Publicação do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz - Ano XIII - n0 16 - 21/06/2007

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Fiocruz Pra Você: diversão e conhecimento unidos pela ciência
Através de jogos e brincadeiras, crianças e adultos aprendem sobre saúde e ciências

No último sábado, 16 de junho, o Dia Nacional de Vacinação contra a Poliomielite trouxe cerca de 21 mil pessoas ao Fiocruz Pra Você. Desde 1994 o evento promove, além da imunização de milhares de crianças, a divulgação da ciência. Apostando na interação entre informação e entretenimento, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC) contou com a participação de 130 voluntários, que em 17 atividades mostraram ao público como a ciência pode ser divertida.

Demetrio

Exclesa de Lourdes e o neto Demétrio Augusto, de 5 anos, conhecem a leishmaniose e seus vetores. "Nunca tinha ouvido falar nessa doença, agora sei como me prevenir", conta Lourdes (esq). À direita, o menino é apresentado ao Megalobulinos, espécie nativa de caramujo.

As atividades do IOC receberam crianças interessadas em aprender, descobrindo como essa tarefa pode tornar-se mais fácil por meio de jogos e brincadeiras. Caroline, de 10 anos, e Aline, de 9, visitaram diversos estandes. “Eu vi os bichos que vivem na água, o pessoal da Aids e os mosquitos, com asinhas pequenas”, Caroline conta. Aline é enfática: “Gostei de três coisas: as moscas diferentes, as abelhinhas pequenas e o barbeiro aberto”. Caroline e Aline, acompanhadas da mãe Eliane, resumem: “Tudo aqui é muito interessante!”

Caroline e Aline

As irmãs Caroline e Aline conheceram os diferentes sons que os mosquitos emitem durante a cópula

Camila e Taísa, de 6 e 7 anos, entusiasmaram-se com as atividades e suas explicações. ”Eu vi um bichinho e a moça me ensinou que ele pica e pode causar a doença de Chagas”, explica Taísa, que desde os 3 anos visita anualmente o Fiocruz Pra Você, incentivada pela mãe. Renan, que passeou por todos os estandes do IOC, sintetiza o espírito do evento: “Hoje eu conheci o caramujo brasileiro, que tem borda vermelha, e o africano, que não tem borda e pode transmitir doenças. Botei uma luva e pude pegar neles com as minhas próprias mãos! Assim é muito mais fácil aprender!”, comemora.  

Renan
Renan, de 11 anos, aprendeu a diferença entre espécies de caramujos nativos e africanos

Na varanda do Castelo Mourisco, a exposição da Coleção Entomológica colocou à disposição do público o acervo de insetos que representa um verdadeiro cardápio da biodiversidade brasileira. O futuro biólogo André Carlos, de 7 anos, comparou as peças à sua coleção de cartas ilustradas. “Eu já conhecia a maioria desses insetos, mas alguns deles eu só tinha visto nas cartas que coleciono ou em desenhos animados, como o bicho-pau. Uma das minhas cartas tem essa libélula, só que com a cauda bem maior”, compara, referindo-se ao longo abdômen do animal. Além de impressionar visitantes e voluntários do evento com os conhecimentos sobre insetos, André Carlos deu aos coleguinhas uma verdadeira aula de prevenção à dengue a partir dos conhecimentos adquiridos na atividade do IOC sobre a doença.

André Carlos
Na Coleção Entomológica, André Carlos, de 7 anos, reconheceu os insetos que coleciona em cartas de papel

O estande Ciência viva das águas, resultado da parceria entre o Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental do IOC e o projeto Agente das Águas, que monitora a qualidade da água de rios, lagos e cachoeiras e está presente na Bacia do Rio Paraná 3, em convênio com a Itaipu Binacional, e no município Engenheiro Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro, apresentou aos visitantes insetos aquáticos utilizados como bioindicadores da qualidade da água. Além de observar através de lupas insetos vivos e mortos, fixados em álcool a 70%, as crianças puderam aplicar os conhecimentos adquiridos por meio de desenhos e quebra-cabeças. “A visitação foi intensa, principalmente das crianças. As pessoas perguntavam e participavam das atividades propostas. Acho que foi uma boa socialização do conhecimento e das pesquisas que ocorrem no IOC. As pessoas tiveram uma boa visão sobre o que ocorre aqui”, comenta Luciana Leda, coordenadora do projeto Agente das Águas no município de Engenheiro Paulo de Frontin e voluntária do Fiocruz Pra Você.

Max Bradão
No stand Ciência viva das águas, Max Brandão, de 9 anos, observa organismos sensíveis que funcionam como bioindicadores da qualidade da água

Uma iniciativa diferente teve espaço nesta edição do Fiocruz Pra Você: 24 estudantes do Ensino Médio estiveram presentes como voluntários da Sala de Jogos do IOC. Alunos das biólogas Roberta Viola e Ana Paula Barros, que cursam especialização no programa de pós-graduação em Ensino e Biociências e Saúde do IOC, os estudantes aplicaram com os visitantes jogos de promoção da saúde confeccionados por eles mesmos em sala de aula. As atividades incluíam temas como higiene e estrutura de DNA.

Para Arthur Souza da Costa, do Colégio Presidente Washginton Luis, em Saquarema (RJ), a experiência superou as expectativas. “Gostei muito de participar do Fiocruz Pra Você. Além de aplicar nossas atividades, tive a oportunidade de conhecer o Castelo Mourisco e o Museu da Vida”. Gustavo Ferreira, de 17 anos, aluno do Centro Educacional Santa Mônica, em Santa Cruz, ressaltou a empolgação da turma: “Todos estávamos muito animados para atuar como voluntários no Fiocruz Pra Você, que é um evento muito produtivo. Tivemos a oportunidade de propagar informações que aprendemos em sala de aula e, de quebra, aprender coisas novas”, disse.

Crianças no Stand
Alunos do ensino médio participaram como voluntários na sala de jogos do IOC

Difícil dizer quem estava mais empolgado: os estudantes, que puderam observar a aplicação prática dos jogos que desenvolveram, ou os visitantes do estande. “Aprendi que é muito importante estar sempre limpinha”, disse Rafaela, de 9 anos, demonstrando os novos conhecimentos adquiridos nas atividades orientadas pelos estudantes. Sua mãe, a dona de casa Marlene Jorge de Lima, traz pelo menos seis crianças para visitar os estandes do IOC no Fiocruz Pra Você, todo ano. “Hoje já conheci um pouco sobre o mosquito da dengue e também sobre o ritmo do corpo. Eu aprendo junto com as crianças”, resumiu.

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Bel Levy, Gustavo BArreto e Renata Fontoura

 

 

IOC - Ciência para a Saúde da População Brasileira