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Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais

O Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais (LVRE) do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), credenciado para o período 2023-2028, é fruto da fusão dos Laboratórios de Vírus Respiratório e Sarampo e de Enterovírus.

A expansão do escopo de atuação fortalece a expertise científica, experiência histórica e qualidade reconhecida nacional e internacionalmente no contexto de viroses associadas a surtos, epidemias e emergências sanitárias, contempladas em programas internacionais, tais como SARS-CoV-2, Influenza, MERS-CoV e outros vírus respiratórios, vírus exantemáticos, pólio e outros enterovírus, MPOX e Ebola.

É o único laboratório no país a reunir a expertise na eliminação de agravos: poliovírus e sarampo.

Com polivírus, o Laboratório desempenhou papel importante no estudo de diversos surtos de poliomielite e no preparo dos primeiros lotes de vacina Sabin oral contra a doença no Brasil. Em 1980, foi credenciado pelo Ministério da Saúde como Centro Nacional de Referência para Enteroviroses, exercendo papel fundamental no estabelecimento de uma Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública. Em 1988, foi credenciado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como Laboratório de Referência Regional, para a Região das Américas, dentro do Programa Global de Erradicação da Poliomielite. 

É credenciado também como Laboratório de Referência Regional para Sarampo e Rubéola pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Referência Nacional pelo Ministério da Saúde, e como Referência Nacional em Influenza junto ao Ministério da Saúde e OMS.

Consultor da OMS e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para diversos países latino-americanos, é membro do Ad-Hoc group of experts for measles and rubella elimination e do Task Force Group in Influenza, ambos da OPAS. Nos últimos anos, foi membro do Steering Committee in Epidemiology and Field Research da OMS, participou como instrutor do Influenza Laboratory Workshop in Antiviral Susceptibility no CfI/HPA/Londres, organizou cursos internacionais sobre rubéola e influenza pandêmico e ainda participou como coautor do Manual de Sarampo e Rubéola da OMS, além de ter recebido convite da Fundação BioMérieux para fazer parte do projeto New respiratory viruses discovery.

Entre suas principais linhas de pesquisa, aborda a epidemiologia e análise antigênica e genômica de vírus influenza, temática na qual atua como consultor da OPAS e colabora com o CDC (Center for Disease Control and Prevention/EUA). Estes estudos reforçam a participação do Laboratório nas Américas como padronizador e difusor de novos métodos de diagnóstico em influenza. Entre trabalhos de destaque na área, estão estudos sobre o reaparecimento da linhagem vitória do vírus Influenza B no Brasil, com profundas implicações no design da vacina antiInfluenza do Hemisfério Sul.

A partir da crescente importância do vírus Influenza no cenário mundial nos anos 2000, o Laboratório tem participado de iniciativas de prevenção de possíveis pandemias. Nos últimos anos, adquiriu tecnologia para estudos e diagnóstico de Influenza H5, participou de comitês de elaboração do Manual de Preparação para Pandemia de Influenza, do Ministério da Saúde, organizou cursos no âmbito internacional e nacional sobre influenza H5 e, além disso, participou como instrutor de curso da OMS para países da Europa, em Londres.

O Laboratório também dedica-se à análise genômica e de características fenotípicas de diversos outros vírus respiratórios, agentes biológicos responsáveis por altas taxas de mortalidade e morbidade no país, sempre buscando a incorporação de avanços em análise filogenética e bioinformática. Os pesquisadores analisam, por exemplo, as variantes do vírus respiratório sincicial, suas correlações com aspectos clínicos e sazonais e suas dinâmicas de transmissão. Além disso, são realizados estudos sobre metapneumovírus em crianças com bronquiolite aguda, adenovírus associados a infecções respiratórias em crianças, adaptabilidade viral e casos de coinfecção entre vírus respiratórios e o HIV-1, em colaboração com outras instituições internacionais.

Outra importante área de atuação do Laboratório é o desenvolvimento de metodologias que possibilitem análises e caracterizações genômicas rápidas, com identificação de mutantes – em períodos entre epidemias e durante uma mesma epidemia. Destacam-se ensaios de mobilidade de heterodímeros (HMA) e pesquisa de metodologia para análise genômica de vírus Influenza que detecta populações mistas virais, em desenvolvimento.

O Laboratório avalia a realização de estudos sobre resistência a antivirais e de detecção de populações mistas de vírus com a utilização da técnica de pirossequenciamento, o que permite a detecção rápida de espécies e mutações pontuais. A utilização destas técnicas na caracterização da Influenza pode gerar dados importantes para a formulação anual da vacina antiInfluenza. Diversos projetos dessa linha de pesquisa são frutos de colaborações com o Laboratório de Influenza do Center for Infectious Diseases (CfI/Inglaterra) e com o CDC.

Além do estudo da Influenza e demais vírus respiratórios, o Laboratório dedica-se à pesquisa em rubéola e sarampo, voltando suas ações para os esforços de eliminação das duas doenças. Desenvolve atividades de epidemiologia molecular, diagnóstico diferencial e avaliação das estratégias de controle, de forma a incrementar os esforços de vigilância contínua e orientar os programas de vacinação. Realiza pesquisa sobre genótipos de sarampo e de rubéola para verificar os caminhos da transmissão viral, diferenciar vírus selvagem de vacinal e casos autóctones de importados, participando do comitê de nomenclatura dos genótipos de sarampo e rubéola da OMS. Enquanto referência no tema, recebe amostras clínicas de casos confirmados das duas doenças, de diversos países sul-americanos.

No caso específico da rubéola, o Laboratório desenvolve estudos de avaliação pós-vacinal e participou da elaboração de protocolos para o acompanhamento das gestantes vacinadas inadvertidamente e de seus recém-nascidos, no contexto da campanha de vacinação em massa contra a doença para mulheres em idade fértil realizada pelo Ministério da Saúde em 2008. O Laboratório participa, ainda, de estudos de avaliação da vacina tri-viral, em parceria com Biomanguinhos/Fiocruz.

Foi o primeiro laboratório a identificar, em 1989, a presença no Brasil do Enterovírus 71, causador de doença paralítica indistinguível daquela causada pelos poliovírus selvagens, além de outras síndromes. Realizou, ainda, o isolamento e caracterização do último poliovírus selvagem da Região das Américas, no Peru, em 1991. Centro de Referência Nacional e Internacional, o Laboratório presta consultoria à rede de laboratórios Nacionais do Ministério da Saúde e participa ativamente na formação de recursos humanos para estes laboratórios, por meio de treinamentos e cursos.

Uma das principais atividades desenvolvidas pelo Laboratório é a vigilância virológica das Paralisias Flácidas Agudas (PFA), que envolve o diagnóstico laboratorial dos casos de PFA que ocorrem no Brasil. Realiza o isolamento do agente viral em culturas celulares e sua identificação com o uso de técnicas virológicas clássicas e moleculares, em especial a caracterização molecular de amostras de poliovírus vacinais Sabin isoladas a partir de casos de PFA. Apesar da erradicação dos poliovírus selvagens das Américas, dedica-se ao estudo da etiologia das PFA no Brasil, para identificar outros agentes, possivelmente virais, que possuam a capacidade de invadir o SNC.
 
O Laboratório também realiza a vigilância de surtos e casos de meningites assépticas e meningoencefalites no Brasil. Seus pesquisadores atuam no diagnóstico laboratorial e dão suporte técnico a outros laboratórios da Rede Nacional, em especial no treinamento de profissionais em técnicas de diagnóstico e no fornecimento de reativos para a realização das metodologias. Sua atuação também visa ampliar o conhecimento sobre a etiologia da meningite asséptica, em colaboração com a Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde (SVS/MS), e desenvolve metodologias que poderão permitir a pesquisa, não somente de enterovírus, mas também de arbovírus, nas amostras recebidas de casos de meningites assépticas no Brasil.

Os pesquisadores dedicam-se ao sequenciamento completo de nucleotídeos dos últimos poliovírus selvagens isolados no Brasil e na Região das Américas e do perfil genômico das amostras vacinais Sabin em circulação no Brasil. Esses conhecimentos serão importantes no monitoramento da circulação viral no caso de uma reemergência dos poliovírus selvagens no Brasil e de possíveis mutações e recombinações das cepas vacinais com genomas de outros poliovírus e enterovírus.

Em outras linhas de pesquisa, o Laboratório estuda a participação dos enterovírus em casos de doenças exantemáticas, os padrões de recombinação entre os genomas dos enterovírus pertencentes à espécie C, isolados a partir de casos de síndromes do SNC, e, em parceria com o Laboratório de Desenvolvimento Tecnológico Viral do IOC, atua no desenvolvimento de clone infeccioso do vírus da hepatite A, tendo como foco a produção de vacina nacional, em substituição à importada. Desenvolve, ainda, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estudos sobre o efeito das proteases 2A e 3C de poliovírus sobre a replicação de outros agentes virais.