Publicação do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz - 08/06/2006

 

Em visita à Fiocruz, vereadores cariocas comprovam o
compromisso da Fundação com a ética na experimentação animal

Com o objetivo de conhecer os procedimentos adotados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em relação aos animais utilizados em pesquisas biomédicas, um grupo de representantes do poder legislativo municipal esteve hoje na sede da Fiocruz, em Manguinhos. A comitiva, formada pelos vereadores Carlo Caiado, Márcia Teixeira e Carlos Eduardo, presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, além de assessores de diversos vereadores, foi recebida pelo presidente da Fiocruz, Paulo Buss, e pela diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), Tania Araújo-Jorge, e por outros dirigentes da Fiocruz e da UFRJ, por volta das 10 horas da manhã, em frente ao Castelo Mourisco.

Gutemberg Brito
O presidente da Fiocruz, Paulo Buss (à direita), recebe a comitiva de vereadores em visita à Fundação



  Em uma conversa inicial com os vereadores, Paulo Buss reafirmou o compromisso da Fundação com a ética na experimentação animal e ressaltou a importância da discussão levantada recentemente sobre o tema. “As instituições que não mantêm um padrão ouro no tratamento dos animais utilizados em pesquisa devem ser punidas. Mas o que não podemos é proibir que se faça ciência nessa cidade, o que seria uma desmoralização internacional”. O Prof. Renato Cordeiro , membro da Comissão Nacional de Biossegurança, lembrou que "se a lei fosse aprovada, a vacinação teria que ser interrompida pois os novos lotes de vacinas produzidos têm que ser testados em animais antes de liberados para uso nas crianças e na população em geral”.

Gutemberg Brito
Durante reunião com os visitantes, o Comitê de Ética no Uso de Animais da Fiocruz apresentou seus procedimentos de trabalho


A primeira atividade do grupo foi uma reunião com o Comitê de Ética em Uso de Animais (CEUA) da Fiocruz, que trabalha em função de duas questões centrais: o desenvolvimento de recursos alternativos para a experimentação animal e o licenciamento de projetos de pesquisa que incluam o uso de animais.  Hugo Caire, coordenador do CEUA, apresentou aos visitantes os requisitos necessários para a aprovação de projetos, que se baseiam no mérito científico, na capacitação do técnico responsável e dos membros da equipe e na descrição do protocolo experimental, que exige um amplo detalhamento dos procedimentos utilizados com os animais no projeto que será desenvolvido. “O tempo médio para aprovação de um projeto é de 17 meses. Até cerca de 40 projetos foram reprovados e impedidos de serem conduzidos, e mais de 200 projetos foram aprovados e têm seus procedimentos adequados e regulamentados. Neste momento, 37 projetos estão em fase de análise”, Hugo complementou.

Gutemberg Brito
O presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, Carlos Eduardo (à esquerda), observa as condições de animais são mantidos no Cecal


Durante a reunião, Tania Araújo-Jorge, diretora do IOC, sugeriu que o CEUA incorporasse como membro um representante do poder legislativo municipal. “Uma das formas para que as dúvidas e questionamentos sobre o tema fossem esclarecidos seria a absorção pelo Comitê de um representante da Câmara de Vereadores”, ponderou, recebendo em contrapartida a aprovação dos visitantes. 

Gutemberg Brito
Comitiva de vereadores em visita ao Cecal

A programação prosseguiu com uma visita ao Centro de Criação de Animais de Laboratório (CECAL) da Fiocruz, onde os vereadores puderam comprovar o investimento feito pela Fundação no cuidado dos animais destinados a pesquisas, incluindo o treinamento rigoroso dos profissionais e a instalação de barreiras e filtros que impedem a contaminação dos animais.

Gutemberg Brito
Carlos Alberto Muller, coordenador do Centro de Experimentação Animal do IOC, descreve o funcionamento dos biotérios do Instituto


Carlos Alberto Muller, coordenador do Centro de Experimentação Animal do IOC, e Renato Cordeiro , chefe do Departamento de Fisiologia e Farmacodinâmica do IOC, acompanharam todo o trajeto do grupo, que conheceu também as instalações do Departamento de Virologia do IOC. A visitação foi finalizada no Centro de Primatologia.

 

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