Bioinformática
e splicing alternativo
A Bioinformática
tem sido uma importante ferramenta da Biologia Molecular. Para falar
sobre o "Significado biológico do splicing
alternativo por uma abordagem em Bioinformática", o
Centro de Estudos do IOC convidou o pesquisador Sandro de Souza
(foto), do Instituto Ludwing de Pesquisas sobre o Câncer.
O splicing é um fenômeno de entrançamento
biológico que está presente em praticamente todos
os seres vivos cujas células possuem núcleo, os eucariontes.
Entrelaçamento. Neste processo, fatores
específicos reconhecem as áreas de corte do DNA, eliminando
alguns segmentos do genoma, denominados 'introns', e colando outros,
os 'exons'. Assim é formada a fita de RNA mensageiro (mRNA),
molécula que serve de modelo para a produção
de proteínas.
Quando se fala em splicing alternativo, é porque
cada 'exon', ou grupo de 'exons', de um gene pode ainda ser alvo,
ao mesmo tempo, de diferentes estratégias de entrelaçamento,
gerando vários m-RNAs.
Segundo Souza, a retenção de 'introns' não
é “um mero artefato, como se pensava, mas, ao contrário,
tem um importante significado biológico". Erros no processo
de splicing, afirmou, são responsáveis por
mutações genéticas e, até mesmo, tumores
cancerígenos.
Bioinformática. Em meio a estes complexos
fenômenos, a Bioinformática tem um papel fundamental,
dando suporte à Biogenômica e à Proteômica.
Segundo o pesquisador, a evolução desta tecnologia
torna possível uma grande economia de tempo e recursos.
- Uma enzima, que demoraria semanas para chegar ao laboratório,
pode ser baixada facilmente pela internet - exemplificou.
Para ele, a Bioinformática permite a construção
de uma Ciência "mais quantitativa", além
do desenvolvimento de novas ferramentas e da exploração
de novos dados. Hoje, poucos profissionais têm treinamento
adequado e é alta a competitividade na área, apesar
de o GenBank dobrar de tamanho a cada ano.
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