Reunião técnica sobre febre maculosa reúne profissionais
de saúde
do Estado do Rio de Janeiro

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC)/Fiocruz realiza nesta quinta-feira, dia 5 de outubro, a Reunião Técnica sobre Febre Maculosa Brasileira no Estado do Rio de Janeiro. O encontro debaterá os aspectos epidemiológicos e os avanços no diagnóstico da febre maculosa, conscientizando profissionais de saúde de todo o Estado sobre a necessidade do diagnóstico precoce como forma de reduzir a letalidade da doença. O evento, organizado pelo Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do IOC (Laboratório de Referência Nacional para Rickettsioses), com apoio da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, da Vice-Presidência de Desenvolvimento Institucional e Gestão do Trabalho e da Vice-Presidência de Serviços de Referência e Ambiente da Fiocruz, abordará temas como aspectos epidemiológicos, transmissão, diagnóstico e tratamento.

Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses/IOC
A bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da febre maculosa

Causada pela bactéria Rickettsia rickettsii e transmitida ao homem, principalmente, pelo carrapato-estrela infectado, a febre maculosa é uma doença infecciosa aguda que depende de um rápido diagnóstico para que os sintomas possam ser revertidos. No Brasil, há relatos de casos no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Segundo o Ministério da Saúde, 386 casos foram registrados no país nos últimos dez anos, com 107 óbitos. Com a maior concentração na região sudeste, o estado do Rio de Janeiro está na terceira colocação em número de incidência com 55 casos registrados, sendo que destes pacientes 24% morreram.

As manifestações clínicas iniciais, após um período de incubação médio de 7 dias (podendo variar de 2 a 15 dias), são semelhantes a outras doenças infecciosas febris. O surgimento de lesões exantemáticas na pele aumentam o grau de suspeição, muito embora existam casos nos quais este sinal pode não ser detectado – no caso de pacientes afro-descendentes, por exemplo. Apesar da existência de técnicas moleculares, microbiológicas e da imunohistoquímica,  o teste sorológico é a técnica mais disponível  nos laboratórios de referência. Considerando que a detecção de anticorpos, na maioria dos pacientes, somente é possível após o 14º dia de doença, o tratamento deve ser iniciado imediatamente à suspeita, antes mesmo da confirmação laboratorial.  Caso o tratamento empírico e precoce, com base apenas no quadro clínico-epidemiológico, não seja iniciado, a infecção pode levar a morte em menos de 10 dias.

A Reunião, aberta para a participação de profissionais de saúde e representantes das secretarias municipais de saúde do Estado, será realizada das 9h às 16h, no auditório térreo da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), no campus da Fiocruz em Manguinhos (Av. Brasil, 4365 – Rio de Janeiro).

Confira a programação:

9h às 9h30: Abertura
Dr. Ary Miranda
Vice-Presidência de Serviços de Referência e Meio Ambiente da Fiocruz

Dra. Claude Pirmez
Diretoria do Instituto Oswaldo Cruz (IOC)

Dr. Aloysio Ribeiro Araújo
Diretor do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro

9h30 às 10h: Apresentação musical
Wendel, Brenda e Endéa, jovens músicos da comunidade Parque União, apresentam a performance de música erudita Os Três Irmãos

Apresentação
Dra. Susie Andrews
Universidade Federal do Rio de Janeiro

10h às 10h50: Febre maculosa brasileira: aspectos epidemiológicos
Dr. Gualberto Teixeira dos Santos
Assessoria de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro

10h50 às 11h15: Carrapatos reservatórios da febre maculosa
Dr. Gilberto Gazeta
Laboratório de Ixodídeos do IOC

11h15 às 11h35: Hospedeiros vertebrados na manutenção do ciclo da febre maculosa no Rio de Janeiro
Dr. Paulo Roberto de Almeida Barbosa
Coordenação de Vigilância Ambiental em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro

11h35 às 12h: Discussão

12h às 13h: Intervalo para lanche

13h às 14h15: Diagnóstico clínico e laboratorial / tratamento
Dra. Elba Lemos
Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do IOC

14h15 às 14h55: Fluxo de material biológico para exames laboratoriais
Dra. Shirlei Ferreira Aguiar
Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels

14h55 às 15h20: Fluxo de material biológico na Fiocruz
Dra. Ana Beatriz Moraes da Silva
Vice-Presidência de Serviços de Referência e Ambiente da Fiocruz

15h20 às 15h50: Discussão

15h50 às 16h: Encerramento

 

Bel Levy
22/09/2006


 

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