Publicação do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz - Ano XIII - n0 05- 29/03/2007

 

IOC realiza segunda edição do Curso de Transporte de Material Biológico

Fruto de uma parceria entre o Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e a empresa Imer do Brasil, especializada na produção de embalagens para transporte, o II Curso de Transporte de Material Biológico, promovido pela Comissão Interna de Biossegurança do IOC (CIBio/IOC) entre os dias 20 a 22 de março, capacitou pesquisadores e profissionais da área científica para o adequado transporte de materiais biológicos. Um dos principais objetivos do curso foi disseminar as normas de segurança nacionais e internacionais, estimulando sua aplicação na rotina da pesquisa. O curso é o primeiro da modalidade na Fiocruz.

Gutemberg Brito
O instrutor Aluisio Corrêa informa sobre normas internacionais
que regulamentam e padronizam o transporte de material biológico

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês), materiais biológicos podem ser classificados em duas categorias: material infeccioso (categoria A) e não-infeccioso (categoria B). A primeira inclui substâncias que podem trazer risco para a vida – como doenças fatais ou incapacidades permanentes – e é classificada como UN 2814 ou UN 2900. Reconhecida como UN 3373, a categoria B integra materiais compostos por substâncias não-infecciosas. Para a segurança dos profissionais, cada categoria deve obedecer a normas específicas de transporte e biossegurança.

Questões sobre legislação nacional, classificação de mercadorias, identificação da classe correta do item e do nome próprio para embarque estavam entre os principais pontos abordados. Também foi discutida a acomodação correta da carga em embalagens padronizadas pelo Regulamento para Transporte de Cargas Perigosas da IATA e pelo Orange Book da ONU – documento que reúne recomendações internacionais para o transporte de cargas perigosas. No curso foram destacadas também as responsabilidades específicas do remetente de material: classificar o embarque, determinando se este é perigoso ou não; identificar a classe correta, o nome próprio para embarque e número UN; e providenciar a documentação original pertinente ao embarque.

Gutemberg Brito
Entre os participantes, o saldo positivo do curso é unânime: informação e conscientização são imprescindíveis à segurança dos profissionais no transporte de cargas perigosas

Uma apostila distribuída durante a capacitação inclui diversos exemplos de certificados e autorizações que estão de acordo com as normas internacionais e apresenta esquemas simplificados sobre como preencher os formulários exigidos. A cartilha informa que transportadoras aéreas só podem se responsabilizar por materiais biológicos embalados apropriadamente e despachados como carga aérea e que o transporte deste tipo de material em bagagem de mão ou despachada por passageiros no momento do embarque não é permitido.

O curso registrou um aumento de 40% de participantes em relação à edição de 2006 e teve as inscrições preenchidas em tempo recorde. O analista de recursos humanos do IOC Eduardo Borges resume a importância do curso: “Esta capacitação corresponde a uma grande demanda do Instituto, que possui um ciclo contínuo de entrada e saída de pesquisadores”, sugere.

Gustavo Barreto



IOC - Ciência para a Saúde da População Brasileira