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Pesquisa de 1908 já descrevia características do A. aegypti

Já em 1908, trabalho pioneiro de Antonio Peryassú indicava a relação da proliferação do mosquito com temperatura e densidade populacional
Por Jornalismo IOC06/01/2009 - Atualizado em 10/12/2019

Verão, Rio de Janeiro. Um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti provoca centenas de casos de uma grave doença e deixa a população carioca em alerta. As autoridades pedem a colaboração da população para a eliminação do vetor. Apesar das semelhanças com cenários recentes, o ano é 1908 e o vírus em questão, o da febre amarela. Foi nesse contexto que Antonio Gonçalves Peryassú, pesquisador do então Instituto Soroterápico Federal, que ganharia o nome Instituto Oswaldo Cruz (IOC) ainda em 1908, fez descobertas sobre o ciclo de vida, os hábitos e a biologia do A. aegypti, que foram fundamentais para a erradicação do mosquito em território nacional nas décadas seguintes e que ainda hoje norteiam as pesquisas sobre o controle do vetor. A importância dos estudos realizados por Peryassú foi resgatada pelo entomologista Ricardo Lourenço, pesquisador do Laboratório de Transmissores de Hematozoários do IOC e editor da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, no editorial da edição de dezembro do periódico (leia a íntegra do artigo, em inglês). 

Reprodução de imagem do livro Os Anophelíneos do Brasil, de Antônio Peryassú  

 explicar a impermeabilidade dos ovos e estabelecer os focos preferenciais do mosquito.

Entre suas mais interessantes descobertas estão, também, a relação do mosquito com a temperatura e a densidade populacional, temas ainda estudados pelos entomologistas.
Ao realizar o primeiro levantamento detalhado da infestação do mosquito no Rio de Janeiro, o pesquisador associou a maior presença do A. aegypti ao aumento da densidade populacional de certas áreas da cidade e também mostrou a similaridade entre o mapa da concentração da população do inseto com o da ocorrência de casos de febre amarela. Suas observações mostraram, ainda, que a queda da temperatura ambiente para menos de 20ºC interfere no desenvolvimento e na reprodução do mosquito, que se reduzem drasticamente, levando a uma redução dos casos das doenças transmitidas pelos mosquito.

Reprodução do mapa integrante da monografia Os Culicídeos do Brasil, de Antonio Peryassú 

 

Peryassú foi o primeiro a realizar um levantamento detalhado e completo da infestação do mosquito Aedes aegypti na cidade do Rio de Janeiro


As descobertas de Peryassú deram ainda mais força à campanha movida por Oswaldo Cruz para eliminação do mosquito, que foi controlado na década de 1920 no Rio de Janeiro e considerado erradicado do Brasil pouco mais de trinta anos depois. A maioria dos pontos levantados em suas pesquisas continua na agenda científica dos especialistas que hoje buscam desenvolver estratégias de controle do mosquito transmissor da dengue. “Como Oswaldo Cruz e Peryassú sugeriram 100 anos atrás”, conclui Ricardo, “o financiamento de pesquisas científicas e a interação entre as autoridades envolvidas no controle do mosquito em todos os níveis e os pesquisadores é fundamental para a luta contra o mosquito durante a próxima estação de grande incidência de dengue.”

: : voltar ao especial Dengue 

: : matéria anterior

: : próxima matéria


 Marcelo Garcia

09/01/09

.

Já em 1908, trabalho pioneiro de Antonio Peryassú indicava a relação da proliferação do mosquito com temperatura e densidade populacional
Por: 
jornalismo

Verão, Rio de Janeiro. Um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti provoca centenas de casos de uma grave doença e deixa a população carioca em alerta. As autoridades pedem a colaboração da população para a eliminação do vetor. Apesar das semelhanças com cenários recentes, o ano é 1908 e o vírus em questão, o da febre amarela. Foi nesse contexto que Antonio Gonçalves Peryassú, pesquisador do então Instituto Soroterápico Federal, que ganharia o nome Instituto Oswaldo Cruz (IOC) ainda em 1908, fez descobertas sobre o ciclo de vida, os hábitos e a biologia do A. aegypti, que foram fundamentais para a erradicação do mosquito em território nacional nas décadas seguintes e que ainda hoje norteiam as pesquisas sobre o controle do vetor. A importância dos estudos realizados por Peryassú foi resgatada pelo entomologista Ricardo Lourenço, pesquisador do Laboratório de Transmissores de Hematozoários do IOC e editor da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, no editorial da edição de dezembro do periódico (leia a íntegra do artigo, em inglês). 

Reprodução de imagem do livro Os Anophelíneos do Brasil, de Antônio Peryassú  

 explicar a impermeabilidade dos ovos e estabelecer os focos preferenciais do mosquito.

Entre suas mais interessantes descobertas estão, também, a relação do mosquito com a temperatura e a densidade populacional, temas ainda estudados pelos entomologistas.

Ao realizar o primeiro levantamento detalhado da infestação do mosquito no Rio de Janeiro, o pesquisador associou a maior presença do A. aegypti ao aumento da densidade populacional de certas áreas da cidade e também mostrou a similaridade entre o mapa da concentração da população do inseto com o da ocorrência de casos de febre amarela. Suas observações mostraram, ainda, que a queda da temperatura ambiente para menos de 20ºC interfere no desenvolvimento e na reprodução do mosquito, que se reduzem drasticamente, levando a uma redução dos casos das doenças transmitidas pelos mosquito.


Reprodução do mapa integrante da monografia Os Culicídeos do Brasil, de Antonio Peryassú 

 

Peryassú foi o primeiro a realizar um levantamento detalhado e completo da infestação do mosquito Aedes aegypti na cidade do Rio de Janeiro


As descobertas de Peryassú deram ainda mais força à campanha movida por Oswaldo Cruz para eliminação do mosquito, que foi controlado na década de 1920 no Rio de Janeiro e considerado erradicado do Brasil pouco mais de trinta anos depois. A maioria dos pontos levantados em suas pesquisas continua na agenda científica dos especialistas que hoje buscam desenvolver estratégias de controle do mosquito transmissor da dengue. “Como Oswaldo Cruz e Peryassú sugeriram 100 anos atrás”, conclui Ricardo, “o financiamento de pesquisas científicas e a interação entre as autoridades envolvidas no controle do mosquito em todos os níveis e os pesquisadores é fundamental para a luta contra o mosquito durante a próxima estação de grande incidência de dengue.”



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 Marcelo Garcia

09/01/09

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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)