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Pesquisas do IOC reconhecidas no Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2022

Estudo sobre doença de Chagas realizado na Pós em Biologia Celular e Molecular foi vencedor na premiação. Tese sobre herpesvírus, da Pós em Biologia Parasitária, recebeu menção honrosa
Por Maíra Menezes05/10/2022 - Atualizado em 14/10/2022

Duas pesquisas desenvolvidas na pós-graduação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foram reconhecidas no Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2022. Promovida pela Presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação, a honraria destaca teses de elevado valor para o avanço do campo da saúde nas áreas temáticas de atuação da instituição.

A tese da farmacêutica Priscila Silva Grijó Farani, realizada no Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular, foi vencedora da categoria ‘Ciências biológicas aplicadas e biomedicina’. Com foco na análise de mecanismos de ação de fármacos contra a doença de Chagas crônica, a pesquisa foi orientada pelo pesquisador do Laboratório de Virologia Molecular, Otacílio Moreira, e pela chefe do Laboratório de Biologia das Interações, Joseli Lannes.

Desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Biologia Parasitária, o estudo da bióloga Jéssica Vasques Raposo Vedovi recebeu menção honrosa na categoria ‘Medicina’. Orientada pela chefe adjunta do Laboratório de Virologia Molecular, Vanessa de Paula, a tese investigou infecções por herpesvírus em pacientes transplantados e analisou a aplicação de um método de edição do genoma para inibir a replicação viral em cultura de células.

Ao todo, 11 estudos foram contemplados na sexta edição do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses. A cerimônia de entrega da premiação será realizada no dia 14 de outubro, no âmbito das atividades da semana de educação.   

Saiba mais sobre as pesquisas:

Mecanismos de ação contra a doença de Chagas

O estudo de Priscila Farani investigou os mecanismos de ação de dois fármacos em modelo experimental da doença de Chagas: benznidazol, medicamento que age contra o parasito Trypanosoma cruzi, e pentoxifilina, remédio usado no tratamento de doenças vasculares, que tem efeito anti-inflamatório.

Realizada com camundongos, que são considerados modelo para o estudo da doença de Chagas, a pesquisa mostrou que a infecção pelo T. cruzi afeta diversos mecanismos moleculares, alterando a expressão de genes relacionados à resposta imune no coração. Também altera a expressão de microRNAs, moléculas que agem na regulação de vias de sinalização celular.

As análises mostraram que os fármacos são capazes de regular ou reverter a expressão de alguns genes alterados e modular a expressão de microRNAs. 

O estudo contou ainda com experimentos in vitro, para analisar a ação das substâncias em células de músculo cardíaco infectadas pelo T. cruzi. Dessa forma, o trabalho apontou perspectivas para identificar biomarcadores, novos alvos terapêuticos e terapias complementares para portadores da doença de Chagas crônica.

A tese foi intitulada ‘Regulação de miRNAs em modelo experimental de doença de Chagas frente à terapia com benznidazol e pentoxifilina: relação com a cardiomiopatia chagásica crônica’.

Infecções por herpesvírus em pacientes transplantados

Dividida em duas partes, a pesquisa de Jéssica Vedovi investigou infecções por herpesvírus em pacientes transplantados e avaliou a aplicação de uma metodologia de edição do genoma para bloquear a replicação viral em cultura de células.

Analisando amostras de fígado de indivíduos que sofreram insuficiência hepática aguda de causa desconhecida, a pesquisa detectou a presença de herpesvírus em 23% dos casos. Em uma das amostras, foi verificada a presença de três tipos diferentes de herpesvírus, um achado inédito na literatura.

Segundo os pesquisadores, os dados indicam a necessidade de incluir os herpesvírus no diagnóstico diferencial desses casos e reforçam a importância do diagnóstico para aprimorar o tratamento dos pacientes.

A infecção por herpesvírus também foi confirmada em pacientes submetidos a transplante de rim. Nestes casos, os pesquisadores analisaram amostras de saliva e apontaram a glândula salivar como um sítio importante de replicação viral, o que pode contribuir para o monitoramento da infecção.

Na segunda parte da pesquisa, a metodologia de edição genética chamada de crispr/cas9 foi aplicada com sucesso para inibir a replicação do herspesvírus simples 1 (HSV1) em cultura de células.

O trabalho recebeu o título ‘Betaherpesvírus humano 5, 6 e 7 em pacientes transplantados e atividade antiviral do crispr/cas9 anti- alphaherpesvírus humano 1’.

Estudo sobre doença de Chagas realizado na Pós em Biologia Celular e Molecular foi vencedor na premiação. Tese sobre herpesvírus, da Pós em Biologia Parasitária, recebeu menção honrosa
Por: 
maira

Duas pesquisas desenvolvidas na pós-graduação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foram reconhecidas no Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2022. Promovida pela Presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação, a honraria destaca teses de elevado valor para o avanço do campo da saúde nas áreas temáticas de atuação da instituição.

A tese da farmacêutica Priscila Silva Grijó Farani, realizada no Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular, foi vencedora da categoria ‘Ciências biológicas aplicadas e biomedicina’. Com foco na análise de mecanismos de ação de fármacos contra a doença de Chagas crônica, a pesquisa foi orientada pelo pesquisador do Laboratório de Virologia Molecular, Otacílio Moreira, e pela chefe do Laboratório de Biologia das Interações, Joseli Lannes.

Desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Biologia Parasitária, o estudo da bióloga Jéssica Vasques Raposo Vedovi recebeu menção honrosa na categoria ‘Medicina’. Orientada pela chefe adjunta do Laboratório de Virologia Molecular, Vanessa de Paula, a tese investigou infecções por herpesvírus em pacientes transplantados e analisou a aplicação de um método de edição do genoma para inibir a replicação viral em cultura de células.

Ao todo, 11 estudos foram contemplados na sexta edição do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses. A cerimônia de entrega da premiação será realizada no dia 14 de outubro, no âmbito das atividades da semana de educação.   

Saiba mais sobre as pesquisas:

Mecanismos de ação contra a doença de Chagas

O estudo de Priscila Farani investigou os mecanismos de ação de dois fármacos em modelo experimental da doença de Chagas: benznidazol, medicamento que age contra o parasito Trypanosoma cruzi, e pentoxifilina, remédio usado no tratamento de doenças vasculares, que tem efeito anti-inflamatório.

Realizada com camundongos, que são considerados modelo para o estudo da doença de Chagas, a pesquisa mostrou que a infecção pelo T. cruzi afeta diversos mecanismos moleculares, alterando a expressão de genes relacionados à resposta imune no coração. Também altera a expressão de microRNAs, moléculas que agem na regulação de vias de sinalização celular.

As análises mostraram que os fármacos são capazes de regular ou reverter a expressão de alguns genes alterados e modular a expressão de microRNAs. 

O estudo contou ainda com experimentos in vitro, para analisar a ação das substâncias em células de músculo cardíaco infectadas pelo T. cruzi. Dessa forma, o trabalho apontou perspectivas para identificar biomarcadores, novos alvos terapêuticos e terapias complementares para portadores da doença de Chagas crônica.

A tese foi intitulada ‘Regulação de miRNAs em modelo experimental de doença de Chagas frente à terapia com benznidazol e pentoxifilina: relação com a cardiomiopatia chagásica crônica’.

Infecções por herpesvírus em pacientes transplantados

Dividida em duas partes, a pesquisa de Jéssica Vedovi investigou infecções por herpesvírus em pacientes transplantados e avaliou a aplicação de uma metodologia de edição do genoma para bloquear a replicação viral em cultura de células.

Analisando amostras de fígado de indivíduos que sofreram insuficiência hepática aguda de causa desconhecida, a pesquisa detectou a presença de herpesvírus em 23% dos casos. Em uma das amostras, foi verificada a presença de três tipos diferentes de herpesvírus, um achado inédito na literatura.

Segundo os pesquisadores, os dados indicam a necessidade de incluir os herpesvírus no diagnóstico diferencial desses casos e reforçam a importância do diagnóstico para aprimorar o tratamento dos pacientes.

A infecção por herpesvírus também foi confirmada em pacientes submetidos a transplante de rim. Nestes casos, os pesquisadores analisaram amostras de saliva e apontaram a glândula salivar como um sítio importante de replicação viral, o que pode contribuir para o monitoramento da infecção.

Na segunda parte da pesquisa, a metodologia de edição genética chamada de crispr/cas9 foi aplicada com sucesso para inibir a replicação do herspesvírus simples 1 (HSV1) em cultura de células.

O trabalho recebeu o título ‘Betaherpesvírus humano 5, 6 e 7 em pacientes transplantados e atividade antiviral do crispr/cas9 anti- alphaherpesvírus humano 1’.

Edição: 
Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)