Plenária encerra II Encontro com propostas para mudança

Uma plenária movimentada encerrou, na manhã de ontem, 15 de março, o II Encontro do IOC. Foram colocadas em votação as propostas sintetizadas a partir dos documentos preparados por cada um dos sete grupos de trabalho (GTs). Em um debate participativo, que alternou momentos tensos e descontraídos, unanimidades e opiniões polarizadas, foram discutidas diretrizes para o futuro do Instituto, sua estrutura organizacional e o Plano Diretor de ações até 2009.

A dinâmica da plenária final foi simples. Como o trabalho dos GTs foi concentrado na resposta a perguntas temáticas, foi possível sintetizar um documento único com as apreciações dos grupos acerca de cada questão. As respostas foram consolidadas em propostas que, uma a uma, foram lidas e votadas. “Este é um encontro propositivo, não é uma instância deliberativa”, apresentou a diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, que conduziu a plenária. “Por isso, precisamos de harmonia e entendimento. Este é um fórum de agregação. Estamos aprovando uma visão de futuro e uma filosofia de estrutura que certamente têm conseqüências. Quando houver dúvidas quanto a uma questão, abriremos para o esclarecimento. Quando houver sugestões de mudança, vamos anotar para incluir posteriormente. Se surgirem polêmicas, vamos ouvir posições a favor e contrárias e então colocar o item em votação. As propostas que vamos votar aqui expressam o espaço de debate dos grupos de trabalho e traduzem também os desdobramentos que serão necessários para implementar estas propostas.”

Como principais perspectivas de futuro para o IOC, o documento final do II Encontro sintetiza o desejo por um instituto de pesquisa ousado, desburocratizado, informatizado, flexível, ágil e inovador, com laboratórios fortes e um sistema de gestão de projetos em redes temáticas e programas integrados, preservando a diversidade da pesquisa e de serviços institucionais. O texto, com o acréscimo de sugestões pontuais, foi aprovado por unanimidade.

O tema da estrutura organizacional do Instituto gerou um debate efusivo, com numerosas intervenções. A proposta consolidada a partir dos grupos de trabalho foi segmentada em subitens para facilitar a discussão. Foi unânime a aprovação de que os laboratórios são a base da estrutura do IOC. A proposição de que a atual estrutura departamental deve ser revista, sugerida por seis dos sete GTs, foi aprovada com oito abstenções. O estabelecimento de coordenações científicas horizontais foi uma unimidade, assim como a proposta de que a nova estrutura seja construída de forma planejada, conjunta e gradativa, tendo como condição o aporte de apoio administrativo e de infra-estrutura.

Também foi acordado um prazo para a consolidação de uma projeto de estrutura: maio de 2007, quando acontece a mudança da composição do Conselho Deliberativo da Fiocruz. “Estamos assumindo a partir de hoje um compromisso que terá reflexo na direção, nas Câmaras Técnicas, nos Conselhos Ampliado e Deliberativo”, Tania resumiu. “Acordamos um prazo, mas esta transição será gradual, responsável e segura. A estrutura vertical que existe hoje não se desmonta sem que uma estrutura horizontal, aprovada neste fórum, seja amplamente discutida, experimentada e avaliada. Mas os trabalhos começam já. A partir deste momento, os laboratórios têm liberdade para se articular para sugerir programas científicos. Pedimos que todos reflitam, discutam e incentivem a discussão sobre a matriz organizacional que queremos construir para que o IOC possa alcançar os objetivos de futuro que nós acabamos de traçar.”

Optou-se por não submeter a votação as sugestões dos GTs para o Plano Diretor, mas acatar os comentários e assim sintetizar uma nova versão do plano, que será sujeita a novos debates e revisões para deliberação pelo CD-IOC até maio de 2006.

Por Raquel Aguiar
16/03/06