Jornada de Iniciação Científica reuniu 130 bolsistas

Terminou hoje, dia 31, a Jornada Anual de Iniciação Científica do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), importante espaço para exposição e discussão de resultados de alunos de iniciação científica. Participaram da Jornada, que começou no dia 28, 130 bolsistas que desenvolvem projetos de pesquisa no IOC através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/Fiocruz), do Edital do CNPq-05/2004 e do programa de estágio curricular (PEC).

Foto:Gutemberg Brito
Pibic
Uma das 45 bolsistas que apresentaram pôsteres é avaliada no primeiro dia da Jornada Anual de Iniciação Científica do IOC

Coordenadora do PIBIC no IOC, a pesquisadora Nazaré Soeiro ressaltou a relevância institucional do evento. “Durante a Jornada, os alunos têm a possibilidade de apresentar seus resultados e receber críticas e sugestões de pesquisadores, que certamente trazem enriquecedoras contribuições para a continuidade de seus projetos, incentivando-os a prosseguir seus estudos. A interação com o ambiente de pesquisa desde os primeiros momentos da graduação é um importante fator para a futura inserção destes alunos em programas de pós-graduação”, afirma. “Trata-se de um rico intercâmbio, pois os programas de iniciação científica visam despertar a vocação científica e incentivar novos talentos mediante participação de estudantes de graduação em projetos de pesquisa”, Nazaré observa.

As Jornadas de Iniciação Científica ocorrem anualmente, com apresentação de trabalhos que são avaliados por comissões de pesquisadores. Neste ano, serão 52 avaliadores do IOC, de outras unidades da Fiocruz (incluindo IFF e BioManguinhos) e de outras Instituições de ensino e pesquisa (UFF, UFRJ e UERJ). Dos 130 bolsistas participantes, os 45 que ingressaram a partir de dezembro de 2006 apresentaram seus projetos em formato de pôster, enquanto os demais realizaram apresentações orais.

 

Diversidade foi a marca das apresentações

A diversidade é uma das principais marcas da Jornada de Iniciação Científica, onde podem ser encontrados trabalhos de uma ampla gama de temas, desenvolvidos segundo as mais variadas abordagens. A bolsista Bárbara Vieira do Lago apresentou um trabalho sobre as hepatites B e C. Ela considera o PIBIC especialmente importante. “Tinha pânico de realizar apresentações orais. A minha primeira foi ano passado. Percebi que não era um bicho de sete cabeças”, Bárbara comenta. O projeto da estudante teve como objetivo avaliar a presença de infecção oculta pela hepatite B (HBV) em pacientes em tratamento de hemodiálise e comparar esta prevalência entre pacientes anti-HCV (hepatite C) positivo e negativo. O estudo é orientado pela pesquisadora Selma de Andrade Gomes, chefe do Laboratório de Virologia Molecular do IOC, e co-orientado pelo pesquisador Francisco Campello do Amaral Mello, também do IOC.

Foto:Gutemberg Brito
Personagens PIBIC
Bárbara (à esquerda) e Claudia, bolsistas PIBIC no IOC,
consideram a Jornada uma importante oportunidade
para desenvolver habilidades profissionais

“É claro que, no meio científico, você está sempre estudando e em contato com fontes acadêmicas, seja na faculdade, seja aqui no IOC. Mas o PIBIC, por ter mais eventos ocorrendo, estimula o desenvolvimento profissional e acadêmico. O ganho maior é para o aluno”, completa Bárbara, que teve seu trabalho premiado como um dos dez melhores durante a 17ª Reunião Anual de Iniciação Científica da Fiocruz, em dezembro de 2006.

A estudante Claudia Maria de Carvalho Furtado, que desenvolve seu projeto no Laboratório de Hanseníase do IOC, apresentou o projeto Avaliação dos motivos causais de internação hospitalar dos pacientes com hanseníase. Claudia realizou um estudo retrospectivo baseado no cruzamento de dados oficiais com a análise dos dados clínicos obtidos a partir dos prontuários dos pacientes internados na região metropolitana do Rio de Janeiro, no período entre janeiro de 2000 e dezembro de 2005.  Estudante de medicina na Universidade Federal Fluminense (UFF), Cláudia comentou que o objetivo foi identificar as principais causas de internação hospitalar na hanseníase, conhecer as situações emergenciais relacionadas à doença e as principais co-morbidades associadas à patologia. “Além de compartilhar o projeto com outras pessoas, esta Jornada me permitiu desenvolver habilidades como falar em público e expor melhor minhas idéias. Tanto a apresentação oral quanto a apresentação do pôster desenvolvem sua capacidade de síntese e de elaborar projetos. Para quem quer fazer mestrado, como eu pretendo fazer, este é um momento que ajudará muito. Alguém que está de fora sempre vê elementos que estão ausentes no projeto”, conclui. O trabalho é orientado pelo pesquisador José Augusto da Costa Nery, do Laboratório de Hanseníase do IOC, e co-orientado por Anna Maria Sales, também do IOC.

Gustavo Barreto
01/06/07