Projeto do IOC para divulgação científica é selecionado em edital do CNPq

A integração entre ciência e arte acaba de ganhar novo fôlego no Instituto Oswaldo Cruz (IOC). O projeto Ciência e arte em oficinas de divulgação científica: desenvolvendo materiais, metodologias e recursos humanos, estruturado pelo grupo de Ciência e Arte do Setor de Inovações Educacionais do Laboratório de Biologia Celular do IOC, foi contemplado por edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e realizará um trabalho de concepção, implementação e avaliação de oficinas que abordam a interação entre ciência e arte.

“A relação entre ciência e arte é muito ampla e enriquecedora. Trabalhá-la em seus diversos aspectos é fundamental para a divulgação científica. Esse projeto é uma construção coletiva, que aproxima o trabalho de muitas pessoas e agrega diversas experiências”, avalia a pesquisadora Lucia de La Rocque, coordenadora do projeto. Na primeira etapa, um levantamento minucioso permitirá a construção de um banco de dados informatizado sobre as atividades e materiais relacionados a ciência e arte já desenvolvidos na Fiocruz, o que auxiliará a identificação de um perfil do público atingido por estas iniciativas.

“Com base nessas informações, serão desenvolvidas dez oficinas de ciência e arte, que através de diferentes manifestações artísticas – como literatura, cinema, teatro, desenho, pintura, modelagem e música – trabalharão conceitos gerais de ciência e tecnologia”, a coordenadora descreve. Posteriormente, as oficinas serão avaliadas, por meio de entrevistas aos participantes e de registros escritos e fotográficos realizados pelos mediadores, para que os resultados sejam publicados.

“Ao final do projeto, o Setor de Inovações Educacionais pretende divulgar em mídia eletrônica uma série intitulada Oficinas de Ciência e Arte, com os roteiros de cada oficina, uma descrição de seus materiais e dinâmicas e os resultados das avaliações. A partir disso, será possível aplicar as oficinas em diferentes ocasiões”, Lucia conclui.

“Editais como esse são fundamentais para reforçar iniciativas para a divulgação e popularização da ciência. Doenças transmitidas por alimentos, por exemplo, apesar de serem relevantes no Brasil geram poucos esforços para a produção de mecanismos de informação direcionados a públicos específicos”, avalia William Waissmann, pesquisador da Ensp e coordenador do projeto Desenvolvimento de recursos educativos para um programa de educação e promoção da higiene e segurança alimentar para “populações especiais”: crianças, idosos, gestantes e indivíduos imunocomprometidos, também aprovado pelo edital. “O objetivo do projeto é despertar a atenção da população para o perigo dessas doenças e difundir informações científicas atualizadas para o aprimoramento de práticas de higiene alimentar”, Waissmann descreve.

Além dos projetos do IOC e da Ensp, o edital aprovou outras duas propostas da Fiocruz, ambas submetidas pela Casa de Oswaldo Cruz (COC). Em todo o Brasil, 93 projetos de divulgação e popularização da ciência foram aprovados pelo edital.

Bel Levy