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Centro de Estudos

17/ 08/ 2004

Dr Stivens K. Rehen fala no Centro de Estudos do IOC

Palestrante do Centro de Estudos dessa sexta-feira (19/08 - às 10:00) STEVENS KASTRUP REHEN é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador do Instituto Scripps de Pesquisas , da Califórnia. Rehen é um homem com uma bagagem repleta de surpresas. Foi o primeiro a quebrar o dogma científico que estabelecia em 46 o número de cromossomos em todo o organismo humano: pele, sangue, órgãos, etc.

 

A descoberta não apenas bagunça com o limite de 46 cromossomos, mas abre novos territórios a serem explorados. E mais: pesquisador da área de neurologia, aos 33 anos - cinco na Califórnia - Stevens Kastrup Rehen é brasileiro. Tem ascendentes na Dinamarca, Rio Grande do Sul, França e Bahia, e recém voltou ao Brasil. Mas, ressalta: quer contribuir para a melhoria da questão social no País.

 

Em março, na matéria de capa do Journal of Neuroscience - espécie de Diário Oficial da Sociedade Americana de Neurociência - Rehen levou a ciência a uma nova percepção sobre o cérebro. Ele demonstrou, pela primeira vez, a existência de células aneuplóides - com um número alterado de cromossomos - no cérebro de pessoas normais e sem qualquer indício de doença neurológica.

 

A descoberta derruba o dogma que , desde 1958, estabeleceu que todas as células do sangue e de outros tecidos tivessem 46 cromossomos. E também que apenas indivíduos portadores de anomalias, como síndrome de Down ou câncer, possuíssem células aneuplóides no cérebro. Os resultados da pesquisa de Rehen indicam que nem todas as células têm exatamente o número determinado de cromossomos.

 

Em outro artigo, publicado na imprensa brasileira (O Globo), Rehen sustenta que é muito pouco provável que as células-tronco adultas venham a ser utilizadas no tratamento de enfermidades como diabetes, Alzheimer, Parkinson etc. Propõe concentrar esforços na pesquisa com as células-tronco embrionárias - " comprovadamente capazes de se diferenciar nos mais variados tipos celulares que compõem nosso corpo e que, apesar do nome, não são derivadas de fetos humanos mas de conjuntos celulares muito pouco desenvolvidos" - jogadas no lixo, após determinado tempo.

 

N o artigo A Chance do Brasil , assinado junto com Alysson Muotri ( do Salk Institute, da Califórnia/EUA), ele destaca a sóli da tradição em biologia celular que o país dispõe e que, sabendo aproveitar o vácuo deixado pelos Estados Unidos, tem enorme potencial para também tornar-se um dos líderes mundiais dessa nova revolução. Os principais passos neste sentido - enfatiza - incluem o diálogo já iniciado entre cientistas e governo, mas também a discussão pública sobre o assunto entre a sociedade e os pesquisadores brasileiros.


Segundo Rehen, os cientistas dedicados ao estudo de células-tronco adultas e embrionárias precisam se integrar mais efetivamente através, por exemplo, de um fórum virtual que seria patrocinado por agências de fomento nacionais. E propõe: seria importante, também, uma página oficial na internet para permitir a rápida troca de informações e disponibilização de linhagens celulares à toda a comunidade científica interessada.

 

Nascido no Rio de Janeiro em 1971, Rehen tornou-se doutor em neurociências pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 2000, onde também se graduou em biologia sete anos antes. Em seguida, fez pós-doutorado nos Estados Unidos. No começo de 2004, foi contratado como cientista associado do Instituto de Pesquisas Scripps, onde trabalhou como pesquisador associado e chefe de grupo de pesquisa.

 

Além de professor na UFRJ, Rehen chefia um grupo de pesquisa no Departamento de Anatomia da Universidade , cujo principal objetivo é entender o processo de perda e ganho de cromossomos nas células embrionárias humanas .

 

Não perca: sexta-feira - 19/08, às 10 horas, o Dr Stivens K. Rehen fala no Centro de Estudos do IOC. Fa rá a palestra " Lipídeos fazem o cérebro girar: a importância do Ácido Lisofosfatídico no desenvolvimento do córtex cerebral ".

 

 

 

 

 

 

IOC - CIÊNCIA PARA SAÚDE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA