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De olhos atentos no Brasil e compromisso com a saúde global

Hoje, o IOC responde por uma variedade de atividades científicas, sempre marcado pelo compromisso centenário de fazer pesquisa aliada ao ensino, à referência em saúde e à manutenção de coleções biológicas
Por Jornalismo IOC25/05/2015 - Atualizado em 10/12/2019

Malária, leishmanioses, doença de Chagas, esquistossomose. Hepatites, tuberculose, meningites, rotavírus. Febre maculosa, asma, leptospirose, inflamação, fibrose cística, distrofias musculares. Nem com muito fôlego se chega ao fim do rosário de temas a que o Instituto se dedica nas abordagens mais variadas, da biologia, patologia e parasitologia à biodiversidade, genética, proteômica e biologia computacional, entre tantas outras.

Sustentados tecnologicamente por plataformas compartilhadas, os objetivos variam na mesma amplitude, indo da pesquisa básica ao desenvolvimento de fármacos, vacinas e alternativas de tratamento ou prevenção.

O interesse por doenças que parecem superadas convive com a atenção sobre aquelas que sequer esboçam a primeira aparição. Doenças pouco visíveis como a oncocercose que, no país, atinge indígenas Yanomami de tradição nômade. Doenças quase adormecidas, a exemplo da poliomielite e da cólera, permanecem no alvo de estudos. No caso das doenças emergentes, o Instituto responde a cenários novos, como a Aids, a dengue e a gripe pandêmica foram um dia.

Ao mesmo tempo, antecipa problemas de futuro, seja a potencial chegada da febre do Oeste do Nilo, a transmissão local de Chikungunya, o espalhamento do vírus Mayaro ou a ocorrência de casos de febre Q.

O ciclo de transmissão de doenças é um foco de investigação. No campo são buscados os indícios que permitem montar verdadeiros quebra-cabeças. “A curiosidade de sempre procurar uma resposta movimenta o trabalho do cientista em diversos ambientes”, conta a parasitologista Ana Maria Jansen que, de barco ou jipe, lidera um grupo que percorre florestas, sertões e cerrados para desvendar casos de doença de Chagas.

Em hanseníase e hepatites virais, o diferencial é um modelo complexo que aproxima a atenção ambulatorial a atividades de pesquisa clínica, ensino e referência. “Realizamos um atendimento multidisciplinar, que integra pesquisa e assistência em busca de benefícios para o próprio paciente”, diz Euzenir Sarno, à frente do ambulatório Souza Araújo, referência nacional em hanseníase para o Ministério da Saúde e acreditado internacionalmente.

Com a responsabilidade de gerir contemporaneidade e legado histórico, o diretor do Instituto diz que o compromisso de gerar conhecimento relevante para o Brasil permanece, acumulando desafios. “Estamos contribuindo para a saúde global na busca de soluções para o país a partir da geração de conhecimento científico”, afirma o imunologista Wilson Savino, eleito para a gestão 2013-2017.

No ambiente de pesquisa, as portas estão abertas para o Ensino. Estagiários, técnicos em formação, futuros mestres e doutores têm a oportunidade de aprender nos Laboratórios. “Estar junto aos jovens estudantes significa renovar-se e aprender a cada dia”, salienta José Rodrigues Coura. Responsável pela criação de dois programas de pós-graduação e de um curso técnico no Instituto, ele encontra fôlego para continuar lecionando há mais de três décadas.

No fortalecimento da vigilância em saúde, o diagnóstico de doenças é um trabalho de rotina, lado a lado com o aperfeiçoamento de metodologias e a capacitação de profissionais. “Os laboratórios de referência estão preparados para detecção, reconhecimento e análise de doenças que circulam no país. Tudo isso apenas é possível agregado a uma atividade de referência e pesquisa que caminham juntas por décadas”, opina a virologista Marilda Siqueira, que responde pelas referências em influenza, sarampo e rubéola.

Das coleções biológicas, algumas centenárias e outras recentes, o uso para finalidades de ensino e pesquisa divide espaço entre a modernidade de acessos digitais e o tradicional envio de amostras por correio. São centenas de empréstimos e doações de acervo para instituições de todos os continentes. “Oferecemos material biológico de qualidade para o desenvolvimento e inovação biotecnológica no país e no mundo”, destaca Claude Pirmez, que coordena o processo de acreditação dos Centros de Recursos Biológicos (CRBs) a partir de coleções existentes.

Mais de um século depois de sua criação, a revista ‘Memórias do Instituto Oswaldo Cruz’ tem o maior impacto na América Latina em áreas como Parasitologia e Medicina Tropical. Cada vez mais internacionalizada, contabiliza autores de 52 países. “A digitalização total do acervo, o controle rígido de plágio e a gratuidade plena, tanto para acesso de leitores quanto para a publicação de trabalhos, são características que colocam a revista na crista das tendências contemporâneas de editoração científica”, situa Hooman Momen, um dos editores da revista e ex-coordenador de publicações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Quando não embasam atividades contemporâneas, traços do passado do Instituto foram sementes de frutos que brotaram desde que a Fiocruz foi estabelecida, na década de 1970, como uma autarquia do Ministério da Saúde. A vocação para produzir soros e vacinas – que começou com a peste bubônica, passou pela varíola e chegou à poliomielite – foi assumida pela atual Bio-Manguinhos, presente na vida dos brasileiros por meio dos imunizantes que fabrica.

Os documentos históricos foram abraçados pela Casa de Oswaldo Cruz (COC); as bibliotecas, pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict); o antigo Hospital de Manguinhos se tornaria o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI); de um dos laboratórios, nasceria a Fiocruz-Paraná. Nas salas de aula e bancadas passaram muitos dos profissionais que hoje povoam o complexo técnico-científico da Fiocruz no país.

Acompanhando o movimento das pessoas, também os temas de pesquisa são irradiados, colaborando para consolidar o projeto nacional da Fundação. Em sinergia, as trajetórias do Instituto e do conjunto da Fiocruz se misturam.

Hoje, o IOC responde por uma variedade de atividades científicas, sempre marcado pelo compromisso centenário de fazer pesquisa aliada ao ensino, à referência em saúde e à manutenção de coleções biológicas
Por: 
jornalismo

Malária, leishmanioses, doença de Chagas, esquistossomose. Hepatites, tuberculose, meningites, rotavírus. Febre maculosa, asma, leptospirose, inflamação, fibrose cística, distrofias musculares. Nem com muito fôlego se chega ao fim do rosário de temas a que o Instituto se dedica nas abordagens mais variadas, da biologia, patologia e parasitologia à biodiversidade, genética, proteômica e biologia computacional, entre tantas outras.

Sustentados tecnologicamente por plataformas compartilhadas, os objetivos variam na mesma amplitude, indo da pesquisa básica ao desenvolvimento de fármacos, vacinas e alternativas de tratamento ou prevenção.

O interesse por doenças que parecem superadas convive com a atenção sobre aquelas que sequer esboçam a primeira aparição. Doenças pouco visíveis como a oncocercose que, no país, atinge indígenas Yanomami de tradição nômade. Doenças quase adormecidas, a exemplo da poliomielite e da cólera, permanecem no alvo de estudos. No caso das doenças emergentes, o Instituto responde a cenários novos, como a Aids, a dengue e a gripe pandêmica foram um dia.

Ao mesmo tempo, antecipa problemas de futuro, seja a potencial chegada da febre do Oeste do Nilo, a transmissão local de Chikungunya, o espalhamento do vírus Mayaro ou a ocorrência de casos de febre Q.

O ciclo de transmissão de doenças é um foco de investigação. No campo são buscados os indícios que permitem montar verdadeiros quebra-cabeças. “A curiosidade de sempre procurar uma resposta movimenta o trabalho do cientista em diversos ambientes”, conta a parasitologista Ana Maria Jansen que, de barco ou jipe, lidera um grupo que percorre florestas, sertões e cerrados para desvendar casos de doença de Chagas.

Em hanseníase e hepatites virais, o diferencial é um modelo complexo que aproxima a atenção ambulatorial a atividades de pesquisa clínica, ensino e referência. “Realizamos um atendimento multidisciplinar, que integra pesquisa e assistência em busca de benefícios para o próprio paciente”, diz Euzenir Sarno, à frente do ambulatório Souza Araújo, referência nacional em hanseníase para o Ministério da Saúde e acreditado internacionalmente.

Com a responsabilidade de gerir contemporaneidade e legado histórico, o diretor do Instituto diz que o compromisso de gerar conhecimento relevante para o Brasil permanece, acumulando desafios. “Estamos contribuindo para a saúde global na busca de soluções para o país a partir da geração de conhecimento científico”, afirma o imunologista Wilson Savino, eleito para a gestão 2013-2017.

No ambiente de pesquisa, as portas estão abertas para o Ensino. Estagiários, técnicos em formação, futuros mestres e doutores têm a oportunidade de aprender nos Laboratórios. “Estar junto aos jovens estudantes significa renovar-se e aprender a cada dia”, salienta José Rodrigues Coura. Responsável pela criação de dois programas de pós-graduação e de um curso técnico no Instituto, ele encontra fôlego para continuar lecionando há mais de três décadas.

No fortalecimento da vigilância em saúde, o diagnóstico de doenças é um trabalho de rotina, lado a lado com o aperfeiçoamento de metodologias e a capacitação de profissionais. “Os laboratórios de referência estão preparados para detecção, reconhecimento e análise de doenças que circulam no país. Tudo isso apenas é possível agregado a uma atividade de referência e pesquisa que caminham juntas por décadas”, opina a virologista Marilda Siqueira, que responde pelas referências em influenza, sarampo e rubéola.

Das coleções biológicas, algumas centenárias e outras recentes, o uso para finalidades de ensino e pesquisa divide espaço entre a modernidade de acessos digitais e o tradicional envio de amostras por correio. São centenas de empréstimos e doações de acervo para instituições de todos os continentes. “Oferecemos material biológico de qualidade para o desenvolvimento e inovação biotecnológica no país e no mundo”, destaca Claude Pirmez, que coordena o processo de acreditação dos Centros de Recursos Biológicos (CRBs) a partir de coleções existentes.

Mais de um século depois de sua criação, a revista ‘Memórias do Instituto Oswaldo Cruz’ tem o maior impacto na América Latina em áreas como Parasitologia e Medicina Tropical. Cada vez mais internacionalizada, contabiliza autores de 52 países. “A digitalização total do acervo, o controle rígido de plágio e a gratuidade plena, tanto para acesso de leitores quanto para a publicação de trabalhos, são características que colocam a revista na crista das tendências contemporâneas de editoração científica”, situa Hooman Momen, um dos editores da revista e ex-coordenador de publicações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Quando não embasam atividades contemporâneas, traços do passado do Instituto foram sementes de frutos que brotaram desde que a Fiocruz foi estabelecida, na década de 1970, como uma autarquia do Ministério da Saúde. A vocação para produzir soros e vacinas – que começou com a peste bubônica, passou pela varíola e chegou à poliomielite – foi assumida pela atual Bio-Manguinhos, presente na vida dos brasileiros por meio dos imunizantes que fabrica.

Os documentos históricos foram abraçados pela Casa de Oswaldo Cruz (COC); as bibliotecas, pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict); o antigo Hospital de Manguinhos se tornaria o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI); de um dos laboratórios, nasceria a Fiocruz-Paraná. Nas salas de aula e bancadas passaram muitos dos profissionais que hoje povoam o complexo técnico-científico da Fiocruz no país.

Acompanhando o movimento das pessoas, também os temas de pesquisa são irradiados, colaborando para consolidar o projeto nacional da Fundação. Em sinergia, as trajetórias do Instituto e do conjunto da Fiocruz se misturam.

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)