Publicação do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz - Ano XII - n0 35 28/09/2006

 

IOC forma a primeira turma de mestrado acadêmico em Ensino em Biociência e Saúde

Os 42 alunos da primeira turma de mestrado do Programa de Pós-graduação em Ensino em Biociência e Saúde (PGEBS) do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) receberam seus diplomas na última sexta-feira, dia 22. A cerimônia contou com programação especial de palestras sobre os avanços e desafios do PGEBS, as experiências e perspectivas em relação à Fiocruz e a área em que está inserida na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A vice-Coordenadora da Área de Ensino de Ciências e Matemática da Capes, Tania Mendonça Campos, apresentou as diretrizes da área em palestra e durante o coquetel não se conteve: "A Capes tem orgulho de vocês", admitiu.

“A experiência de 20 anos de trabalho com ensino e popularização da ciência na Fiocruz foi percebida e efetivada através da criação deste Programa. Além de livros, jogos, cursos e do próprio Museu da Vida, todos os nossos programas albergavam a área de ensino”, afirmou a diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, que antes de assumir a diretoria do Instituto foi coordenadora da PGEBS.

Gutemberg Brito
Acompanhada pelo corpo docente (ao fundo), Tania Araújo-Jorge palestra sobre a formação do programa

Implantado em 2003, o Programa recebeu 103 matrículas de 2004 a 2005 e hoje conta com um total de 42 dissertações de mestrado e 1 tese de doutorado defendidas. A PGEBS já alcançou o conceito 4 na Capes e é oferecida nas modalidades mestrado acadêmico, mestrado profissional e doutorado. Ensino e aprendizagem, Educação em saude, ambiente e trabalho, Representações sociais, Saberes populares e cidadania, Divulgação, popularização e jornalismo e Ciência e arte são as cinco linhas de pesquisa trabalhadas. “É um programa inter-unidades, que apresenta diversidade no corpo discente e docente e faz uma relação entre o ensinar, o aprender e o produzir conhecimento, além de avaliar e construir os meios que façam sentido neste contexto”, Tania apontou.

Convidada para falar sobre a importância do Programa no contexto da Fundação e coordenar a mesa redonda, Maria do Carmo Leal, vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, ressaltou que a pós-graduação nesta área reflete a missão da Fundação. “A ocasião é motivo de celebração não só para o IOC, mas também para a Fiocruz. Este Programa tem um grande significado, já que insere dentro das escolas conteúdos da saúde e da ciência com competência, beleza e compromisso social”.

Gutemberg Brito
Os estudantes comemoram a formatura

Em seguida, a vice-coordenadora da Área de Ensino de Ciências e Matemática da Capes, Tânia Campos, comentou a participação acadêmica na construção de um país melhor e explicou os métodos e quesitos da avaliação realizada pela Capes nos cursos de pós-graduação. “O que diferencia um programa e faz com que tenha nota máxima é o intercâmbio e a produção intelectual que resulta dele”, afirmou. Além disso, a vice-coordenadora discutiu a criação da área onde a PGEBS está inserida. “Esta área foi criada para entender como nossas crianças, jovens e adultos aprendem e gerar resultados de pesquisas que possam contribuir para o aprendizado. É uma honra ter dentro de nossa área um curso como este, com foco principal na saúde”.

Para o coordenador do Programa, Julio Viana Barbosa, o momento é a confirmação de que é possível levar a linha de pesquisa básica a professores para que possam ser multiplicadores de seus resultados. “É preciso divulgar o conhecimento para a sociedade. Este é o verdadeiro papel do cientista, que não pode se limitar ao laboratório. Hoje estamos realizando um sonho”, comemora. Segundo o coordenador, o principal desafio a ser vencido é o de manter a diversidade que caracteriza o programa. “Ter um corpo docente variado e uma linha conjunta para desenvolver a pesquisa é algo complexo, mas já provamos ser possível. Isso gera um aprendizado para todos nós”, Julio sintetiza.

Gutemberg Brito
Julio Vianna, coordenador do programa, ressaltou que o papel do cientista não pode se limitar ao laboratório

Lúcia de La Rocque, uma das professoras integrantes do corpo docente, dentre muitos presentes, relembrou o momento de ingresso no programa: “Foi um inicio titubeante porque era algo totalmente novo. Achei muito corajoso o fato de pessoas das mais diversas áreas serem chamadas. Eu mesma pensei que não iria orientar ninguém porque trabalho com a visão da ciência na literatura”, conta. “Com o tempo, percebi que fui chamada justamente para trazer este olhar diferente. Acabei aprendendo muito com os alunos e orientei trabalhos maravilhosos, o que foi extremamente compensador”, destacou.

A receptividade para a inovação foi um dos fatores que fez com que Cláudia Kamel escolhesse o curso. “Trabalho há 20 anos com história em quadrinhos e a minha proposta era fazer uma análise da potencialidade da obra de Maurício de Souza dentro da sala de aula. Aqui, encontrei o ambiente ideal para desenvolver o projeto, uma orientação maravilhosa e ainda precisei me lançar em outras frentes, não fiquei só dentro da instituição”, acrescenta a formanda.

Todos os alunos que concluíram seus mestrados foram apresentados, com o nome de suas dissertações anunciado para o conhecimento da diversidade da produção acadêmica do programa, e receberam seus canudos. Ao final da cerimônia, que aconteceu no auditório do Pavilhão Arthur Neiva, o corpo docente foi homenageado pelos formandos.

 

Renata Fontoura

 

IOC - Ciência para a Saúde da População Brasileira