Publicação do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz - Ano XIV - n0 14- 09/10/2007

 

Ensino solidário: ampliando os horizontes e internacionalizando a pós-graduação

Desde as suas origens, a proposta do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) é integrar a atividade de pesquisa biomédica com a formação de profissionais em saúde altamente especializados. Hoje com seis Programas de Pós-graduação no Rio de Janeiro, o IOC preocupa-se também em auxiliar o desenvolvimento de programas educacionais em outras instituições de pesquisa - esforço que ultrapassa as fronteiras brasileiras. Os docentes do IOC começam a se acostumar com as siglas Minter, Dinter e Procad, programas da CAPES para Mestrado e Doutorado inter-institucionais e para Cooperação Acadêmica. Com a mesma excelência que presta serviços de referência a organismos internacionais como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o IOC colabora para a formulação e
implementação de programas de pós-graduação em outros países, compartilhando experiências, disponibilizando docentes e recebendo estudantes.

Resultados concretos e positivos foram conquistados recentemente, em parcerias firmadas com Argentina, Angola e Moçambique. Na Argentina, a colaboração com a com a Administração Nacional de Laboratórios e Instituições de Saúde da Argentina (ANLIS, na sigla em espanhol) comemorou, nesta segunda-feira, a inauguração do curso de mestrado em Biologia Celular e Molecular do Programa brasileiro de mesmo nome no IOC. São oito disciplinas, ministradas presencialmente por pesquisadores do IOC, ENSP, ICC e BioManguinhos, com custos pagos pela ANLIS. Os trabalhos de conclusão de curso serão orientados a distância pelos docentes brasileiros e co-orientados por pesquisadores argentinos. É previsto, ainda, que os alunos complementem seus trabalhos com estágios de dois ou três meses nos laboratórios de seus orientadores do IOC. Esse é o mesmo sistema já testado com sucesso em Moçambique.

No continente africano, iniciativas em Angola e Moçambique também vêm se concretizando. A parceria do IOC com o governo angolano e a Fundação Eduardo Santos (FESA), iniciada em 2006 para a formação de profissionais de saúde, já rende os primeiros resultados com a conclusão de quatro teses de mestrado. Os trabalhos contemplam temas de grande relevância para aquela região: Aids, malária e hepatites. Os estudos, que envolveram trabalho de campo
desenvolvido em Angola, são importantes para orientar os esforços em saúde pública na África e para a obtenção de mais detalhes sobre as especificidades das variantes africanas das doenças estudadas.

Fruto de iniciativa solidária do governo brasileiro, da Fiocruz e do IOC, o Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde foi iniciado em Moçambique no final de março para aperfeiçoar a formação de pesquisadores locais. Os profissionais estão sendo capacitados para atuar diretamente na melhoria dos sistemas de saúde dos países africanos, em atividades de pesquisa e controle das diversas epidemias que atingem a região. A oportunidade de contribuir para o desenvolvimento da Saúde Pública na África surgiu em 2006, a partir de um pedido do próprio governo de Moçambique, país destruído por quase 20 anos de guerras.

A expansão da tradição e da excelência do IOC em ensino na área biomédica é uma grande responsabilidade e representa o primeiro grande passo para uma mudança positiva na formação em ciência e saúde. Seguimos adiante, com grandes expectativas. E parabenizando os colegas que assumem pelo IOC essas responsabilidades. É um privilégio e uma oportunidade pessoal incrível estar na direção do IOC nesse momento e poder viver alegrias como a que vivi na última segunda-feira participando na Argentina de mais essa iniciativa do IOC.


 

 

 

 

 

IOC - Ciência para a Saúde da População Brasileira