Publicação do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz - Ano XII - n0 33 - 14/09/2006

 

Curso de Gerenciamento de Resíduos Químicos normatiza procedimentos

Com a proposta de implementar a gestão ambiental nos laboratórios e normatizar a gestão de resíduos químicos nos laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), foi realizado o Curso de Gerenciamento de Resíduos Químicos, o primeiro do IOC em parceria com a Diretoria de Administração do Campus (DIRAC). A qualificação teve a duração de quatro dias – 28 e 30 de agosto e 4 e 5 de setembro.

Gutemberg Brito
Mais de cem pessoas participaram do treinamento que abordou o gerenciamneto de resíduos químicos nos laboratórios do IOC

O objetivo foi capacitar cada um dos 69 laboratórios do IOC para lidar, na prática, com os resíduos químicos gerados em atividades laboratoriais. “Essa parceria é importante para que possamos estar adequados aos padrões ideais em termos ambientais, dentro da legislação vigente”, afirma Martha Barata , coordenadora da Comissão Interna de Gestão Ambiental.

Participaram do curso 104 pessoas. Cada chefe de laboratório inscreveu duas pessoas – um responsável pelos resíduos químicos e um substituto –, que ficarão a cargo especificamente deste tema. O curso abordou, entre outros assuntos, o uso dos recursos, gerenciamento de estoque, procedimento para descarte, definição das classes de substâncias químicas, processo de coleta, transporte interno e externo e destinação final.

Diretrizes ambientais

A proposta de gestão ambiental já vinha sendo orientada pelo Programa Fiocruz Saudável , executado pelas diretorias de Recursos Humanos (DIREH), de Administração (DIRAD) e de Administração do Campus (DIRAC), que trabalham de maneira integrada as áreas de biossegurança, gestão ambiental e a saúde do trabalhador.

“Para a gestão do meio ambiente, é preciso estar integrado à gestão da infra-estrutura”, destaca Sheila Hansen, coordenadora da equipe ambiental da DIRAC. A partir dessa constatação, pensando as dificuldades de implantação do Programa Fiocruz Saudável, a Presidência da Fiocruz destacou a DIRAC para gerir o meio ambiente do Campus, por meio de um comitê, de acordo com portaria da Fiocruz de setembro de 2005.

Sheila lembra que o maior cliente da DIRAC nesse tema é o IOC. “Buscamos o IOC como um parceiro privilegiado. Se der certo aqui, dará certo em qualquer lugar. Temos outros clientes, mas o volume do resíduo gerado pelo IOC é muito maior. Além disso, é uma unidade que tem uma Comissão Interna de Gestão Ambiental. Temos no IOC um interlocutor que está preocupado diretamente com esta questão”, Sheila lembra.

Martha Barata destacou o trabalho conjunto que vem sendo realizado com a DIRAC. “Tudo o que precisamos fazer no que diz respeito à gestão ambiental está em sintonia com DIRAC, de forma a realizar um trabalho coletivo que seja bom para a Fiocruz. Estamos pensando toda a cadeia de serviços prestados pelo IOC”, Martha acrescenta. Segundo Ana Luzia Filgueiras , que também coordena a Comissão, a idéia é pensar o consumo dos recursos naturais. “É uma atitude pró-ativa, cujo objetivo é tentar reduzir os resíduos antes que eles sejam produzidos”, explica.

Biossegurança como prioridade

Irineu Júnior, responsável pela destinação final dos resíduos químicos por parte da DIRAC, foi um dos professores do Curso de Gerenciamento de Resíduos Químicos. “Frisei muito a questão da biossegurança, como a utilização do Equipamento de Proteção Individual (EPI). Então, pensar a segurança foi uma abordagem importante, além do descarte adequado dos resíduos”, ressalta. Para Irineu, quando a segregação dos produtos químicos por funções começar a ocorrer de forma mais efetiva, será possível avaliar melhor a liberação de resíduos dos laboratórios.

Gutemberg Brito
Irineu Júnior, da DIRAC, foi um dos professores do cursos e chamou atenção para a responsabilidade do pesquisador na geração de resíduos quimicos

“A DIRAC só coleta o resíduo, gerencia e dá destinação final. A responsabilidade pelo resíduo em si é do pesquisador”, explica. “O segundo momento é como fazer isso. A proposta agora é ir para o laboratório e melhorar a forma de estocar o material. Hoje fica tudo dentro dos laboratórios, por problemas burocráticos, mas o ideal é ficar no almoxarifado. Vamos voltar aos laboratórios para avaliar um por um”, acrescenta.

“Esse curso veio de encontro ao que buscamos no IOC, que é a redução do desperdício. A mudança se dará, inclusive, no processo de compra”, afirma Martha. “Os pesquisadores estão bastante sensibilizados com a utilização mais eficiente dos recursos utilizados nos laboratórios, até como uma forma de diminuir seus custos”, completa Sheila.

 

Gustavo Barreto


IOC - Ciência para a Saúde da População Brasileira