Publicação do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz - Ano XIV - n0 03- 17/04/2007

 

Áreas de Pesquisa do IOC: da teoria à prática

A discussão da nova estrutura do IOC, que confirmou nossos laboratórios como base estruturante, também fez emergir um desenho inovador de agregação de laboratórios e de pesquisadores em torno de temas e problemas relacionados às prioridades do Ministério da Saúde: as Áreas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I) ou, mais resumidamente, as Áreas de Pesquisa do IOC, cuja implementação está sendo observada de perto por todas as demais Unidades e pela Presidência da Fiocruz como um possível exemplo.

A proposta de criação de 15 Áreas de Pesquisa deliberada no III Encontro do IOC e ratificada pelo Conselho Deliberativo do IOC em 23/11/2006, levou em conta (a) a densidade da pesquisa nos diferentes temas, evidenciada por estudo dos projetos em desenvolvimento no IOC, (b) os objetivos do PPA do Ministério da Saúde, (c) o quadro de morbi-mortalidade da população brasileira; e (d) considerações estratégicas de diversas ordens, como no caso da opção pela criação das Áreas de Dengue, Febre Amarela e outras Arboviroses; de Doenças Crônicas, Degenerativas e Genéticas; e de Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS, visando o fortalecimento da pesquisa sobre estes problemas de saúde.

A concepção das Áreas de Pesquisa do IOC associa estratégias de interação entre pesquisadores e laboratórios atuantes sobre temas afins com o suporte de uma “infra-estrutura” para otimizar as atividades de P, D&I  dos laboratórios. Assim, já temos hoje profissionais e ferramentas para ampliar a capacidade de identificação de oportunidades de financiamento, auxiliar a elaboração de projetos para aplicação e apoiar as atividades de constituição e desenvolvimento das próprias Áreas de Pesquisa, de redes e programas, dentre outras.

Em março de 2007 foi deflagrado o processo de implantação das Áreas com o convite aos laboratórios e pesquisadores para participação de reuniões de fundação das 15 Áreas de Pesquisa do IOC, quando foram instituídas suas respectivas Comissões de Implantação. A captação de oito analistas de P,D&I por meio do Programa Pró-Gestão da Fiocruz, a incorporação das Comunidades Virtuais, fornecidas pelo ICICT,  e a contratação de serviço de identificação de editais de fomento (Financiar), complementaram a base inicial para a estruturação das Áreas.

Passado um ano, superadas as dificuldades iniciais inerentes ao processo de mudança institucional, chegamos a uma nova etapa da implantação e as Áreas estão escolhendo suas Coordenações efetivas e decidindo seus respectivos planos de trabalho. Ao longo deste ano, os encontros entre pesquisadores e laboratórios nesta nova organização propiciaram o conhecimento mais aprofundado das atividades de pesquisa desenvolvidas no IOC, o estabelecimento de novas parcerias, além de fortalecimento das pré-existentes, e a identificação de sinergias atuais e potenciais. Diversos pesquisadores já assimilaram e demandam apoio dos novos recursos oferecidos, seja diretamente dos analistas (para diversas atividades), seja dos editais por eles selecionados e enviados aos laboratórios ou para a aplicação a editais.

Estamos agora processando um balanço geral desse trabalho, para confirmar as áreas que já tiveram sucesso no processo de implantação, superar dificuldades em algumas, e eventualmente até redesenhar aquelas que se mostrarem inadequadas, mantendo o conceito inicialmente previsto de flexibilidade e contínua sintonia com a ciência e a saúde no contexto dos desafios do Brasil e dos potenciais de contribuição do IOC. As novas Coordenações eleitas e o desenvolvimento dos planos de trabalho das Áreas certamente darão uma contribuição decisiva para que 2008 seja um ano muito produtivo e inovador no IOC. Estamos orgulhosos do trabalho já realizado e agradecemos a todos os que estão ativamente colaborando para esse vento de modernidade no IOC.

 

Tania Araújo-Jorge, Christian Niel e Mariza Conde

 

 

 



IOC - Ciência para a Saúde da População Brasileira