Departamento de Patologia | ||||
A primeira escola brasileira de Anatomia e Histologia Patológicas foi criada por Henrique da Rocha Lima, no Instituto Oswaldo Cruz. Com seu afastamento, em 1912, Oswaldo Cruz criou a Secção de Anatomia Patológica - o primeiro Serviço de Patologia do IOC. Na época, Gaspar Vianna tomou frente do serviço, que funcionava no Castelo Mourisco e que, posteriormente, se transformou no núcleo gerador da Divisão de Patologia. A ela se juntaram as seções de Hematologia e Medicina Experimental, cujas pesquisas atraíram nomes de renome internacional, com Walter Oswaldo Cruz, Magarinos Torres, Cezar Guerreiro, Oswino Penna, Carlos Burle de Figueiredo e, posteriormente, Penna de Azevedo e Madureira Pará. Durante cinco anos, após a morte de G. Vianna, a Secção de Patologia foi chefiada por Bowman C. Crowell, excelente patologista norte-americano, contratado por Carlos Chagas, quando Diretor do Instituto. Entre as inúmeras contribuições da Escola de Manguinhos ao conhecimento anátomo-patológico, destacam-se os estudos sobre doença de Chagas e febre amarela e, em especial, a descrição por Gaspar Vianna das alterações histológicas da doença de Chagas, que foram complementadas pelos trabalhos clássicos de Magarinos Torres. Gaspar Vianna criou a espécie Leishmania brasiliensis causadora da úlcera de Bauru, e foi pioneiro no tratamento da Leishmaniose tegumentar propondo o emprego de tártaro emético. Magarinos Torres mostrou, pela primeira vez, que o Toxoplasma era o agente de uma doença sistêmica generalizada e demonstrou, também, que a toxoplasmose podia ser congênita.
Da passagem pelo atual Pavilhão Carlos Chagas, ao final da década de 50, à desarticulação das divisões, que se espalharam pelos prédios de Manguinhos, na década de 70, até a atual reestruturação, que foi retomada em 84, a Patologia, hoje, possui apenas um laboratório. Este está subdividido nos seguintes setores de apoio técnico; histotecnologia convencional; submicroscopia óptica; imunohistologia; ultra-estrutura (pré-microscopia eletrônica); patobioquímica, cultura de células; técnicas de patologia molecular e helmintopatologia, que engloba esquistossomose e angiostrongilíase. A partir do início de 1997, o Departamento instalou um setor de microscopia avançada e multidisciplinar, que inclui microscópio de varredura confocal a laser (LSM-410, Zeiss) (possibilita realizar secções tomográficas e estudos em três dimensões) e microscópio eletrônico de varredura com vácuo variável, contendo câmara de controle de temperatura (os espécimes não necessitam ser fixados e nem metalizados). As principais linhas de pesquisa do Laboratório visam o estudo da patologia, imunopatologia e patogenia de doenças infecto-parasitárias (esquistossomose e angiostrongilíase, paracoccidioidomicose, adenoviroses humanas, tripanossomoses e outras), enfocando as reações locais (ex. granuloma) e sistêmicas (ex. medula óssea, sangue e cavidades serosas), tanto celulares, com da matriz extracelular; mecanismos da eosinofilia parasitária; morfobiologia e desenvolvimento de órgãos linfóides e linfohematopoéticos. Com mais de 500 mil lâminas, blocos de parafina e material de reserva, o Departamento de Patologia é o responsável, ainda, pela Coleção de Febre Amarela - uma das maiores do mundo e o Museu de Peças de Patologia. Uma das raridades deste museu é o coração original em que Carlos Chagas pesquisava o feixe de His dos chagásicos. O Departamento de Patologia conta, atualmente, com três pesquisadores, um biólogo, dois técnicos e estudantes de vários níveis como principalmente alunos de mestrado e doutorado. LABORATÓRIOS DESTE DEPARTAMENTO : Chefe do Departamento: Henrique Leonel Lenzi Email: hlenzi@gene.dbbm.fiocruz.br Tel: 0(xx)21 598-4350 |
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