Especialistas do IOC tornam-se pesquisadores eméritos da Fiocruz

Durante a cerimônia de apresentação dos novos servidores da Fiocruz, programada para as 15h desta segunda-feira, dia 11, em frente ao Castelo Mourisco, o malacologista Wladimir Lobato Paraense e o tropicalista José Rodrigues Coura , pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) respectivamente desde 1940 e 1979, receberão o título de Pesquisadores Eméritos da Fiocruz, o mais alto reconhecimento concedido pela instituição.  

Especialista em doenças infecciosas e parasitárias, o tropicalista José Rodrigues Coura , chefe do Departamento de Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz, acumula inúmeras iniciativas para o controle de importantes problemas de saúde pública do Brasil, como a ocorrência de malária, esquistossomose e doença de Chagas em áreas endêmicas do país. O pesquisador é também editor da revista de divulgação científica mais antiga da América Latina, Memórias do Instituto Oswaldo Cruz . Sua ampla contribuição para o avanço da pesquisa biomédica no país é reconhecida por uma série prêmios, como a medalha de honra ao mérito Roched Abib Seba, oferecida ao pesquisador pela Academia Fluminense de Medicina na última quinta-feira, dia 7 de dezembro, por sua trajetória como médico e humanista. Ainda este ano Coura tornou-se professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro e recebeu o segundo lugar do Prêmio Jabuti de literatura, na categoria Melhor Livro de Ciências Naturais e Ciências da Saúde, com a obra Dinâmica das Doenças Infecciosas e Parasitárias.

Reconhecido como um dos mais importantes malacologistas do mundo, responsável pela identificação dos caramujos vetores da esquistossomose, o pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz Wladimir Lobato Paraense ingressou no IOC em 1940 percorreu o Brasil e quase todo o continente americano a convite da Organização Pan-Americana da Saúde em pesquisas de campo. Durante esta peregrinação, identificou dez novas espécies. Descobriu também o ciclo exoeritrocitário da malária – primeira comprovação da existência do ciclo de vida dos parasitas do gênero Plasmodium , causadores da doença, antes do ingresso na corrente sangüínea. Em reconhecimento a esta trajetória científica brilhante, a carreira do pesquisador foi escolhida como tema para o segundo volume da série de documentários Cientistas Fluminenses , produzida pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Lobato aposentou-se no cargo de pesquisador, mas não se afastou das bancadas científicas. Aos 92 anos trabalha diariamente no Departamento de Malacologia do IOC, como chefe de laboratório. Ambos, Coura e Lobato, continuam trabalhando ativamente no IOC. Os pesquisadores também têm em comum terem recebido a comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico.

Bel Levy
11/11/06