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30 anos de histórias e vitórias para a saúde

Pós-graduação em Medicina Tropical comemora suas três décadas com seminário
Por Jornalismo IOC10/12/2010 - Atualizado em 10/12/2019

Três décadas, 46 teses de doutorado e 101 dissertações de mestrado defendidas. Estes são alguns dos números que refletem a importância do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Como não faltam motivos para comemorar, teve início nesta quinta-feira, dia 09, o “Seminário Comemorativo dos 30 Anos da Pós-graduação em Medicina Tropical”.

 Gutemberg Brito

 

 Mesa-redonda abriu nesta quinta-feira o evento


O evento, que segue até esta sexta-feira, dia 10, foi aberto com uma mesa-redonda reunindo a diretora e a vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação do IOC, Tania Araújo-Jorge e Helene Barbosa, respectivamente, a coordenadora do programa de Medicina Tropical (MT), Alda Cruz, a presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Maria Aparecida Shikanai Yasuda, e o professor da Universidade de São Paulo e coordenador da Área de Medicina II da Capes, João Pereira Leite.

Nucleação de novos grupos de pesquisa

Apesar de não poder estar presente, a vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Maria do Carmo Leal, gravou vídeo para a cerimônia destacando o pioneirismo e a importância do programa para a expansão do conhecimento. “É um programa solidário que espalhou o conhecimento em medicina tropical tanto pelo país como para a América Latina e África”, disse, referindo-se às cooperações do programa com Argentina e Moçambique.
A vice-diretora Helene destacou que o programa é um “orgulho para o IOC e para todos que passaram por ele e formaram grupos de pesquisa pelo Brasil”. Ela complementou que é missão indispensável da Diretoria prover as ferramentas necessárias para o crescimento e fortalecimento do programa.

Helene citou a realização do II Fórum de Integração dos Alunos de Pós-graduação como uma forma de fortalecimento do Ensino. “É uma grande oportunidade para ouvir os alunos e houve grande participação dos discentes da MT. O Fórum proporciona uma visão unificada para a solução dos problemas”, avaliou.

Desenvolvimento humano

Citando a recente elevação da avaliação da Capes de 5 para 6 do programa de Medicina Tropical do IOC, a presidente da SBMT destacou que o sucesso é fruto dos primeiros pesquisadores que construíram o programa mas também dos novos que mantêm sua qualidade em nível internacional.

Ela aproveitou para defender a inserção do conteúdo das pesquisas na área de Medicina Tropical com maior profundidade na graduação e em especializações. “Temos a possibilidade de apoiar de forma mais atuante o desenvolvimento humano do país”, defendeu Shikanai.

João Pereira Leite enalteceu a importância do evento por reunir ex-alunos e criar um fórum de debate na área. Ele destacou o papel importante do programa e comentou a recente elevação da sua classificação. “O programa tem uma inserção internacional importante”, destacou.

O coordenador de área da Capes elogiou a produção científica consistente do programa, numa área que, segundo ele, é bastante competitiva. “Dentro da Medicina, a área Tropical talvez seja o destaque na produção científica”, avaliou.

Respondendo à Shikanai sobre a revisão dos critérios para avaliação de programas e de publicações, o chamado Qualis da Capes, ele afirmou que os critérios foram debatidos e criados com a participação da comunidade científica e disse que os mesmos podem também ser revistos e aperfeiçoados por ela.

Progressão de temas

A coordenadora do programa, Alda Cruz mostrou uma síntese da trajetória do PGMT, que teve origem no Curso Básico em Biologia Parasitária do IOC, criado em 1980, a partir do qual os alunos se especializavam em diferentes áreas de concentração, incluindo a Medicina Tropical e a Biologia Parasitária.

Citando as primeiras defesas de mestrado, em 1983, e de doutorado em 1991, Alda mostrou que já foram defendidas 101 dissertações de mestrado e 46 de doutorado. Ela explicou que durante estes trinta anos o programa passou por diversas mudanças. Uma delas foi a progressão de temas. No início, as pesquisas abordavam preponderantemente temas como doença de Chagas e leishmanioses e, hoje, muitos outros temas estão em pauta, como HIV, hanseníase e dengue. “O programa vem acompanhando o quadro geral das questões da saúde pública no país”, apontou a pesquisadora.

Representando os alunos do curso na cerimônia, Vinicius Martins Menezes mostrou o lado discente da questão. “Não é fácil ser estudante, é preciso muito trabalho e estudo e muito esforço e coragem para avaliar e enfrentar o quadro de saúde pública no país”, disse, acrescentando que “ser aluno do curso de Medicina Tropical é se colocar ao lado da população e entender também os determinantes sociais nas questões de saúde; aprendemos que ciência não se faz só em laboratórios e medicina não se faz só em hospital”.

Novos desafios

Ainda na parte da manhã, a diretora do IOC proferiu a palestra A Medicina Tropical no futuro que se antevê em 2010: presença na agenda de prioridades em saúde do Brasil e da OMS.
Tania mostrou que a visão sobre saúde vem evoluindo e que atualmente o desafio na área é “focar no território e na pessoa e não na doença e é justamente o que o PGMT faz tão bem”.
Ela mostrou que o quadro da saúde no país tem passado por grandes mudanças nos últimos 40 anos. “Estamos passando por uma transição para uma sociedade muito mais urbana e envelhecida”, comentou.

Na área epidemiológica, ela mostrou que as doenças infecciosas, que respondiam há 40 anos pela morte de quase metade da população, hoje, com o avanço em prevenção e tratamentos, respondem por cerca de 5%. “Esta queda é um mérito dos tropicalistas e sanitaristas, muitos formados pelo PGMT”, disse.

Outras questões nas quais precisamos estar atentos, segundo a pesquisadora, são o aumento da obesidade e de doenças crônico-degenerativas e neoplasias; as doenças que continuam com elevadas taxas de infecção, como dengue e malária; e os surtos epidêmicos, como a Influenza H1N1. “Estas questões resumem os desafios da saúde pública para o país e para os programas de pós-graduação na área”, declarou.

Após traçar um amplo panorama da saúde, Tania pontuou que a Medicina Tropical está presente em 17 dos 23 temas estabelecidos pela Agenda Nacional de Prioridade de Pesquisa em Saúde. No âmbito da Organização Mundial de Saúde, a pesquisadora explicou o novo papel do TDR, de coordenar as diversas ações empreendidas na área de doenças tropicais pelo mundo, e mostrou que a área continua sendo uma prioridade também para o órgão mundial.

Homenagens

Elba Lemos, aluna egressa do PGMT e hoje pesquisadora do IOC, coordenou a sessão de homenagens. Citando especialmente Henry Percy Willcox, falecido em 2004, Elba homenageou antigos e atuais professores, funcionários e outras personalidades que “dedicaram muito de sua vida e contribuíram muito para o desenvolvimento do programa”.

10/12/10

Pós-graduação em Medicina Tropical comemora suas três décadas com seminário
Por: 
jornalismo

Três décadas, 46 teses de doutorado e 101 dissertações de mestrado defendidas. Estes são alguns dos números que refletem a importância do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Como não faltam motivos para comemorar, teve início nesta quinta-feira, dia 09, o “Seminário Comemorativo dos 30 Anos da Pós-graduação em Medicina Tropical”.


 Gutemberg Brito

 

 Mesa-redonda abriu nesta quinta-feira o evento



O evento, que segue até esta sexta-feira, dia 10, foi aberto com uma mesa-redonda reunindo a diretora e a vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação do IOC, Tania Araújo-Jorge e Helene Barbosa, respectivamente, a coordenadora do programa de Medicina Tropical (MT), Alda Cruz, a presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Maria Aparecida Shikanai Yasuda, e o professor da Universidade de São Paulo e coordenador da Área de Medicina II da Capes, João Pereira Leite.



Nucleação de novos grupos de pesquisa



Apesar de não poder estar presente, a vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Maria do Carmo Leal, gravou vídeo para a cerimônia destacando o pioneirismo e a importância do programa para a expansão do conhecimento. “É um programa solidário que espalhou o conhecimento em medicina tropical tanto pelo país como para a América Latina e África”, disse, referindo-se às cooperações do programa com Argentina e Moçambique.

A vice-diretora Helene destacou que o programa é um “orgulho para o IOC e para todos que passaram por ele e formaram grupos de pesquisa pelo Brasil”. Ela complementou que é missão indispensável da Diretoria prover as ferramentas necessárias para o crescimento e fortalecimento do programa.



Helene citou a realização do II Fórum de Integração dos Alunos de Pós-graduação como uma forma de fortalecimento do Ensino. “É uma grande oportunidade para ouvir os alunos e houve grande participação dos discentes da MT. O Fórum proporciona uma visão unificada para a solução dos problemas”, avaliou.



Desenvolvimento humano



Citando a recente elevação da avaliação da Capes de 5 para 6 do programa de Medicina Tropical do IOC, a presidente da SBMT destacou que o sucesso é fruto dos primeiros pesquisadores que construíram o programa mas também dos novos que mantêm sua qualidade em nível internacional.



Ela aproveitou para defender a inserção do conteúdo das pesquisas na área de Medicina Tropical com maior profundidade na graduação e em especializações. “Temos a possibilidade de apoiar de forma mais atuante o desenvolvimento humano do país”, defendeu Shikanai.



João Pereira Leite enalteceu a importância do evento por reunir ex-alunos e criar um fórum de debate na área. Ele destacou o papel importante do programa e comentou a recente elevação da sua classificação. “O programa tem uma inserção internacional importante”, destacou.



O coordenador de área da Capes elogiou a produção científica consistente do programa, numa área que, segundo ele, é bastante competitiva. “Dentro da Medicina, a área Tropical talvez seja o destaque na produção científica”, avaliou.



Respondendo à Shikanai sobre a revisão dos critérios para avaliação de programas e de publicações, o chamado Qualis da Capes, ele afirmou que os critérios foram debatidos e criados com a participação da comunidade científica e disse que os mesmos podem também ser revistos e aperfeiçoados por ela.



Progressão de temas



A coordenadora do programa, Alda Cruz mostrou uma síntese da trajetória do PGMT, que teve origem no Curso Básico em Biologia Parasitária do IOC, criado em 1980, a partir do qual os alunos se especializavam em diferentes áreas de concentração, incluindo a Medicina Tropical e a Biologia Parasitária.



Citando as primeiras defesas de mestrado, em 1983, e de doutorado em 1991, Alda mostrou que já foram defendidas 101 dissertações de mestrado e 46 de doutorado. Ela explicou que durante estes trinta anos o programa passou por diversas mudanças. Uma delas foi a progressão de temas. No início, as pesquisas abordavam preponderantemente temas como doença de Chagas e leishmanioses e, hoje, muitos outros temas estão em pauta, como HIV, hanseníase e dengue. “O programa vem acompanhando o quadro geral das questões da saúde pública no país”, apontou a pesquisadora.



Representando os alunos do curso na cerimônia, Vinicius Martins Menezes mostrou o lado discente da questão. “Não é fácil ser estudante, é preciso muito trabalho e estudo e muito esforço e coragem para avaliar e enfrentar o quadro de saúde pública no país”, disse, acrescentando que “ser aluno do curso de Medicina Tropical é se colocar ao lado da população e entender também os determinantes sociais nas questões de saúde; aprendemos que ciência não se faz só em laboratórios e medicina não se faz só em hospital”.



Novos desafios



Ainda na parte da manhã, a diretora do IOC proferiu a palestra A Medicina Tropical no futuro que se antevê em 2010: presença na agenda de prioridades em saúde do Brasil e da OMS.

Tania mostrou que a visão sobre saúde vem evoluindo e que atualmente o desafio na área é “focar no território e na pessoa e não na doença e é justamente o que o PGMT faz tão bem”.

Ela mostrou que o quadro da saúde no país tem passado por grandes mudanças nos últimos 40 anos. “Estamos passando por uma transição para uma sociedade muito mais urbana e envelhecida”, comentou.



Na área epidemiológica, ela mostrou que as doenças infecciosas, que respondiam há 40 anos pela morte de quase metade da população, hoje, com o avanço em prevenção e tratamentos, respondem por cerca de 5%. “Esta queda é um mérito dos tropicalistas e sanitaristas, muitos formados pelo PGMT”, disse.



Outras questões nas quais precisamos estar atentos, segundo a pesquisadora, são o aumento da obesidade e de doenças crônico-degenerativas e neoplasias; as doenças que continuam com elevadas taxas de infecção, como dengue e malária; e os surtos epidêmicos, como a Influenza H1N1. “Estas questões resumem os desafios da saúde pública para o país e para os programas de pós-graduação na área”, declarou.



Após traçar um amplo panorama da saúde, Tania pontuou que a Medicina Tropical está presente em 17 dos 23 temas estabelecidos pela Agenda Nacional de Prioridade de Pesquisa em Saúde. No âmbito da Organização Mundial de Saúde, a pesquisadora explicou o novo papel do TDR, de coordenar as diversas ações empreendidas na área de doenças tropicais pelo mundo, e mostrou que a área continua sendo uma prioridade também para o órgão mundial.



Homenagens



Elba Lemos, aluna egressa do PGMT e hoje pesquisadora do IOC, coordenou a sessão de homenagens. Citando especialmente Henry Percy Willcox, falecido em 2004, Elba homenageou antigos e atuais professores, funcionários e outras personalidades que “dedicaram muito de sua vida e contribuíram muito para o desenvolvimento do programa”.



10/12/10



Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)