Publicação do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz - Ano XIII - n0 33 - 25/10/2007

 

Programa de Gerenciamento de Substâncias Químicas é inaugurado no IOC

O primeiro laboratório a aderir ao Programa de Gerenciamento de Substâncias Químicas desenvolvido pela Comissão Interna de Gestão Ambiental do Instituto Oswaldo Cruz (CIGAmb/IOC) já vivencia os benefícios da iniciativa. O Laboratório de Toxoplasmose do Instituto recebeu a capacitação para o gerenciamento de substâncias químicas e adotou novas práticas – mais ágeis e seguras – em sua rotina.

Gutemberg Brito
O técnico Leandro Batista mostra a nova arrumação das estantes e os adesivos de identificação dos frascos

O Programa de Gerenciamento de Substâncias Químicas conta com a capacitação dos profissionais que atuam no ambiente laboratorial, tendo como base um manual desenvolvido especialmente para dar conta da realidade do IOC. “O Manual para o Gerenciamento de Substâncias Químicas do IOC, que é disponibilizado através de CD-ROM, cataloga todas as substâncias químicas utilizadas nos laboratórios do Instituto”, explica Alexandre Pereira de Souza, engenheiro químico que coordena a gestão de resíduos químicos na CIGAmb. O levantamento foi realizado com base nas informações fornecidas pela Comissão Interna de Biossegurança do IOC e pelos próprios laboratórios, através de questionários aplicados pela CIGAmb.

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Para facilitar no manuseio e no descarte do material, o laboratório adotou um sistema de organização por cores

O manual disponibiliza dados sobre cada substância química, incluindo informações sobre o que fazer em caso de derramamento, contato com a pele e os olhos ou incêndio, além de dados sobre a periculosidade das substâncias, como armazená-las e descartá-las. “O laboratório que recebe a capacitação para o gerenciamento de substâncias químicas também recebe embalagens padronizadas adequadas para o descarte de cada produto”, acrescenta Martha Barata, coordenadora da CIGAmb. Sabendo quais substâncias são compatíveis, o resultado é o ganho de espaço. “Alguns resíduos podem ser armazenados no mesmo recipiente, o que representa uma compactação do espaço que era destinado, dentro dos laboratórios ao armazenamento de substâncias que devem ser descartadas”, Alexandre esclarece.

Gutemberg Brito
A CIGAmb elaborou um CD com os procedimentos de segurança para o manuseio e o descarte das substâncias químicas utilizadas nos laboratórios

A forma de estocar os produtos também foi alterada. “Dentro dos laboratórios, era comum organizar as prateleiras por ordem alfabética, o que acabava colocando lado a lado substâncias incompatíveis”, Alexandre ressalta. “A partir da capacitação e da consulta ao manual, os laboratórios têm autonomia para realizar este estoque de forma adequada”, completa.

Laboratório de Toxoplasmose é o primeiro a aderir

Reagentes identificados por cores e códigos específicos, que representam suas funções químicas – ácidos, bases, sais e orgânicos (halogenados e não halogenados). Ácidos bem separados das bases, protegidos em caixas de plástico para evitar acidentes mais graves em casos de derramamento. Alertas nos vidros sobre os efeitos nocivos que cada substância pode acarretar em contato com o ser humano. Identificação dos produtos controlados pelas autoridades policiais e militares, que têm seu manuseio controlado. Todas essas medidas foram adotadas pelo Laboratório de Toxoplasmose do IOC, o primeiro do Instituto a se enquadrar nas diretrizes elaboradas pelo Programa de Gerenciamento de Substâncias Químicas.

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A equipe aprovou as mudanças, que trouxeram mais praticidade e segurança para a utilização do laboratório

As alterações foram muito bem recebidas por toda a equipe do laboratório. Segundo o técnico em saúde pública Leandro Batista das Neves, ficou mais fácil encontrar o material nas prateleiras e nos armários, além de ser mais seguro trabalhar com eles. Regina Amendoeira, chefe do Laboratório de Toxoplasmose do IOC, destaca outro ponto positivo da experiência: “É uma forma de educação, de adquirir e transmitir conhecimento”, afirma. “Os bolsistas de iniciação científica que começam a trabalhar no laboratório têm muito mais facilidade de identificar e entender o que são todos aqueles reagentes e como utilizá-los”, exemplifica.

Adotar todas essas medidas, no entanto, não foi simples. Leandro destaca que foi necessário muito trabalho para organizar todo o material do laboratório. “Foi bem demorado, porque tínhamos que verificar a que grupo químico o reagente pertencia, a fim de que fossem enquadrados na divisão proposta pela CIGAmb, verificar sua validade e conferir suas fichas de segurança”, o pesquisador conta.

Para Amendoeira, o sucesso da iniciativa está relacionado com a conscientização pela qual toda a equipe passou. “Talvez o segredo seja que todos os integrantes do laboratório participaram das oficinas, entendendo a importância deste trabalho. O processo não pode ser vertical, não pode ser uma imposição dos chefes, deve haver uma efetiva mobilização de todos no sentido de compreender que se trata de uma tarefa fundamental”, avalia.

Para aderir ao Programa de Gerenciamento de Substâncias Químicas do IOC basta entrar em contato com a CIGAmb através do email ambiente@ioc.fiocruz.br ou pelo telefone 2598-4497.

Marcelo Garcia e Gustavo Barreto

 

 

IOC - Ciência para a Saúde da População Brasileira