Campanha de vacinação contra rubéola vai até 2 de junho

A rubéola registra cerca de 1.100 casos desde agosto do ano passado no estado do Rio de Janeiro, sendo 940 na capital. É o maior número de ocorrências desde que a vacina tríplice viral - contra sarampo, rubéola e caxumba - começou a ser aplicada, em 1996. Estas estatísticas são motivo de preocupação, ainda mais quando comparadas ao ano de 2005, quando foram confirmados apenas 55 casos da doença no estado. Promovida pela Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro em parceria com a Defesa Civil e o Ministério da Saúde, a Campanha Estadual de Vacinação contra a Rubéola foi lançada no último dia 28 e inclui 92 municípios fluminenses. Até o dia 2 de junho, serão mobilizados 2.100 postos de vacinação e dez mil voluntários para conter a epidemia da doença no estado. Os postos de vacinação funcionam das 8h às 17h.

Doença infecciosa, a rubéola apresenta sintomas que incluem febre, manchas avermelhadas pelo corpo, aumento dos gânglios na região do pescoço, mal-estar geral e dor de cabeça. Como a transmissão ocorre através do ar, além do repouso, o paciente deve evitar o contato com outras pessoas. O maior perigo é o contágio de gestantes, já que, em função da doença, o bebê pode nascer com problemas como cegueira, catarata, surdez, alterações cardíacas e retardo mental.

“Um dos maiores problemas relacionados à epidemia é que 50% dos casos são assintomáticos. As pessoas não sabem, mas estão transmitindo o vírus causador da doença. A rubéola é uma doença extremamente severa ao feto quando infecta grávidas susceptíveis que podem adquirir a doença no ambiente de trabalho, no ônibus ou nas situações mais cotidianas”, explica a pesquisadora Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), Centro de Referência Nacional do Ministério da Saúde para Viroses Exantemáticas, que incluem sarampo e rubéola. “Desde 1996, a vacina faz parte do calendário de rotina no estado do Rio de Janeiro, sendo dada aos 12 meses de idade. No mesmo ano, foram vacinados crianças e adolescentes até 11 anos de idade e em 2001 apenas mulheres em idade fértil. Isso explica porque a epidemia atual tem maior incidência em adultos e 70% casos confirmados são em homens”, Marilda conclui.

Mulheres e homens entre 20 e 34 anos devem procurar o posto de saúde para se vacinar – exceto gestantes, pessoas com deficiência imunológica congênita ou adquirida, pessoas que já tenham demonstrado reação à vacina ou a um de seus componentes e pessoas com hipersensibilidade à proteína do ovo. Em caso de suspeita de gravidez, recomenda-se adiar a vacinação até que seja confirmado o diagnóstico.

Renata Fontoura
29/04/07