IOC é homenageado na comemoração dos 30 anos de Bio-Manguinhos


Há 30 anos a história da produção de vacinas no Brasil presenciava um marco definitivo. Com a criação do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz), em 1976, teve início uma nova fase de compromisso público com a produção de vacinas para atender a demanda nacional. A trajetória bem-sucedida de Bio-Manguinhos, maior fornecedor de vacinas do Ministério da Saúde, teve base no legado centenário do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), entidade pioneira na criação e produção de vacinas para febre amarela e varíola. Para marcar esta parceria, perpetuada até os dias atuais, o 1º Simpósio Internacional sobre Imunobiológicos e Saúde Humana, que comemorou os 30 anos de Bio-Manguinhos, foi momento também de uma homenagem à contribuição fundadora do IOC.

Foto: Ana Limp
Akira Homma, diretor de Bio-Manguinhos, entrega placa comemorativa a Tania Araújo-Jorge, diretora do IOC

Durante a abertura do Simpósio, que entre 2 e 4 de maio discutiu estratégias para a área em painéis e mesas-redondas, o diretor de Bio-Manguinhos, Akira Homma, entregou uma placa comemorativa com a mensagem Ao Instituto Oswaldo Cruz: Fonte inesgotável de conhecimentos científicos e tecnológicos à diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, simbolizando a parceria entre as duas instituições.

Foto: Rodrigo Ávila

"Ao Instituto Oswaldo Cruz: Fonte inesgotável de conhecimentos científicos e tecnológicos", diz a homenagem

“A ligação entre o IOC e Bio-Manguinhos não é apenas histórica, não está restrita à importante transferência de tecnologia que aconteceu em 1976 quando o conhecimento acumulado pelos pesquisadores do IOC foi base para a criação de Bio-Manguinhos”, Tania sintetiza. “Hoje temos uma série de projetos em parceria nas áreas de produção de vacinas e de kits diagnóstico para importantes doenças no cenário da saúde pública brasileira. Para citar um exemplo, o vice-diretor de desenvolvimento tecnológico de Bio-Manguinhos, Ricardo Galler, é pesquisador cedido do IOC. Em 2006, estamos desenvolvendo em parceria 15 projetos de pesquisa em vacinas e oito em métodos diagnósticos." Homma completa: “A perpetuação desta parceria se dá na integração de idéias e pesquisas e no compromisso com a saúde pública do país. O IOC tem pesquisadores envolvidos até o último fio de cabelo nestas questões e Bio-Manguinhos procura dar continuidade a este trabalho, que é extraordinário.”

E o Instituto não foi o único homenageado. O virologista Hermann Schatzmayr, há 46 anos pesquisador do IOC, recebeu menção honrosa pela colaboração no desenvolvimento de vacinas e apoio às atividades de Bio-Manguinhos. O pesquisador conta que, na época em que ingressou no Instituto, existia no IOC uma Divisão de Vírus, que era responsável pela produção da vacina anti-amarílica e também da vacina contra varíola – ambas desenvolvidas por pesquisadores do IOC. “Entre 1960 e 1975, o IOC produziu 200 milhões de doses da vacina contra varíola. O último caso da doença foi em 1971 e o IOC pode se orgulhar de ter produzido todas as vacinas com que o Brasil erradicou a doença. Quando Bio-Manguinhos foi criado, em 1976, toda a tecnologia desenvolvida pelo IOC foi transferida para o novo Instituto de Imunobiológicos. Também foram transferidos pesquisadores e até mesmo instalações. A parceria, portanto, existe desde o próprio momento de criação de Bio-Manguinhos”, sintetiza.

Foto: Ana Limp
O pesquisador Hermann Schatzmayr,
homenageado na cerimônia

A parceria permanece ativa. “O teste de diagnóstico laboratorial para dengue atualmente produzido por Bio-Manguinhos foi desenvolvido pelo Laboratório de Flavivírus do IOC”, Hermann destaca. “Estamos desenvolvendo um teste rápido para diagnóstico da dengue e, da mesma forma, vamos transferir esta tecnologia para que Bio-Manguinhos possa produzir em escala para atender as necessidades do país.”

Por Raquel Aguiar
04/05/2006

Volta