alguns meses, ou seja, houve remissão. Esta molécula é uma forte candidata a tratamentos aliados à quimioterapia”, disse. A pesquisadora explicou que a Amblyomin-X inibe o proteassoma das células cancerígenas. “Existem vários medicamentos inibidores de proteassoma no mercado. Mas eles matam todas as células, porque tanto as boas como as ruins possuem proteassoma. A Amblyomin-X só age nas células tumorais”, pontuou. A molécula também foi testada, de forma bem-sucedida, em tumores de mama e rim.

 Gutemberg Brito

 

Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, pesquisadora do Instituto Butantan, apresentou resultados animadores sobre o uso da proteína isolada da saliva do carrapato para o combater tumores malignos

Atualmente, os pesquisadores aguardam os resultados dos testes de estabilidade. “Este é o primeiro antitumoral brasileiro que atende às exigências da ANVISA. Há histórico de aprovação de produtos cosméticos e cicatrizantes, mas medicamentos sistêmicos, como a Amblyomin-X, não tem”, afirmou. A molécula foi licenciada para a União Química Farmacêutica Nacional, que divide a patente com o Instituto Butantan. A parceria nasceu de um edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

“Sabemos que, hoje, há dinheiro para fazer inovação em pesquisa. E interessa à indústria que nós inovemos. Mas ela precisa dos nossos recursos humanos. Só falta aos pesquisadores brasileiros um rigor maior com a qualidade dos seus trabalhos”, assinalou. Ana Marisa disse, ainda, que o Instituto está criando um curso de MBA para gestores em indústria. “Precisamos de um profissional capacitado para traduzir aos empresários as iniciativas dos cientistas”, concluiu.

Isadora Marinho

21/03/10

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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)