Publicação do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz - Ano XIII - n0 36 - 06/12/2007

20 anos do isolamento do virus da AIDS: alguma relação com o ensino de ciências?

Um dos aspectos sobre os quais refletimos nessa semana em que revisitamos o feito dos pesquisadores do IOC isolando pela primeira vez no Brasil o cirus da AIDS foi a urgencia na comunicação com a sociedade, para sua correta informação e adoção de comportamentos seguros e corajosos. Essas reflexões ocorrem hoje num contexto em que a midia brasileira tem destacado uma “tragédia nacional”: o baixo desempenho de alunos brasileiros do Ensino Médio, sobretudo no ensino de ciências e matemática.  A divulgação dos resultados obtidos em 2006 pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), que a cada três anos realiza a avaliação comparada do ensino no mundo com o objetivo de produzir indicadores dos sistemas educacionais, mostrou que entre 57 países participantes do estudo, o Brasil ficou em 52º Ciências  e 54º em Matemática.

Todos os estudos indicam que o problema não está localizado diretamente nos alunos, mas nos professores, oriundos de cursos de Licenciatura de baixa qualidade, desvalorizados em termos de remuneração e expostos a poucas oportunidades de formação continuada, atualização e qualificação. Comprometido com o desenvolvimento da ciência no Brasil – e ciente da importância da formação de profissionais de qualidade para a educação dos brasileiros – o IOC investe desde 2004 no ensino de ciências através do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Biociências e Saúde. Mais

Tania Araújo-Jorge

20 anos do isolamento do vírus da Aids no Brasil

Em 1987, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC) dava uma contribuição fundamental à ciência brasileira ao isolar o vírus HIV tipo 1 (HIV-1) pela primeira vez no Brasil e na América Latina. Os pesquisadores envolvidos no episódio tiveram a coragem de trabalhar com um patógeno desconhecido, que levava rapidamente a óbito e causava pânico em todo o mundo. Com a ousadia que cabe aos pioneiros, estes homens e mulheres desenvolveram o primeiro kit para diagnóstico do HIV-1 no país e abriram caminho para a luta pelo controle de qualidade do sangue – que até então era alvo de comércio no Brasil. O isolamento possibilitou a identificação dos tipos de vírus circulantes no país, permitindo estudos imunológicos, genéticos e epidemiológicos sobre o patógeno. Acompanhe a seguir a cobertura do evento que na última segunda-feira, 3 de dezembro, reuniu os pesquisadores envolvidos no isolamento do HIV-1 no Brasil em edição especial do Centro de Estudos do IOC. Leia também a reportagem especial sobre os caminhos desta descoberta.

Debate reuniu cientistas que participaram do isolamento do HIV-1, em 1987
Os pesquisadores Bernardo Galvão, Fernando Sion, Monika Barth e Dumith Chequer Bou-Habib, integrantes da equipe que isolou o HIV-1 pela primeira vez no Brasil, participaram do evento em comemoração aos 20 anos da iniciativa. mais

O vírus da Aids, 20 anos depois
Acompanhe em reportagem especial os detalhes e antecedentes da iniciativa, o trabalho dos cientistas que desenvolveram as técnicas necessárias para o isolamento do HIV-1 e suas conseqüências sociais e científicas. mais

Galeria de Imagens

IOC - CIÊNCIA PARA A SAÚDE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
Mais notícias do IOC em www.ioc.fiocruz.br. Envie sugestões de pauta para jornalismo@ioc.fiocruz.br.

  Arquivo2010