Publicação do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz - Ano XII - n0 35 28/09/2006

 

XI Seminário Laveran & Deane reúne diferentes gerações de pesquisadores para discussão de projetos de tese de mestrado e doutorado sobre malária

Na semana passada, de 18 a 22 de setembro, a ilha de Itacuruçá, Rio de Janeiro, tornou-se ponto de encontro de diferentes gerações de pesquisadores para o debate sobre malária, importante desafio à saúde pública mundial, durante o XI Seminário Laveran & Deane (SL&D). Encontro científico tradicional sobre o tema, o Seminário teve sua criação inspirada em extinto evento francês, cujos realizadores participam – e aprovam – a edição brasileira organizada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC).

“Mais de uma vez os criadores do evento francês que inspirou o SL&D compareceram ao nosso encontro e são categóricos quanto à qualidade de nossa edição, ao elogiar a estratégia elaborada pela organização para prestigiar a participação de alunos jovens”, comemora Cláudio Tadeu Daniel Ribeiro, chefe do Departamento de Imunologia do IOC e organizador do evento. “O incentivo à participação de jovens pesquisadores é uma das principais propostas do Seminário: os alunos apresentam seus trabalhos e os professores só têm a palavra após o término da palestra. Os estudantes adquirem confiança e sentem-se bastante satisfeitos por terem seus projetos analisados em profundidade por especialistas renomados”. Participaram 14 estudantes de cursos de pós-graduação stricto sensu e três ouvintes, além de 17 docentes, incluindo 14 professores convidados e três monitores.

Durante o Seminário, os jovens pesquisadores estabelecem uma relação tutelar com especialistas consagrados (dois tutores para cada aluno e dois tutelados para cada professor), com quem convivem intensamente por cinco dias – do café da manhã ao encontro musical após o jantar. “Essa relação é interessante porque se por um lado reforça os laços de admiração e respeito entre aluno e professor, por outro aproxima pesquisadores jovens e experientes e desmistifica profissionais renomados, antes conhecidos somente como nomes de autores de artigos científicos que os alunos sabem quase de cor”, o organizador ressalta.

Outro aspecto interessante do SL&D é a pluralidade temática e a diversidade de procedência dos projetos. “Participam estudantes de todo o Brasil, que apresentam trabalhos sobre diversas áreas da malariologia – da química fina ao ensino; da biologia molecular à terapêutica. Para atender essa demanda, selecionamos professores capazes de abarcar essa pluralidade e percebemos a cada ano a importância de incluir pesquisadores não-malariólogos, que só têm a contribuir para o debate”, Cláudio conclui.

Renata Fontoura e Bel Levy

 

IOC - Ciência para a Saúde da População Brasileira