A 33ª edição da Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC) do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) chegou ao final na última sexta-feira, dia 06 de junho, mantendo como foco a intensa troca de experiências entre estudantes, pesquisadores e avaliadores, e a contribuição para o desenvolvimento de novos talentos na área científica.
O encerramento foi marcado pela premiação dos melhores trabalhos apresentados na edição. Dos 215 projetos, 31 foram contemplados com o prêmio de menção honrosa – entre eles os de Marcyellen Barreto da Silva e de Vinícius Ferreira de Barros Correa.
Intitulado ‘Biodiversidade de dípteros colonizadores associados à decomposição de carcaças de suínos Sus scrofa linnaeus, 1758 expostas em áreas rurais no Rio de Janeiro’, o trabalho de Marcyellen consiste em um levantamento faunístico que utiliza carcaça de porcos domésticos para analisar insetos com papel fundamental na entomologia forense.
“Eu estava muito ansiosa, pois era a primeira vez que apresentava esse trabalho em um evento tão importante como a RAIC. Apresentei no primeiro dia, o que aumentou ainda mais a ansiedade. No final, senti orgulho do trabalho, do esforço, e principalmente de estar atuando em uma instituição como o Instituto Oswaldo Cruz (IOC). É grande a responsabilidade, mas também uma honra”, declarou a estudante, que cursa graduação em Biomedicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O trabalho de Marcyellen foi orientado pela pesquisadora Margareth Queiroz, do Laboratório Integrado – Simulídeos e Oncocercose & Entomologia Médica e Forense do IOC.
Já Vinícius faturou o prêmio com o trabalho ‘Desenvolvimento de uma metodologia point-of-care para a detecção molecular de Trypanosoma cruzi em surtos orais da doença de Chagas na região Norte do Brasil’, orientado pelo pesquisador Otacilio da Cruz Moreira, do Laboratório de Virologia e Parasitologia Molecular do IOC.
“Participar pela primeira vez da RAIC apresentando um projeto que busca validar uma metodologia e está relacionado diretamente com inovação, foi bastante desafiador. Quando a gente recebe o prêmio, esquece o nervosismo e a ansiedade dos primeiros dias e fica com a certeza de que deu tudo certo”, celebrou o também graduando de Biomedicina da UFRJ.
Durante a premiação, a Comissão de Estágios do IOC, instância responsável pela organização do evento, elencou cerca de vinte trabalhos com perfil inovador.
Além da premiação, o último dia de evento contou com a palestra ‘Entre a teoria e a prática: a ciência como paixão e profissão’ que foi ministrada por Roberto Rodrigues Ferreira, pós-doutorando do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do Instituto, sob mediação de Mariana Waghabi, pesquisadora do IOC e uma das coordenadoras do Programa de Estágios.
A tradicional apresentação oral dos trabalhos desenvolvidos (ou em desenvolvimento) pelos estudantes inscritos aconteceu no período de 03 a 05 de junho. Ao todo, 215 projetos sobre temas de importância para a saúde pública foram apresentados.
Realizada nas dependências do Pavilhão Arthur Neiva, a 33ª edição da RAIC IOC abriu a programação no dia 02 de junho, com a presença, na mesa de abertura, da vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Alda Maria da Cruz, das coordenadoras do Programa de Estágios do IOC, Elen Mello de Souza e Mariana Waghabi; da vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação do Instituto, Norma Brandão; e da coordenadora geral dos programas institucionais de bolsas de iniciação científica (PIBIC) e de iniciação em desenvolvimento tecnológico (PIBITI) da Fiocruz, Maria de Fátima Diniz Baptista.
Como boas-vindas aos participantes, a vice-presidente Alda Maria citou um trecho do livro ‘Imagens, Micróbios e Espelhos: os sistemas imune e nervoso e nossa relação com o ambiente’, de autoria do pesquisador do IOC, Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro.
“Tenho citado em reuniões uma frase que li neste livro e que se encaixa perfeitamente ao evento. A quebra de paradigmas científicos virá dos jovens. Afinal, vocês não estão com a mente impregnada de ‘preconceitos’ que comprometem esse rompimento. A juventude tem papel fundamental na oxigenação da ciência”, declarou Alda, desejando a todos(as) um excelente evento.
“Aproveitem esses dias para divulgar a pesquisa de vocês, interagir com colegas, orientadores e pesquisadores, pois essa troca é importante e fonte de aprendizado. Saibam que a Vice-Presidência de Pesquisa está atenta ao que vocês produzem neste Instituto”, acrescentou.
Já Maria de Fátima Diniz compartilhou com os jovens um pouco de sua trajetória, que, segundo ela, começou como bolsista de aperfeiçoamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), numa época em que o PIBIC ainda não existia.
"Guardo até hoje na memória as apresentações daquele período. É fundamental que vocês façam o que amam, porque tudo o que a gente faz com amor, faz melhor. Apenas não esqueçam de trabalhar em equipe, pois ninguém faz nada sozinho", comentou.
A vice-diretora de Ensino, Norma Brandão, ressaltou que, embora o evento já tenha relevância reconhecida na vida institucional, este ano carrega um significado ainda mais simbólico: acontece quando o IOC e a Fiocruz celebram seus 125 anos.
“Falar para uma plateia tão especial como essa é realmente, emocionante. Vocês estão numa casa com uma trajetória científica secular. Então, não apenas devem se orgulhar disso, mas aproveitar ao máximo o que ela pode oferecer. Nesses cinco dias, explorem todas as oportunidades disponíveis, interajam e troquem com os seus pares”, incentivou.
Já as coordenadoras do Programa de Estágios do Instituto, Mariana e Elen, apresentaram a linha do tempo com as edições da RAIC no Instituto e agradeceram a atuação dos membros que estão – e os que já atuaram – na Comissão de Estágio.
“Muitas de nós que hoje estamos aqui, deste lado da mesa, já estivemos onde vocês estão. Sabemos bem o que é esse frio na barriga antes de apresentar um trabalho tão importante. Mas deixamos um alerta: com o tempo, o nervosismo até muda de forma, mas raramente vai embora por completo. E tudo bem, faz parte. Aproveitem com intensidade cada momento desta RAIC, porque ela vai ficar guardada para sempre na memória de vocês”, declaram as coordenadoras.
Pesquisar e cuidar
Durante a palestra ‘Onde a ciência encontra a vida: a jornada de quem pesquisa para cuidar’, a chefe do Laboratório de Hanseníase do Instituto, Roberta Olmo, contou um pouco da sua trajetória científica.
Sendo um dos depoimentos mais inspiradores do dia, a pesquisadora fez questão de destacar que não tinha a pretensão de apresentar um ‘caminho certo’, mas apenas contar como foi o trajeto até ali.
“Minha relação profissional com a Fiocruz deu certo porque tudo o que planejei lá no começo deu errado”, brincou Roberta, afirmando que antes de ingressar na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pensou em cursar Comunicação Social.
Com uma fala marcada por reflexões sobre conhecimento e persistência, Olmo alertou os participantes para a importância de se estar bem informado sobre o mundo ao redor, sobretudo quando se pensa em trabalhar com ciência.
“Mais da metade dos entrevistados na pesquisa ‘Retratos da Leitura no Brasil’, não leram sequer um livro nos últimos anos. Ler não é apenas hábito, é ferramenta essencial, sobretudo para quem deseja seguir carreira acadêmico-científica”, alertou.
Com uma trajetória marcada por persistência, a estreia da palestrante como pesquisadora visitante da Fiocruz foi em 2007, quando atuou no projeto ‘Tuberculose e TBMR: mecanismos imunológicos e novas ferramentas de controle da doença’, ao lado de renomadas pesquisadoras como Margareth Dalcolmo e Elizabeth Pereira Sampaio.
“Se a gente olhar para o fracasso com a perspectiva de aprendizado, fica mais fácil seguir e não desistir. Porque na ciência, os desafios, os obstáculos, os 'nãos', são constantes. Mas é isso que nos fortalece”, concluiu Roberta, dedicando a reflexão para quem deseja trilhar a carreira científica.
A programação do primeiro dia também contou com a mesa-redonda ‘Diferentes trajetórias acadêmicas de alunos vigentes e egressos dos Programas de Pós-graduação do IOC’, na qual discentes e egressos dos programas de pós-graduação do Instituto falaram um pouco sobre suas trajetórias no universo científico.
A 33ª edição da Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC) do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) chegou ao final na última sexta-feira, dia 06 de junho, mantendo como foco a intensa troca de experiências entre estudantes, pesquisadores e avaliadores, e a contribuição para o desenvolvimento de novos talentos na área científica.
O encerramento foi marcado pela premiação dos melhores trabalhos apresentados na edição. Dos 215 projetos, 31 foram contemplados com o prêmio de menção honrosa – entre eles os de Marcyellen Barreto da Silva e de Vinícius Ferreira de Barros Correa.
Intitulado ‘Biodiversidade de dípteros colonizadores associados à decomposição de carcaças de suínos Sus scrofa linnaeus, 1758 expostas em áreas rurais no Rio de Janeiro’, o trabalho de Marcyellen consiste em um levantamento faunístico que utiliza carcaça de porcos domésticos para analisar insetos com papel fundamental na entomologia forense.
“Eu estava muito ansiosa, pois era a primeira vez que apresentava esse trabalho em um evento tão importante como a RAIC. Apresentei no primeiro dia, o que aumentou ainda mais a ansiedade. No final, senti orgulho do trabalho, do esforço, e principalmente de estar atuando em uma instituição como o Instituto Oswaldo Cruz (IOC). É grande a responsabilidade, mas também uma honra”, declarou a estudante, que cursa graduação em Biomedicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O trabalho de Marcyellen foi orientado pela pesquisadora Margareth Queiroz, do Laboratório Integrado – Simulídeos e Oncocercose & Entomologia Médica e Forense do IOC.
Já Vinícius faturou o prêmio com o trabalho ‘Desenvolvimento de uma metodologia point-of-care para a detecção molecular de Trypanosoma cruzi em surtos orais da doença de Chagas na região Norte do Brasil’, orientado pelo pesquisador Otacilio da Cruz Moreira, do Laboratório de Virologia e Parasitologia Molecular do IOC.
“Participar pela primeira vez da RAIC apresentando um projeto que busca validar uma metodologia e está relacionado diretamente com inovação, foi bastante desafiador. Quando a gente recebe o prêmio, esquece o nervosismo e a ansiedade dos primeiros dias e fica com a certeza de que deu tudo certo”, celebrou o também graduando de Biomedicina da UFRJ.
Durante a premiação, a Comissão de Estágios do IOC, instância responsável pela organização do evento, elencou cerca de vinte trabalhos com perfil inovador.
Além da premiação, o último dia de evento contou com a palestra ‘Entre a teoria e a prática: a ciência como paixão e profissão’ que foi ministrada por Roberto Rodrigues Ferreira, pós-doutorando do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do Instituto, sob mediação de Mariana Waghabi, pesquisadora do IOC e uma das coordenadoras do Programa de Estágios.
A tradicional apresentação oral dos trabalhos desenvolvidos (ou em desenvolvimento) pelos estudantes inscritos aconteceu no período de 03 a 05 de junho. Ao todo, 215 projetos sobre temas de importância para a saúde pública foram apresentados.
Realizada nas dependências do Pavilhão Arthur Neiva, a 33ª edição da RAIC IOC abriu a programação no dia 02 de junho, com a presença, na mesa de abertura, da vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Alda Maria da Cruz, das coordenadoras do Programa de Estágios do IOC, Elen Mello de Souza e Mariana Waghabi; da vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação do Instituto, Norma Brandão; e da coordenadora geral dos programas institucionais de bolsas de iniciação científica (PIBIC) e de iniciação em desenvolvimento tecnológico (PIBITI) da Fiocruz, Maria de Fátima Diniz Baptista.
Como boas-vindas aos participantes, a vice-presidente Alda Maria citou um trecho do livro ‘Imagens, Micróbios e Espelhos: os sistemas imune e nervoso e nossa relação com o ambiente’, de autoria do pesquisador do IOC, Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro.
“Tenho citado em reuniões uma frase que li neste livro e que se encaixa perfeitamente ao evento. A quebra de paradigmas científicos virá dos jovens. Afinal, vocês não estão com a mente impregnada de ‘preconceitos’ que comprometem esse rompimento. A juventude tem papel fundamental na oxigenação da ciência”, declarou Alda, desejando a todos(as) um excelente evento.
“Aproveitem esses dias para divulgar a pesquisa de vocês, interagir com colegas, orientadores e pesquisadores, pois essa troca é importante e fonte de aprendizado. Saibam que a Vice-Presidência de Pesquisa está atenta ao que vocês produzem neste Instituto”, acrescentou.
Já Maria de Fátima Diniz compartilhou com os jovens um pouco de sua trajetória, que, segundo ela, começou como bolsista de aperfeiçoamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), numa época em que o PIBIC ainda não existia.
"Guardo até hoje na memória as apresentações daquele período. É fundamental que vocês façam o que amam, porque tudo o que a gente faz com amor, faz melhor. Apenas não esqueçam de trabalhar em equipe, pois ninguém faz nada sozinho", comentou.
A vice-diretora de Ensino, Norma Brandão, ressaltou que, embora o evento já tenha relevância reconhecida na vida institucional, este ano carrega um significado ainda mais simbólico: acontece quando o IOC e a Fiocruz celebram seus 125 anos.
“Falar para uma plateia tão especial como essa é realmente, emocionante. Vocês estão numa casa com uma trajetória científica secular. Então, não apenas devem se orgulhar disso, mas aproveitar ao máximo o que ela pode oferecer. Nesses cinco dias, explorem todas as oportunidades disponíveis, interajam e troquem com os seus pares”, incentivou.
Já as coordenadoras do Programa de Estágios do Instituto, Mariana e Elen, apresentaram a linha do tempo com as edições da RAIC no Instituto e agradeceram a atuação dos membros que estão – e os que já atuaram – na Comissão de Estágio.
“Muitas de nós que hoje estamos aqui, deste lado da mesa, já estivemos onde vocês estão. Sabemos bem o que é esse frio na barriga antes de apresentar um trabalho tão importante. Mas deixamos um alerta: com o tempo, o nervosismo até muda de forma, mas raramente vai embora por completo. E tudo bem, faz parte. Aproveitem com intensidade cada momento desta RAIC, porque ela vai ficar guardada para sempre na memória de vocês”, declaram as coordenadoras.
Pesquisar e cuidar
Durante a palestra ‘Onde a ciência encontra a vida: a jornada de quem pesquisa para cuidar’, a chefe do Laboratório de Hanseníase do Instituto, Roberta Olmo, contou um pouco da sua trajetória científica.
Sendo um dos depoimentos mais inspiradores do dia, a pesquisadora fez questão de destacar que não tinha a pretensão de apresentar um ‘caminho certo’, mas apenas contar como foi o trajeto até ali.
“Minha relação profissional com a Fiocruz deu certo porque tudo o que planejei lá no começo deu errado”, brincou Roberta, afirmando que antes de ingressar na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pensou em cursar Comunicação Social.
Com uma fala marcada por reflexões sobre conhecimento e persistência, Olmo alertou os participantes para a importância de se estar bem informado sobre o mundo ao redor, sobretudo quando se pensa em trabalhar com ciência.
“Mais da metade dos entrevistados na pesquisa ‘Retratos da Leitura no Brasil’, não leram sequer um livro nos últimos anos. Ler não é apenas hábito, é ferramenta essencial, sobretudo para quem deseja seguir carreira acadêmico-científica”, alertou.
Com uma trajetória marcada por persistência, a estreia da palestrante como pesquisadora visitante da Fiocruz foi em 2007, quando atuou no projeto ‘Tuberculose e TBMR: mecanismos imunológicos e novas ferramentas de controle da doença’, ao lado de renomadas pesquisadoras como Margareth Dalcolmo e Elizabeth Pereira Sampaio.
“Se a gente olhar para o fracasso com a perspectiva de aprendizado, fica mais fácil seguir e não desistir. Porque na ciência, os desafios, os obstáculos, os 'nãos', são constantes. Mas é isso que nos fortalece”, concluiu Roberta, dedicando a reflexão para quem deseja trilhar a carreira científica.
A programação do primeiro dia também contou com a mesa-redonda ‘Diferentes trajetórias acadêmicas de alunos vigentes e egressos dos Programas de Pós-graduação do IOC’, na qual discentes e egressos dos programas de pós-graduação do Instituto falaram um pouco sobre suas trajetórias no universo científico.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)