IOC forma a
primeira turma de mestrado acadêmico em Ensino em Biociência
e Saúde
Os 42 alunos da primeira turma de mestrado do
Programa de Pós-graduação em Ensino em Biociência
e Saúde (PGEBS) do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) receberam
seus diplomas na última sexta-feira, dia 22. A cerimônia
contou com programação especial de palestras sobre
os avanços e desafios do PGEBS, as experiências e perspectivas
em relação à Fiocruz e a área em que
está inserida na Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (Capes). A vice-Coordenadora
da Área de Ensino de Ciências e Matemática da
Capes, Tania Mendonça Campos, apresentou as diretrizes da
área em palestra e durante o coquetel não se conteve: "A
Capes tem orgulho de vocês", admitiu.
“A experiência de 20 anos de trabalho com ensino e popularização da ciência na Fiocruz foi percebida e efetivada através da criação deste Programa. Além de livros, jogos, cursos e do próprio Museu da Vida, todos os nossos programas albergavam a área de ensino”, afirmou a diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, que antes de assumir a diretoria do Instituto foi coordenadora da PGEBS.
Gutemberg Brito |
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Acompanhada pelo corpo docente (ao fundo), Tania Araújo-Jorge palestra sobre a formação do programa |
Implantado em 2003, o Programa recebeu 103 matrículas
de 2004 a 2005 e hoje conta com um total de 42 dissertações
de mestrado e 1 tese de doutorado defendidas. A PGEBS já
alcançou o conceito 4 na Capes e é oferecida nas modalidades
mestrado acadêmico, mestrado profissional e doutorado. Ensino
e aprendizagem, Educação em saude, ambiente e trabalho,
Representações sociais, Saberes populares e cidadania,
Divulgação, popularização e jornalismo
e Ciência e arte são as cinco linhas de pesquisa trabalhadas.
“É um programa inter-unidades, que apresenta diversidade
no corpo discente e docente e faz uma relação entre
o ensinar, o aprender e o produzir conhecimento, além de
avaliar e construir os meios que façam sentido neste contexto”,
Tania apontou.
Convidada para falar sobre a importância
do Programa no contexto da Fundação e coordenar a
mesa redonda, Maria do Carmo Leal, vice-presidente de Ensino, Informação
e Comunicação da Fiocruz, ressaltou que a pós-graduação
nesta área reflete a missão da Fundação.
“A ocasião é motivo de celebração
não só para o IOC, mas também para a Fiocruz.
Este Programa tem um grande significado, já que insere dentro
das escolas conteúdos da saúde e da ciência
com competência, beleza e compromisso social”.
Gutemberg Brito |
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Os estudantes comemoram a formatura |
Em seguida, a vice-coordenadora da Área
de Ensino de Ciências e Matemática da Capes, Tânia
Campos, comentou a participação acadêmica na
construção de um país melhor e explicou os
métodos e quesitos da avaliação realizada pela
Capes nos cursos de pós-graduação. “O
que diferencia um programa e faz com que tenha nota máxima
é o intercâmbio e a produção intelectual
que resulta dele”, afirmou. Além disso, a vice-coordenadora
discutiu a criação da área onde a PGEBS está
inserida. “Esta área foi criada para entender como
nossas crianças, jovens e adultos aprendem e gerar resultados
de pesquisas que possam contribuir para o aprendizado. É
uma honra ter dentro de nossa área um curso como este, com
foco principal na saúde”.
Para o coordenador do Programa, Julio Viana Barbosa,
o momento é a confirmação de que é possível
levar a linha de pesquisa básica a professores para que possam
ser multiplicadores de seus resultados. “É preciso
divulgar o conhecimento para a sociedade. Este é o verdadeiro
papel do cientista, que não pode se limitar ao laboratório.
Hoje estamos realizando um sonho”, comemora. Segundo o coordenador,
o principal desafio a ser vencido é o de manter a diversidade
que caracteriza o programa. “Ter um corpo docente variado
e uma linha conjunta para desenvolver a pesquisa é algo complexo,
mas já provamos ser possível. Isso gera um aprendizado
para todos nós”, Julio sintetiza.
Gutemberg Brito |
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Julio Vianna, coordenador do programa, ressaltou que o papel do cientista não pode se limitar ao laboratório |
Lúcia de La Rocque, uma das professoras
integrantes do corpo docente, dentre muitos presentes, relembrou
o momento de ingresso no programa: “Foi um inicio titubeante
porque era algo totalmente novo. Achei muito corajoso o fato de
pessoas das mais diversas áreas serem chamadas. Eu mesma
pensei que não iria orientar ninguém porque trabalho
com a visão da ciência na literatura”, conta.
“Com o tempo, percebi que fui chamada justamente para trazer
este olhar diferente. Acabei aprendendo muito com os alunos e orientei
trabalhos maravilhosos, o que foi extremamente compensador”,
destacou.
A receptividade para a inovação foi
um dos fatores que fez com que Cláudia Kamel escolhesse o
curso. “Trabalho há 20 anos com história em
quadrinhos e a minha proposta era fazer uma análise da potencialidade
da obra de Maurício de Souza dentro da sala de aula. Aqui,
encontrei o ambiente ideal para desenvolver o projeto, uma orientação
maravilhosa e ainda precisei me lançar em outras frentes,
não fiquei só dentro da instituição”,
acrescenta a formanda.
Todos os alunos que concluíram seus mestrados
foram apresentados, com o nome de suas dissertações
anunciado para o conhecimento da diversidade da produção
acadêmica do programa, e receberam seus canudos. Ao final
da cerimônia, que aconteceu no auditório do Pavilhão
Arthur Neiva, o corpo docente foi homenageado pelos formandos.
Renata Fontoura
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