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Criação da Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica é tema de discussão

Costume de classificar tudo ao redor remonta do início da humanidade
Por Jornalismo IOC31/03/2011 - Atualizado em 10/12/2019

Confira a cobertura especial do evento

Nelson Ferreira Júnior, pesquisador do Laboratório de Entomologia, do Instituto de Biologia, da UFRJ realizou sua palestra sobre o Código Internacional de Nomenclatura Zoológica durante o I Seminário sobre Gestão e Curadoria de Coleções Zoológicas da Fiocruz, que o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) realizou de 21 a 25 de março. A apresentação teve início com a história da classificação, que se perde na Antiguidade. Para a comunicação dos seres humanos é essencial a existência de nomes e o conhecimento das entidades individuais (objetos) a serem nomeadas. Esses objetos representam cada entidade identificável num dado domínio e podem ser agrupados em categorias (classes).

Ferreira explicou que as definições dessas categorias baseiam-se em semelhanças compartilhadas entre seus elementos constituintes. E as categorias reúnem objetos com base em algum conjunto de propriedades características compartilhadas comuns a todos esses objetos. O nível de detalhamento pode variar. Portanto, a relação entre categorias e objeto é relativa.

A existência de nomes é um pré-requisito fundamental para a classificação. A criação desses nomes, no entanto, pressupõe um conhecimento dos objetos que serão denominados. Os substantivos correspondem à criação de categorias (classes) de objetos aos quais se aplica o mesmo nome, construídas com base em definições. Em uma classificação, os objetos dentro de categorias derivadas de uma superior possuem as características desta. Quando uma criança de dois anos, ao ouvir um disco com cantos de pássaros, se refere aos sons que está ouvindo como sendo de uma ‘cocó’ (galinha), ela está, por associação, reconhecendo os animais da classe das aves. Quando as coisas são reconhecidas, elas são ordenadas em diferentes grupos ou categorias. Todas as coisas na natureza fazem parte de diferentes grupos e subgrupos. Como é possível perceber, estamos sempre agrupando objetos em categorias, isto é, classificando-os, observou Ferreira.

Segundo o pesquisador, o objetivo da classificação das espécies é manter a estabilidade e universalidade dos nomes científicos dos animais, e assegurar que cada nome seja único e distinto. Ele esclareceu que a criação da Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica não cerceou a liberdade de pensamento do zoólogo, uma vez que não importa qual o conceito de espécie ou subespécie adotado por ele. O zoólogo deve observar, estudar, fazer experiências e tirar suas conclusões. Qualquer que seja o conceito adotado, se ele disser que um determinado táxon - unidade taxonômica associada a um sistema de classificação dos seres vivos - é uma espécie, a Comissão Internacional regulamenta apenas a forma de nomeá-la, explicou o convidado.

Úrsula Neves

31/03/2011

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Costume de classificar tudo ao redor remonta do início da humanidade
Por: 
jornalismo

Confira a cobertura especial do evento

Nelson Ferreira Júnior, pesquisador do Laboratório de Entomologia, do Instituto de Biologia, da UFRJ realizou sua palestra sobre o Código Internacional de Nomenclatura Zoológica durante o I Seminário sobre Gestão e Curadoria de Coleções Zoológicas da Fiocruz, que o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) realizou de 21 a 25 de março. A apresentação teve início com a história da classificação, que se perde na Antiguidade. Para a comunicação dos seres humanos é essencial a existência de nomes e o conhecimento das entidades individuais (objetos) a serem nomeadas. Esses objetos representam cada entidade identificável num dado domínio e podem ser agrupados em categorias (classes).

Ferreira explicou que as definições dessas categorias baseiam-se em semelhanças compartilhadas entre seus elementos constituintes. E as categorias reúnem objetos com base em algum conjunto de propriedades características compartilhadas comuns a todos esses objetos. O nível de detalhamento pode variar. Portanto, a relação entre categorias e objeto é relativa.

A existência de nomes é um pré-requisito fundamental para a classificação. A criação desses nomes, no entanto, pressupõe um conhecimento dos objetos que serão denominados. Os substantivos correspondem à criação de categorias (classes) de objetos aos quais se aplica o mesmo nome, construídas com base em definições. Em uma classificação, os objetos dentro de categorias derivadas de uma superior possuem as características desta. Quando uma criança de dois anos, ao ouvir um disco com cantos de pássaros, se refere aos sons que está ouvindo como sendo de uma ‘cocó’ (galinha), ela está, por associação, reconhecendo os animais da classe das aves. Quando as coisas são reconhecidas, elas são ordenadas em diferentes grupos ou categorias. Todas as coisas na natureza fazem parte de diferentes grupos e subgrupos. Como é possível perceber, estamos sempre agrupando objetos em categorias, isto é, classificando-os, observou Ferreira.

Segundo o pesquisador, o objetivo da classificação das espécies é manter a estabilidade e universalidade dos nomes científicos dos animais, e assegurar que cada nome seja único e distinto. Ele esclareceu que a criação da Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica não cerceou a liberdade de pensamento do zoólogo, uma vez que não importa qual o conceito de espécie ou subespécie adotado por ele. O zoólogo deve observar, estudar, fazer experiências e tirar suas conclusões. Qualquer que seja o conceito adotado, se ele disser que um determinado táxon - unidade taxonômica associada a um sistema de classificação dos seres vivos - é uma espécie, a Comissão Internacional regulamenta apenas a forma de nomeá-la, explicou o convidado.

Úrsula Neves

31/03/2011

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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)