Publicação do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz - 23/03/2006

 

IOC investe em curso de biossegurança

O primeiro curso de biossegurança inteiramente planejado e executado pelo Instituto Oswaldo Cruz, através da Comissão Interna de Biossegurança (CIBio/IOC), já começa com resultados positivos. No primeiro módulo do curso de Biossegurança em Laboratórios de Pesquisa Biomédica, realizado entre os dias 13 e 17 de março, 82,75% dos 69 alunos alunos obtiveram notas superiores a oito nos testes de avaliação.

“O principal objetivo deste programa é contribuir para a capacitação em biossegurança dos profissionais que exercem atividades laboratoriais dentro do IOC”, afirma Nazaré Soeiro, coordenadora do grupo de trabalho de capacitação da CIBio/IOC. O curso aborda riscos físicos, biológicos e químicos e experimentação animal em módulos de adesão opcional para cada aluno, conforme sua área de atuação. O módulo introdutório, que acaba de ser concluído, é obrigatório para todos.

Até então, a capacitação em biossegurança dos profissionais do IOC era realizada através do Curso de Sensibilização e Informação em Biossegurança oferecido pela Direh/Fiocruz. Segundo o presidente da CIBio/IOC, Hermann Schatzmayr, mais de 800 profissionais e alunos do IOC já participaram deste curso, que tem duração de uma semana em horário integral. A importância de uma capacitação voltada especificamente para a realidade do Instituto, afirma Schatzmayr, é contemplar a pluralidade e a complexidade da demanda. “As diversas linhas de pesquisa e projetos desenvolvidos nos 69 laboratórios do Instituto, dos quais vários são centros de referência e/ou abrigam coleções científicas, exigem uma programação mais personalizada, formatada em função de nossa realidade e dos respectivos riscos laboratoriais”, avalia. “Certamente cada aluno será um multiplicador no seu laboratório, atuando como um Agente de Biossegurança”, completa.

Maria Castro

No módulo introdutório foram realizados dois testes de avaliação, o primeiro no ínicio e o outro no final das aulas, para que fosse possível aferir o grau de conhecimento dos alunos. Nos pré-testes, apenas 34,92% dos alunos obtiveram nota igual ou superior a oito, enquanto nos pós-testes 85% dos resultados foram acima de 8. “Estes dados superaram nossas expectativas, demonstrando claramente que houve uma importante incorporação de preceitos básicos em biossegurança”, Nazaré esclarece. “Através dos pré-testes pudemos verificar as principais dificuldades dos alunos, propondo aos professores no decorrer do curso maiores esclarecimentos sobre um determinado assunto.”

Segundo Nazaré, o objetivo do curso é promover a mudança de valores através de um processo participativo. “Os alunos podem propor alterações na estrutura do projeto a partir de sua experiência laboratorial. A proposta de pré e pós-testes visa não somente a análise do conhecimento do nosso público alvo, mas também nos permite caracterizar em cada módulo o nível de assimilação do conteúdo oferecido para o grupo. Assim, poderemos fazer uma auto-avaliação dos objetivos propostos e verificar se houve falhas”, sintetiza. “Esperamos que o Programa de Capacitação possa contribuir para que as atividades laboratoriais sejam desempenhadas pelos profissionais do IOC de forma segura e com qualidade, minimizando riscos e agravos à saúde.”

A intenção é que o curso de Biossegurança em Laboratórios de Pesquisa Biomédica seja oferecido anualmente para 70 profissionais do IOC, de modo a capacitar pelo menos um profissional de cada laboratório do Instituto. O curso é uma iniciativa inédita no IOC e, em breve, a CIBio/IOC terá  novo pioneirismo, desta vez no âmbito da Fiocruz, ao oferecer o primeiro curso de cargas perigosas na Fundação. “O curso será realizado em maio, sendo destinado aos Centros de Referência, Coleções Científicas e Laboratórios do IOC que transportam amostras biológicas infectantes ou não para dentro e fora da Instituição. O curso abrangerá principalmente o manuseio, a identificação, a embalagem e a etiquetagem, além da guarda, estivagem, embarque, transporte e desembarque de artigos, incluindo os perigosos”, Nazaré resume.

Por Raquel Aguiar