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Conexão Burundi-Brasil

Filogenética ajuda cientistas a mapear os improváveis caminhos de entrada e dispersão do subtipo C do vírus da Aids a partir da região Sul brasileira
Por Jornalismo IOC08/11/2013 - Atualizado em 10/12/2019

Filogenética ajuda cientistas a mapear os improváveis caminhos de entrada e dispersão do subtipo C do vírus da Aids a partir da região Sul brasileira

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O subtipo C do vírus causador da Aids é o mais disseminado no mundo. No Brasil, porém, está concentrado principalmente na região Sul, com casos também no Sudeste e Centro-Oeste. Qual a origem deste subtipo do vírus e como ele de dispersou no país? A resposta encontrada pelos pesquisadores do Laboratório de Aids e Imunologia Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) com base em estudos filogéticos – que combinam conhecimentos da genética e da evolução –aponta para Burundi, um pequeno país do Leste africano.

O biólogo Gonzalo Bello apresentou os resultados de uma série de estudos que remontam a 2008. Na época, ele iniciava as colaborações com o Laboratório de Aids e Imunologia Molecular do IOC, liderado por Mariza Morgado, durante o pós-doutorado. Em 2010, passou a integrar o quadro permanente do Laboratório assumindo o posto de pesquisador.

 Gutemberg Brito

 

No Laboratório de Aids e Imunologia Molecular, o pesquisador Gozalo Bello,  busca respostas sobre os caminhos de entrada e dispersão do subtipo C do vírus da Aids a partir da região Sul brasileira

Gonzalo explica que no Brasil circulam os subtipos C, B e F do HIV-1. “Vemos que a distribuição dos subtipos do país não é homogênea, com marcadas diferenças regionais”, pontua. “A partir de técnicas de análise de sequenciamentos genéticos, usando ferramentas de filogenômica, em 2007 já havíamos publicado um trabalho que aponta que a epidemia por subtipo C no Brasil estaria relacionada a um evento único de introdução, apontando para Burundi como foco de origem”, apontou. Havia hipóteses, porém, de que o subtipo poderia ter tido origem de países como Angola e Moçambique, que mantém relações culturais e históricas com o Brasil, verificando-se importante fluxo de pessoas.

Para verificar a origem do subtipo C do HIV-1 no país, foram analisadas mais de duas mil sequências genéticas de vírus identificados em diversas regiões africanas, disponíveis em bancos de dados internacionais. Nas análises, a origem em Burundi foi confirmada com alta probabilidade. “Além disso, verificamos que temporalmente a dispersão do subtipo C para o Sul do país coincidia com a dispersão a partir do Burundi para países vizinhos do Leste africano”, explicou Gonzalo. Os estudos apontam que a introdução do subtipo no país provavelmente aconteceu entre os anos de 1970 e 1980.

“Em relação à dinâmica de dispersão no país, as análises apontam que a introdução aconteceu pelo Paraná, seguida por dispersões em diversas direções: verificamos fluxos do Paraná para Florianópolis, de Santa Catarina para o Paraná, de Santa Catarina para o Rio de Janeiro, do Paraná para São Paulo e Centro-Oeste”, detalhou o pesquisador.

As análises apontam que as migrações do Sul para o Sudeste estão localizadas nos anos 1980 – muito antes da detecção laboratorial no país, que ocorreu apenas em 1992. “Estamos diante de um cenário de dispersão em diversas direções, um conhecimento fundamental para orientar políticas públicas de controle da epidemia”, Gonzalo situa.

 

07/11/2013
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Filogenética ajuda cientistas a mapear os improváveis caminhos de entrada e dispersão do subtipo C do vírus da Aids a partir da região Sul brasileira
Por: 
jornalismo

Filogenética ajuda cientistas a mapear os improváveis caminhos de entrada e dispersão do subtipo C do vírus da Aids a partir da região Sul brasileira

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O subtipo C do vírus causador da Aids é o mais disseminado no mundo. No Brasil, porém, está concentrado principalmente na região Sul, com casos também no Sudeste e Centro-Oeste. Qual a origem deste subtipo do vírus e como ele de dispersou no país? A resposta encontrada pelos pesquisadores do Laboratório de Aids e Imunologia Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) com base em estudos filogéticos – que combinam conhecimentos da genética e da evolução –aponta para Burundi, um pequeno país do Leste africano.

O biólogo Gonzalo Bello apresentou os resultados de uma série de estudos que remontam a 2008. Na época, ele iniciava as colaborações com o Laboratório de Aids e Imunologia Molecular do IOC, liderado por Mariza Morgado, durante o pós-doutorado. Em 2010, passou a integrar o quadro permanente do Laboratório assumindo o posto de pesquisador.

 Gutemberg Brito

 

No Laboratório de Aids e Imunologia Molecular, o pesquisador Gozalo Bello,  busca respostas sobre os caminhos de entrada e dispersão do subtipo C do vírus da Aids a partir da região Sul brasileira

Gonzalo explica que no Brasil circulam os subtipos C, B e F do HIV-1. “Vemos que a distribuição dos subtipos do país não é homogênea, com marcadas diferenças regionais”, pontua. “A partir de técnicas de análise de sequenciamentos genéticos, usando ferramentas de filogenômica, em 2007 já havíamos publicado um trabalho que aponta que a epidemia por subtipo C no Brasil estaria relacionada a um evento único de introdução, apontando para Burundi como foco de origem”, apontou. Havia hipóteses, porém, de que o subtipo poderia ter tido origem de países como Angola e Moçambique, que mantém relações culturais e históricas com o Brasil, verificando-se importante fluxo de pessoas.

Para verificar a origem do subtipo C do HIV-1 no país, foram analisadas mais de duas mil sequências genéticas de vírus identificados em diversas regiões africanas, disponíveis em bancos de dados internacionais. Nas análises, a origem em Burundi foi confirmada com alta probabilidade. “Além disso, verificamos que temporalmente a dispersão do subtipo C para o Sul do país coincidia com a dispersão a partir do Burundi para países vizinhos do Leste africano”, explicou Gonzalo. Os estudos apontam que a introdução do subtipo no país provavelmente aconteceu entre os anos de 1970 e 1980.

“Em relação à dinâmica de dispersão no país, as análises apontam que a introdução aconteceu pelo Paraná, seguida por dispersões em diversas direções: verificamos fluxos do Paraná para Florianópolis, de Santa Catarina para o Paraná, de Santa Catarina para o Rio de Janeiro, do Paraná para São Paulo e Centro-Oeste”, detalhou o pesquisador.

As análises apontam que as migrações do Sul para o Sudeste estão localizadas nos anos 1980 – muito antes da detecção laboratorial no país, que ocorreu apenas em 1992. “Estamos diante de um cenário de dispersão em diversas direções, um conhecimento fundamental para orientar políticas públicas de controle da epidemia”, Gonzalo situa.

 

07/11/2013

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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)