O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) encerrou, na última sexta-feira (29/05), as atividades comemorativas pelos seus 120 anos de existência, completados no último dia 25, juntamente com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Em sessão especial e virtual do Centro de Estudos, o economista e cientista social, Eduardo Giannetti da Fonseca, ministrou a palestra ‘Cenários econômico, social e político do Brasil antes e após a pandemia Covid-19: uma análise crítica e construtiva’. A mediação ficou a cargo do diretor do IOC, José Paulo Gagliardi Leite.
O Vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fundação, Rodrigo Correa de Oliveira, participou da sessão especial representando a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.
“Celebramos o aniversário da nossa instituição em meio a muitas atividades relacionadas ao enfrentamento do novo coronavírus. Esta pandemia traz enormes desafios para a saúde pública e, certamente, nos ajudará a pensar o futuro. A Fiocruz e o IOC têm feito um trabalho fabuloso em prol da saúde pública brasileira e do Sistema Único de Saúde. A palestra de hoje tem muito a contribuir para os nossos debates internos”, declarou.
Como boas-vindas ao palestrante Eduardo Giannetti, o diretor do IOC reproduziu um trecho do depoimento de Sinval Brandão Filho, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e diretor do Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz-PE), durante reunião do Conselho Deliberativo da Fiocruz.
“O professor Giannetti é um dos nossos melhores intelectuais, com publicações interessantes e ótimas reflexões sobre a conjuntura política, econômica e social do país. Seja bem-vindo”, declarou.
“Como cidadão brasileiro, sinto-me feliz e honrado em poder homenagear o Instituto Oswaldo Cruz no seu aniversário de 120 anos. E mais do que isso, por poder cumprimentar e agradecer aos técnicos, pesquisadores e demais profissionais do IOC pelo excepcional trabalho que vem sendo realizado neste momento triste e complexo da saúde mundial”, destacou Eduardo Giannetti, no início de sua apresentação.
A palestra foi dividida em três principais tópicos: caracterização da crise sanitária, social e econômica pela qual a humanidade está passando; especificidades brasileiras em relação à pandemia, focando nos aspectos econômicos, políticos e sociais; e uma reflexão prospectiva, pontuando alguns dos principais desafios do Brasil no período pós Covid-19.
“O país tem uma chance concreta de sair desta crise amadurecido e fortalecido para poder enfrentar problemas que, há muito tempo, estamos evitando encarar”, comentou o professor.
Eduardo Giannetti disse que o país tem uma chance concreta de sair da crise amadurecido e fortalecido para poder enfrentar problemas que, há muito tempo, evita encarar. Foto: Reprodução internetEm relação ao primeiro tópico, Giannetti destacou que a emergência sanitária está entre as três categorias de calamidade que pontuam a história humana.
“Existe a calamidade natural, que é quando a natureza provoca desastres que afetam o homem – como, por exemplo, terremotos e furacões. Tem a calamidade categorizada como humana, que consiste em seres humanos prejudicando uns aos outros. Exemplos disso podem ser guerras e atentados terroristas. E, por fim, a terceira forma de calamidade: a mista. Ela não é puramente humana, nem natural. É a ação do homem causando desastres naturais como, aquecimento global, rompimento de barragens, entre outros. Em síntese, essa categoria é resultado da ação humana, mas não da intenção. E é justamente nela que a pandemia de Covid-19 se enquadra”, explicou.
Sobre as especificidades brasileiras em relação ao novo coronavírus, o professor salientou que, do ponto de vista econômico, o que caracteriza a crise é a paralisia dos setores que fazem a economia do país girar e que hoje estão extremamente interligados.
“Essa interrupção da produção e do consumo leva a consequências catastróficas para a economia de um país como nosso. A dívida pública vai crescer, porém o mais importante, no curto prazo, é garantir os recursos necessários para atravessar a pandemia ao menor custo humanitário, social e econômico”, disse.
Por fim, Giannetti abordou os desafios que o Brasil enfrentará no período pós Covid-19. Segundo ele, o país saía de uma emergência fiscal quando se viu diante da pandemia do novo coronavírus. Sendo assim, ficou impositivo ao governo federal estabelecer medidas de suporte e reforço ao serviço público de saúde, de transferência de renda para grupos vulneráveis que perderam a capacidade de sobrevivência, e de algum tipo de apoio e subsídio a empresas, especialmente as pequenas e médias.
“Eu acrescento, também, o atual momento político que o país atravessa. Existem conflitos internos no governo que dificultam uma mobilização das ações humanas para sair da crise”, pontuou.
Como ações subsequentes, Giannetti ressaltou a relevância de uma reforma tributária que redistribua para a população um percentual do PIB capturado pela máquina estatal; e de uma reforma administrativa bem estruturada, que contemple uma regra adequada de reajuste do salário mínimo, de juros básicos baixos; e outras ações que poderão estabilizar a relação dívida/PIB.
“É preciso estabelecer prioridades para o período pós pandemia que nos permitam discutir e trabalhar em cima de problemas crônicos que afetam a nossa sociedade há muito tempo”, concluiu.
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) encerrou, na última sexta-feira (29/05), as atividades comemorativas pelos seus 120 anos de existência, completados no último dia 25, juntamente com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Em sessão especial e virtual do Centro de Estudos, o economista e cientista social, Eduardo Giannetti da Fonseca, ministrou a palestra ‘Cenários econômico, social e político do Brasil antes e após a pandemia Covid-19: uma análise crítica e construtiva’. A mediação ficou a cargo do diretor do IOC, José Paulo Gagliardi Leite.
O Vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fundação, Rodrigo Correa de Oliveira, participou da sessão especial representando a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.
“Celebramos o aniversário da nossa instituição em meio a muitas atividades relacionadas ao enfrentamento do novo coronavírus. Esta pandemia traz enormes desafios para a saúde pública e, certamente, nos ajudará a pensar o futuro. A Fiocruz e o IOC têm feito um trabalho fabuloso em prol da saúde pública brasileira e do Sistema Único de Saúde. A palestra de hoje tem muito a contribuir para os nossos debates internos”, declarou.
Como boas-vindas ao palestrante Eduardo Giannetti, o diretor do IOC reproduziu um trecho do depoimento de Sinval Brandão Filho, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e diretor do Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz-PE), durante reunião do Conselho Deliberativo da Fiocruz.
“O professor Giannetti é um dos nossos melhores intelectuais, com publicações interessantes e ótimas reflexões sobre a conjuntura política, econômica e social do país. Seja bem-vindo”, declarou.
“Como cidadão brasileiro, sinto-me feliz e honrado em poder homenagear o Instituto Oswaldo Cruz no seu aniversário de 120 anos. E mais do que isso, por poder cumprimentar e agradecer aos técnicos, pesquisadores e demais profissionais do IOC pelo excepcional trabalho que vem sendo realizado neste momento triste e complexo da saúde mundial”, destacou Eduardo Giannetti, no início de sua apresentação.
A palestra foi dividida em três principais tópicos: caracterização da crise sanitária, social e econômica pela qual a humanidade está passando; especificidades brasileiras em relação à pandemia, focando nos aspectos econômicos, políticos e sociais; e uma reflexão prospectiva, pontuando alguns dos principais desafios do Brasil no período pós Covid-19.
“O país tem uma chance concreta de sair desta crise amadurecido e fortalecido para poder enfrentar problemas que, há muito tempo, estamos evitando encarar”, comentou o professor.
Eduardo Giannetti disse que o país tem uma chance concreta de sair da crise amadurecido e fortalecido para poder enfrentar problemas que, há muito tempo, evita encarar. Foto: Reprodução internetEm relação ao primeiro tópico, Giannetti destacou que a emergência sanitária está entre as três categorias de calamidade que pontuam a história humana.
“Existe a calamidade natural, que é quando a natureza provoca desastres que afetam o homem – como, por exemplo, terremotos e furacões. Tem a calamidade categorizada como humana, que consiste em seres humanos prejudicando uns aos outros. Exemplos disso podem ser guerras e atentados terroristas. E, por fim, a terceira forma de calamidade: a mista. Ela não é puramente humana, nem natural. É a ação do homem causando desastres naturais como, aquecimento global, rompimento de barragens, entre outros. Em síntese, essa categoria é resultado da ação humana, mas não da intenção. E é justamente nela que a pandemia de Covid-19 se enquadra”, explicou.
Sobre as especificidades brasileiras em relação ao novo coronavírus, o professor salientou que, do ponto de vista econômico, o que caracteriza a crise é a paralisia dos setores que fazem a economia do país girar e que hoje estão extremamente interligados.
“Essa interrupção da produção e do consumo leva a consequências catastróficas para a economia de um país como nosso. A dívida pública vai crescer, porém o mais importante, no curto prazo, é garantir os recursos necessários para atravessar a pandemia ao menor custo humanitário, social e econômico”, disse.
Por fim, Giannetti abordou os desafios que o Brasil enfrentará no período pós Covid-19. Segundo ele, o país saía de uma emergência fiscal quando se viu diante da pandemia do novo coronavírus. Sendo assim, ficou impositivo ao governo federal estabelecer medidas de suporte e reforço ao serviço público de saúde, de transferência de renda para grupos vulneráveis que perderam a capacidade de sobrevivência, e de algum tipo de apoio e subsídio a empresas, especialmente as pequenas e médias.
“Eu acrescento, também, o atual momento político que o país atravessa. Existem conflitos internos no governo que dificultam uma mobilização das ações humanas para sair da crise”, pontuou.
Como ações subsequentes, Giannetti ressaltou a relevância de uma reforma tributária que redistribua para a população um percentual do PIB capturado pela máquina estatal; e de uma reforma administrativa bem estruturada, que contemple uma regra adequada de reajuste do salário mínimo, de juros básicos baixos; e outras ações que poderão estabilizar a relação dívida/PIB.
“É preciso estabelecer prioridades para o período pós pandemia que nos permitam discutir e trabalhar em cima de problemas crônicos que afetam a nossa sociedade há muito tempo”, concluiu.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)