Publicação do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz - 08/06/2006

 

Laboratório de referência monitora a resistência e estuda alternativas para inseticidas

O Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do IOC, credenciado como centro de referência pelo Ministério da Saúde, monitora a resistência da população do mosquito Aedes aegypti a diferentes métodos de controle com base em inseticidas em testes desenvolvidos em um simulador de campo.

Denise Valle, pesquisadora do Laboratório, conta que em 1958, quando o Brasil foi considerado um país livre da dengue, foi usado para controle do vetor o inseticida DDT, que teve seu uso proibido logo em seguida. Em 1967 a dengue voltou ao país, vinda da Ásia. A partir deste momento, os inseticidas da família dos organofosforados passaram a ser os mais utilizados.

“Na grande epidemia de 1998, os agentes de saúde perceberam que o inseticida utilizado não estava funcionando”, a pesquisadora recorda. “Na época, a Funasa, órgão do governo ligado ao Ministério da Saúde, criou um programa com o objetivo de avaliar a resistência das populações de Aedes aegypti aos inseticidas. Dez laboratórios participavam, inclusive o Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do IOC.” Foram definidas como área de abrangência para o estudo todas as capitais e mais alguns municípios onde foram identificados grandes focos do mosquito.

Com o início deste estudo, os pesquisadores constataram a resistência aos organofosforados, que era utilizado havia 30 anos. Hoje, apenas três laboratórios continuam ligados a esta pesquisa, vinculados à Secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. A pesquisadora conta que o nível de complexidade aumentou. “Antes fazíamos o teste e chegávamos à conclusão se o método era resistente ou não”, sintetiza. “Hoje, aprofundamos o estudo para identificar o quanto o vetor é resistente ou não e quais as razões”.

O trabalho de pesquisa desenvolvido pelo Laboratório resultou na aprovação de uma resolução do Ministério da Saúde que determina que só sejam adquiridos inseticidas para uso nacional depois que forem realizados testes em campo, testando sua efetividade no clima e ambiente do país. Outra inovação alcançada pelo Laboratório, desta vez em parceria com a Comissão Interna de Biossegurança do IOC, foi a criação pioneira do Manual Parâmetros de Biossegurança para Insetários e Infectórios de Vetores , que já é solicitado por pesquisadores e instituições de pesquisa no exterior.

Por Renata Fontoura
25/01/06

 

 

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