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IOC se despede de Marciano Viana Paes

Vítima da Covid-19 aos 50 anos, o pesquisador atuava no Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas do Instituto
Por Kadu Cayres12/02/2021 - Atualizado em 04/01/2022

“Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, ele permaneça”. É com apego à frase de Leonardo da Vinci, que o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) vivencia a triste notícia do falecimento de Marciano Viana Paes, pesquisador do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas, na manhã desta sexta-feira (12/02), vítima da Covid-19 aos 50 anos de idade.

Entre os trabalhos do pesquisador estão o que abordam casos de dengue, chikungunya e Zika em gestantes, incluindo o estudo que apontou a persistência do vírus Zika na placenta. Foto: Gutemberg Brito (IOC/Fiocruz)

Biólogo formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Marciano obteve títulos de mestrado e doutorado pelo Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC. Especializou-se em microbiologia, com ênfase em virologia. Patógenos de grande importância para a saúde pública brasileira, os arbovírus, como dengue, chikungunya e Zika, foram o foco principal de suas pesquisas. Com estudos em modelo experimental e em amostras de pacientes, o cientista, que iniciou sua trajetória no Instituto no final da década de 1990, investigou aspectos histopatológicos e características da resposta imune nas infecções.

Entre suas publicações, estão trabalhos que abordam casos de dengue, chikungunya e Zika em gestantes, incluindo o estudo que apontou a persistência do vírus Zika na placenta e a redução em níveis de uma molécula essencial para o desenvolvimento do cérebro dos bebês em casos de microcefalia [saiba mais]. Atualmente, Paes se dedicava à implantação do Biotério NB-3 para experimentação animal direcionada aos estudos sobre o vírus causador da Covid-19 (SARS-CoV-2), na Fiocruz, e à atividade de docência no Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Medicina Tropical.

Ao longo da carreira, esteve entre os principais autores de mais de 30 artigos científicos. O mais recente, publicado pela revista Brain, Behavior, & Immunity – Health, destaca a necessidade de considerar o envolvimento de células da glia – um tipo celular do cérebro – na evolução da Covid-19. O artigo de revisão foi desenvolvido em colaboração com pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade de Paris.

Nascido em Campos dos Goytacazes, no interior do estado do Rio de Janeiro, Marciano era visto pelos colegas como uma pessoa gentil, incentivadora e comprometida com o trabalho. “Ele era incrível. Desde a iniciação científica, passando pelo mestrado, e agora o doutorado, eu fui orientanda dele. O Marciano sempre foi um amigo e orientador presente, paciente, incentivador e preocupado com seus alunos. Digo sem receio: eu não poderia ter tido um orientador melhor. É difícil mensurar a falta que ele fará”, declara Natália Salomão, bolsista Faperj do Laboratório onde o pesquisador atuava.

Devido ao distanciamento social recomendado pelas autoridades de saúde por conta da pandemia de Covid-19, o velório e o sepultamento ficarão restritos aos familiares.

Vítima da Covid-19 aos 50 anos, o pesquisador atuava no Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas do Instituto
Por: 
kadu

“Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, ele permaneça”. É com apego à frase de Leonardo da Vinci, que o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) vivencia a triste notícia do falecimento de Marciano Viana Paes, pesquisador do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas, na manhã desta sexta-feira (12/02), vítima da Covid-19 aos 50 anos de idade.

Entre os trabalhos do pesquisador estão o que abordam casos de dengue, chikungunya e Zika em gestantes, incluindo o estudo que apontou a persistência do vírus Zika na placenta. Foto: Gutemberg Brito (IOC/Fiocruz)

Biólogo formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Marciano obteve títulos de mestrado e doutorado pelo Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do IOC. Especializou-se em microbiologia, com ênfase em virologia. Patógenos de grande importância para a saúde pública brasileira, os arbovírus, como dengue, chikungunya e Zika, foram o foco principal de suas pesquisas. Com estudos em modelo experimental e em amostras de pacientes, o cientista, que iniciou sua trajetória no Instituto no final da década de 1990, investigou aspectos histopatológicos e características da resposta imune nas infecções.

Entre suas publicações, estão trabalhos que abordam casos de dengue, chikungunya e Zika em gestantes, incluindo o estudo que apontou a persistência do vírus Zika na placenta e a redução em níveis de uma molécula essencial para o desenvolvimento do cérebro dos bebês em casos de microcefalia [saiba mais]. Atualmente, Paes se dedicava à implantação do Biotério NB-3 para experimentação animal direcionada aos estudos sobre o vírus causador da Covid-19 (SARS-CoV-2), na Fiocruz, e à atividade de docência no Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Medicina Tropical.

Ao longo da carreira, esteve entre os principais autores de mais de 30 artigos científicos. O mais recente, publicado pela revista Brain, Behavior, & Immunity – Health, destaca a necessidade de considerar o envolvimento de células da glia – um tipo celular do cérebro – na evolução da Covid-19. O artigo de revisão foi desenvolvido em colaboração com pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade de Paris.

Nascido em Campos dos Goytacazes, no interior do estado do Rio de Janeiro, Marciano era visto pelos colegas como uma pessoa gentil, incentivadora e comprometida com o trabalho. “Ele era incrível. Desde a iniciação científica, passando pelo mestrado, e agora o doutorado, eu fui orientanda dele. O Marciano sempre foi um amigo e orientador presente, paciente, incentivador e preocupado com seus alunos. Digo sem receio: eu não poderia ter tido um orientador melhor. É difícil mensurar a falta que ele fará”, declara Natália Salomão, bolsista Faperj do Laboratório onde o pesquisador atuava.

Devido ao distanciamento social recomendado pelas autoridades de saúde por conta da pandemia de Covid-19, o velório e o sepultamento ficarão restritos aos familiares.

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)