Modernização da estrutura organizacional na Fiocruz:
o desafio de encontrar convergências na diversidade
Dias 19 e 20 de junho o CD-Fiocruz se reuniu para um debate sobre a estrutura organizacional geral e de cada uma das suas Unidades. O que é a Fiocruz? Uma federação de unidades independentes? Uma confederação? Uma holding ? Ou uma organização profissional única segmentada, ou seja, cujas unidades dividem e compartilham atividades interconectadas por um plano geral único (o Plano Quadrienal)?
Após 16 horas de apreciação dos organogramas de cada Unidade finalística técnico-científica e de cada setor da Presidência e das Unidades de apoio, alguns consensos e muitos dissensos começaram a se delinear mais claramente.
Um consenso é sobre a riqueza da diversidade e necessidade de preservação dessa diversidade, encontrando-se elementos comuns que possam servir à organização de todas as unidades, evitando-se qualquer duplicação ou superposição de estruturas entre e intra- unidades. Foram absolutamente consensuais a necessidade de criação de estruturas horizontais de ligação de programas, ações e objetivos do PPA, a busca de estruturas organizacionais flexíveis, o fortalecimento da gestão participativa, o compartilhamento de estruturas multi-usuários, a preocupação voltada ao diálogo com os usuários, e o fortalecimento de instâncias de gestão administrativa e de gestão tecnológica. Também evoluiu para o consenso a institucionalização das vice-direções nas Unidades, para que o compartilhamento da responsabilidade diretiva seja claramente assumido por uma equipe colegiada.
A liberdade para definição de laboratórios ou departamentos como base da estrutura nas Unidades finalísticas também ficou acertada, tendo “grupos de pesquisa” cadastrados no diretório do CNPq como unidade de agregação e os critérios de credenciamento de laboratórios do IOC como diretrizes gerais a serem adaptadas nas unidades. Limites para o crescimento incremental precisarão ser definidos, assim como tantas outras questões polêmicas.
Na nossa avaliação, o processo em curso realmente saiu do plano do debate quantitativo de redistribuição de DAS e entrou na linha de construção do futuro da Fiocruz.
Tania Araújo-Jorge e Claude Pirmez