Publicação do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz - Ano XIII - n0 32 - 18/10/2007

 

Curso Visitando a Imunologia apresenta teorias inovadoras de pesquisador chileno

Entre os dias 16 e 18 desse mês foi realizado, pelos Programas de Pós-Graduação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), o curso Visitando a Imunologia, coordenado pelo pesquisador Nelson Monteiro Vaz, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Vaz debateu os estudos do chileno Humberto Maturana, um dos principais representantes da biologia do conhecer, uma abordagem polêmica e pouco ortodoxa da ciência. 

Gutemberg Brito
Nelson Vaz é um dos principais estudiosos da obra do chileno Humberto Maturana no Brasil

A biologia do conhecer se baseia em uma releitura histórica de conceitos clássicos da imunologia, biologia e medicina e traz proposições polêmicas e inovadoras para várias áreas do conhecimento humano. Apesar de centrado no debate sobre a imunologia, o curso também teve palestras que reuniram especialistas em epistemologia, biologia, filosofia e lingüística de vários estados do Brasil e até do exterior. “As idéias de Maturana são um conceito biológico novo, pouco conhecido no Brasil, que propõem uma releitura da forma como se vê a ciência e a medicina”, explica Vaz, que é estudioso de questões epistemológicas da Imunologia, além de um dos principais defensores das idéias de Maturana no Brasil nas últimas décadas.

Gutemberg Brito
O curso Visitando a Imunologia apresentou uma nova abordagem sobre conceitos clássicos da imunologia, da biologia e da medicina

 

Dentre os 80 inscritos no curso, cerca de 50% eram alunos de pós-graduação das várias unidades da Fiocruz. Para Milton Moraes, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC, o contato com diferentes formas de entender o conhecimento é indispensável para a formação de um pesquisador. “A qualidade das pesquisas pode melhorar muito ao agregarmos outras formas de pensamento ao conhecimento que já possuímos”, acredita.

Essa opinião parece ser compartilhada pelos alunos Karina Rebelo, estudante de mestrado que desenvolve seu projeto no Laboratório de Biologia Molecular de Doenças Endêmicas do IOC. Ela acredita que o curso ajuda a preencher uma lacuna na formação superior. “De uma maneira geral, falta uma disciplina nas pós-graduações que trate da filosofia da ciência, dos paradigmas da biologia”, acredita. Já para Ana Carolina Valente, técnica do Laboratório de Simulídeos e Oncocercose do IOC, o mais importante do curso foi ter ajudado a expandir seu entendimento sobre a ciência. “Passei a perceber que existem outras possibilidades, outras abordagens, que ampliaram meu campo de visão”, afirma.   

Gutemberg Brito
Para Ana Carolina Valente(e) e Karina Rebelo(d) o curso representou uma oportunidade de expandir seu entendimento sobre a ciência.

 

 

Marcelo Garcia

 

 

IOC - Ciência para a Saúde da População Brasileira