Publicação do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz - Ano XIII - n0 8 - 24/04/2007

 

Hélio Pereira (1918-1994)
Helio

Hélio Gelli Pereira contribuiu de forma decisiva para o desenvolvimento da Virologia. Fez descobertas que modificaram a ciência tanto no Brasil como no exterior, mesmo com os poucos recursos e condições que os anos 80-90 ofereciam. Tinha uma postura de humildade frente à ciência e sempre aconselhava a responder os desafios com trabalho.

Naturalizado cidadão da Inglaterra em 1957, onde foi Chefe da Divisão de Virologia do Instituto Nacional de Pesquisas Médicas e chefe de Departamento de Virologia em universidade. Teve sua carreira no Instituto Oswaldo Cruz marcada por dois períodos: entre 1948 e 1951, quando iniciou sua carreira, e na sua volta após a sua aposentadoria na Inglaterra, onde aqui permaneceu de 1979 a 1994, quando faleceu.

As pesquisas, o entusiasmo para o trabalho e a dedicação do Dr. Pereira tornaram-no conhecido internacionalmente e merecedor de várias nomeações e honrarias nacionais e internacionais, dentre as quais a de Fellow of Royal Society, Fellow of the Institute of Biology e o Prêmio Carlos Findlay (UNESCO). Estas qualidades serviram de exemplo e fizeram-no ajudar muitos cientistas jovens, quer orientando quer supervisionando seus projetos, tendo a maioria destes projetos surgido a partir de problemas de saúde pública locais.

Os estudos com rotavírus como agente etiológico de gastroenterite infantil tiveram início no Departamento de Virologia em 1980 com a vinda do Dr. Hélio Pereira para o IOC, quando foi criado o Laboratório de Diarréias Virais e foram descritos os primeiros eletroferótipos do RNA dos rotavírus A circulantes em alguns estados brasileiros. Em seguida, por uma análise conjunta utilizando técnicas de microscopia eletrônica (ME), ensaio imunoenzimático (EIE) e eletroforese em gel de poliacrilamida foram aqui também descritos, pela segunda vez no mundo, os “rotavírus atípicos", classificados como Rotavírus C. Iniciaram-se também os estudos com os Adenovírus Entéricos, que resultaram nos primeiros relatos destes vírus em países em desenvolvimento e na padronização do EIA para a detecção simultânea de rotavírus e adenovírus (EIERA), metodologia repassada a Bio-Manguinhos para produção e à Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública do Ministério da Saúde (CGLAB- MS) para distribuição.

Hélio Gelli Pereira realizou importantes trabalhos com os adenovírus, sendo muitas vezes citado como “adenovirologista”, segundo ele mesmo um “adenovirologista tipo 5”, devido à dedicação em suas pesquisas a este sorotipo. Em In memorian Helio Gelli Pereira (1918-1994), Brian Mahy e Fred Murphy afirmam: “Helio nunca será esquecido. Ele deixa para seus colegas e amigos uma maravilhosa herança – uma herança de infecciosa natureza boa, entusiasmo para o trabalho e muitas únicas contribuições para a ciência da virologia”.

 

 

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