O Laboratório de Esquistossomose Experimental (LEE) do IOC se dedica, desde a década de 1980, ao desenvolvimento da vacina brasileira contra a esquistossomose e fasciolose, a partir do antÃgeno recombinante Sm14. Essa proteÃna foi o único candidato vacinal para Esquistossomose selecionado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que emergiu de um paÃs endêmico para a doença.
O projeto Sm14, além do alto teor de inovação, se insere e atende a uma área prioritária da saúde e biotecnologia nacionais; é bem consolidado; tem objetivos e foco absolutamente definidos; e é de interesse global e bem sucedido. Fruto de pesquisa nacional, desenvolvida dentro do IOC com parcerias especificas, o projeto teve, na última década, a participação do setor privado, acelerando a transição da fase experimental para a pesquisa clÃnica.
O projeto Sm14 segue seu curso, tendo sido ultrapassadas as dificuldades inerentes ao escalonamento do processo de produção da molécula, produção do Lote GMP e realização dos primeiros testes clÃnicos; e Fase 1 em voluntários saudáveis do sexo masculino (Fase 1A - CE# 990768/10-8) e feminino (Fase 1B - CE # 154.315), ambos autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). O antÃgeno se mostrou absolutamente seguro sem que houvesse evidência nestes estudos de que o mesmo pudesse causar eventos adversos sistêmicos graves ou qualquer toxicidade (Santini-Oliveira, et al., 2016).
Atualmente, a empresa Orygen Biotecnologia S.A. é parceira da Fiocruz no desenvolvimento da vacina humana com base no Sm14.
Subprojetos que ampliam a área de conhecimento e informação gerada pelo efetivo desenvolvimento das vacinas (humana e veterinária) contra a esquistossomose e fasciolose são desenvolvidos no LEE/IOC para fortalecer o eixo principal do projeto Sm14:
1 – Estudos sobre parâmetros biológicos e impactos na dinâmica de manutenção do ciclo biológico do S. mansoni em camundongos a partir de material parasitário derivado de animais vacinados com Sm14;
2 – Atividade protetora e imunogênica da Sm14 na infecção por outros parasitas de importância humana e veterinária, com base na ampla presença de homólogos da famÃlia das FABPS em praticamente todos os helmintos;
3 – Desenvolvimento da plataforma experimental baseada na expressão in vivo do antÃgeno Sm14 do Schistosoma mansoni pela vacina BCG geneticamente modificada (BCG ΔleuD/p∆Kan-hsp60*-Sm14), objeto de uma das famÃlias de patentes da Fiocruz para o Sm14.
No ano de 2015, o LEE passou a contar com uma nova linha de pesquisa, voltada para o desenvolvimento de potencial biofármaco derivado de endostatina, atuante em patologias dependentes de angiogênese como câncer, degeneração macular, retinopatia diabética, artrite reumatoide, entre outras. O projeto ‘Desenvolvimento do produto biotecnológico endostatina humana recombinante oligomerável (ESBR-74) para inibição e regressão de angiogênese patológica’ realizará modelagem e dinâmica molecular para o desenvolvimento de Biofármacos anti-angiogênicos e antÃgenos vacinais. Ele também desenvolverá atividades por meio de técnicas computacionais de modelagem biofÃsica, simulações de dinâmica molecular, engenharia de proteÃnas e técnicas de bioprocessamento para expressão e purificação de proteÃna recombinante, além da otimização de estabilidade e imunogenicidade de antÃgenos vacinais.