IOC é único membro da América Latina em iniciativa da OMS para controle de doenças parasitárias

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC) é a primeira instituição de pesquisa da América Latina a participar do Partners for Parasite Control (PPC) – Parceiros para o Controle de Parasitos – da Organização Mundial de Saúde (OMS). A iniciativa reúne agências das Nações Unidas, instituições de pesquisa, universidades, empresas privadas e organizações não-governamentais de todo o mundo com o objetivo de trocar conhecimentos e informações para o controle de doenças parasitárias negligenciadas, com ênfase em esquistossomose, geohelmintoses e filariose linfática.

Outro objetivo da parceria é acompanhar o cumprimento da Resolução 54.19, fruto da 54ª Assembléia Mundial da Saúde, realizada em 2001. O documento estabelece, entre outras metas, o tratamento de, pelo menos, 75% das crianças em idade escolar sob risco de esquistossomose e geohelmintoses até o ano de 2010. A inclusão do IOC como membro do PPC aconteceu no último mês de dezembro.

Para Otávio Sarmento Pieri, chefe do Laboratório de Eco-Epidemiologia e Controle da Esquistossomose e Geohelmintoses do IOC e coordenador da parceria, a contribuição do Instituto será muito significativa. “Temos uma capacidade instalada e, por isso, nossa participação somará para que o Brasil possa alcançar as metas estabelecidas. O IOC tem vários grupos de pesquisa com larga experiência sobre a epidemiologia e controle da esquistossomose e outras verminoses em áreas de alta e baixa prevalência, bem como para a educação em saúde”, ressalta.

Um dos exemplos é o estudo realizado pelo Laboratório de Eco-Epidemiologia da Esquistossomose e Geohelmintoses em cooperação com o Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (CQpAM), também da Fiocruz, na Zona da Mata pernambucana. A pesquisa apontou que, nesta região endêmica, o parasito causador da esquistossomose está presente em 14% das mais de 11,2 mil crianças das 217 escolas de ensino fundamental que foram estudadas entre setembro de 2004 e outubro de 2005. “Este resultado chama atenção dos gestores de saúde para a importância das medidas de controle na região”, Otávio dispara.

O pesquisador observa ainda que a cooperação entre as unidades da Fiocruz que fazem parte do Programa Integrado de Esquistossomose é um outro aspecto importante para a atuação no PPC. “O apoio oficial que recebemos no IOC pode ser formalizado em outras unidades. A Fiocruz, como um todo, está pronta para colaborar”, finaliza.

Por Renata Fontoura
13/04/2006
   

 

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