Publicação do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz - Ano XIII - n0 02 - 08/03/2007

 

IOC recebe delegação da Fundação Humboldt

Uma delegação de oito pesquisadores e gestores de diversas instituições alemãs de ciência e tecnologia, em uma comissão organizada pela Fundação Alexander von Humboldt, também da Alemanha, esteve presente no Instituto Oswaldo Cruz na última terça-feira, dia 7. A visita foi realizada em parceria com o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD, na sigla em alemão). O objetivo é se reunir novamente com os parceiros que a Fundação Humboldt mantém no Brasil.

Gutemberg Brito
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O chefe da delegação alemã, Felix Streiter, explicou que as parcerias feitas entre a Fundação Humboldt e os pesquisadores permanece viva durante toda a trajetória dos cientistas envolvidos. “Desde 1953, quando a nossa instituição foi fundada, já mantivemos parcerias com cerca de 300 pesquisadores no Brasil. No total, temos aproximadamente 22 mil parceiros em todo o mundo”, Streiter completa.Um exemplo é o pesquisador Hermann Schatzmayr, do Departamento de Virologia e Presidente da Comissão Interna de Biossegurança do IOC, que recepcionou a comissão junto com a botânica Monika Barth, pesquisadora do mesmo Departamento. Hermann é ex-bolsista da Fundação Humboldt e até hoje colabora com as instituições alemãs vinculadas à Fundação.

Além da visita aos parceiros, Streiter admitiu que a Fundação Humboldt busca novas oportunidades de cooperação internacional. “De fato, existe uma demanda por uma colaboração maior entre os dois países, de forma que estamos atentos a novas oportunidades”. O professor Gerhard Erker, do Instituto de Química Orgânica da Universidade de Münster – uma das mais antigas da Alemanha e uma das quatro maiores do país –, era um dos mais entusiasmados com a visita. Ele reafirmou a importância de cientistas brasileiros buscarem oportunidades de intercâmbio na Alemanha, mesmo diante das diferenças culturais. “Há pesquisadores que acham que, para se fazer ciência na Alemanha, é preciso falar alemão. Isso pode ser verdade nas ciências sociais, mas não nas ciências naturais”, argumentou. Erker ressalta que os programas de cooperação possuem um alto nível de excelência e estão disponíveis para a comunidade científica brasileira.

Gutemberg Brito
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Além do Castelo de Manguinhos, a delegação alemã visitou a Biblioteca de Manguinhos e o Laboratório de Bioquímica, Fisiologia e Imunologia de Insetos, recepcionados pela pesquisadora Patrícia Azambuja, chefe do laboratório. Juntamente com o pesquisador Eloi Garcia, Patrícia apresentou as principais atividades do laboratório e discutiu a importância da doença de Chagas no quadro sanitário brasileiro. Além de Erker, Streiter e Fleischer, participaram Klaus Boderner, diretor do Leipniz Institut für Globale und Regionale Studien; Jürgen Regge, da Vorstand da Fritz Thyssen Stiftung (de Colônia); Ursula Dannemann, coordenadora de projetos do DAAD Brasil; além de Tessa Oliveira Pinto e Ulrika Holdeweiss, ambas da Fundação Alexander von Humboldt.

Histórias em comum

Após conhecer algumas das relíquias históricas mantidas no Castelo de Manguinhos, o professor Bernhard Fleischer lembrou que o pesquisador Henrique da Rocha Lima, que foi convidado por Oswaldo Cruz em 1902 para trabalhar no Rio, fez importantes trabalhos científicos na Alemanha e, inclusive, em Hamburgo. Nesta cidade, Oswaldo Cruz e Rocha Lima trabalharam por muitos anos (Rocha Lima ficou na Europa até 1928).

Gutemberg Brito
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Outra notável coincidência desta viagem é lembrada por Fleischer. Após o sucesso institucional da visita, a Alemanha passou a ver com bons olhos a pesquisa científica realizada em Manguinhos e enviou dois professores do Instituto de Medicina Tropical Bernhard Nocht para o Rio de Janeiro: Stanislas von Prowazek e Gustav Giemsa. Por seis meses, ambos ministraram cursos para os pesquisadores de Manguinhos. O professor Fleischer, ao se deparar com a primeira edição das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz , imediatamente se lembrou: “É curioso que o primeiro artigo do primeiro volume do Memórias do IOC seja exatamente de Gustav Giemsa, que já trabalhou em nosso instituto”.

Saiba mais sobre a Fundação Alexander von Humboldt, com informações disponíveis em inglês e alemão, no endereço http://www.avh.de/

Gustavo Barreto



IOC - Ciência para a Saúde da População Brasileira