Publicação do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz - Ano XIII - n0 10- 02/05/2007

Cooperação do IOC na Fiocruz: a esquistossomose em destaque

Historicamente, o IOC tem no estudo das doenças parasitárias uma de suas principais vocações.  Neste contexto, a ação do Instituto no conhecimento e controle da esquistossomose constitui uma importante aliada da ciência nacional. Entre as principais contribuições do IOC nesta área estão o estudo dos hospedeiros e do parasito, a colaboração com municípios no estudo da eco-epidemiologia local para definição de medidas de controle mais eficazes e a busca de alternativas em biocidas naturais e bacterianos para combate à Biomphalaria glabrata, sem contar a ação de serviços de referência em diagnóstico de moluscos vetores. Além disso, o IOC é o único membro da América Latina a integrar a Partners for Parasite Control (PPC), iniciativa da Organização Mundial de Saúde que reúne agências das Nações Unidas, instituições de pesquisa, universidades, empresas privadas e organizações não-governamentais de todo o mundo com o objetivo de trocar conhecimentos e informações para o controle de doenças parasitárias negligenciadas, com ênfase em esquistossomose e geohelmintoses.

A participação do IOC no 11º Encontro do Programa Integrado de Esquistossomose da Fiocruz – iniciado ontem na cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais – demonstra este compromisso. No primeiro dia do evento foi lançado o Manual de Vigilância e Controle de Moluscos de Importância Epidemiológica – Diretrizes Técnicas. A publicação da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, foi organizada pelos pesquisadores Silvana Thiengo, do Laboratório de Malacologia, Otávio Pieri, do Laboratório de Ecoepidemiologia e Controle da Esquistossomose e Geohelmintoses, ambos do IOC, e Ronaldo Santos do Amaral, da SVS. Outra novidade é a apresentação teatral O X na Xistose, cujo autor, Cristiano Massara, é egresso do programa de Doutorado em Biologia Parasitária pelo IOC com estudos de educação em saúde.

Hoje, os laboratórios que atuam em esquistossomose na Fiocruz apresentaram suas atividades. Além de Silvana e Otávio, Wladimir Lobato Paraense (chefe do Laboratório de Malacologia), José Rodrigues Coura (chefe do Departamento de Medicina Tropical) e Henrique Lenzi (pesquisador do Laboratório de Patologia) representaram o Instituto. O Programa Integrado de Esquistossomose da Fiocruz representa importante experiência sobre os ganhos do trabalho articulado em redes de cooperação. Compromissos de articulação dos pesquisadores do IOC com os demais Institutos da Fiocruz serão firmados nesse Encontro e repercutirão na área de pesquisa do IOC de Esquistossomose e outras helmintoses que expandirá diversas vertentes de estudos de biologia básica, taxonomia e de controle de helmintos em mamíferos, peixes e outros hospedeiros. Ficamos na expectativa dos resultados do Encontro do Programa de Esquistossomose, já antevendo muitas parcerias também no IV Encontro do Programa de Doença de Chagas, o próximo no cronograma.

 

                                                                       Tania Araújo-Jorge