Evento realizado na Fiocruz reuniu pesquisadores, movimentos religiosos e sociais dedicados à inclusão da arte e da cultura na promoção da saúde
Os exames e as visitas ao médico podem estar em dia, mas isso não significa que a saúde também esteja. Entre os dias 3 e 5 de dezembro, agentes que atuam na promoção do bem-estar por meio da valorização da cultura e da expressão artística no Brasil se reuniram no Rio de Janeiro para a Semana Nacional Ciência, Cultura e Saúde. Entre rodas de conversa, apresentação de vídeos e celebrações, pesquisadores, parteiras, religiosos, artistas, médicos e outros personagens de frentes variadas de atuação trocaram experiências e compartilharam expectativas. Como promover a saúde e a qualidade de vida no Brasil respeitando a diversidade de tradições e dos saberes e estimulando a participação social?
Gutemberg Brito
A programação contou com rodas de conversa entremeadas por manifestações artísticas e culturais
Marcus Matraca, sociólogo, palhaço e pesquisador do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC, aprova a iniciativa. De acordo com o especialista, políticas nacionais de valorização da cultura no âmbito da saúde, promovidas por instâncias como a Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP/MS), vêm permitindo que organizações e grupos de diversas origens e locais do país se encontrem. “Tem muita gente no país fazendo arte na Ciência e nem sabe. É fundamental que essas pessoas se encontrem e se articulem”, afirmou. De acordo com Matraca, a formação de profissionais de saúde é estritamente biomédica e carece de disciplinas que apresentem novas linguagens. “Às vezes o estudante até sabe que elas existem, mas não se interessa porque a arte é vista como decorativa”, apontou.
Gutemberg Brito
Artista e pesquisador, Matraca ressalta o potencial da arte enquanto ferramenta de conscientização e educação
Médica da família e atriz, a potiguar Vera Dantas faz parte da Articulação Nacional de Educação Popular em Saúde (ANEPS) e explica que os profissionais da saúde aprendem a lidar apenas com a doença. “Nós fomos fragmentando nosso trabalho e separando-o das fontes da vida. Só que a cultura transita intensamente entre essas fontes, pois fala sobre nossa ancestralidade, nossa visão de mundo e, principalmente, nossa identidade”, disse. Vera reforça que o universo da doença é paralisante e que a conexão com suas raízes tem um efeito libertador. “O cuidado vai além dos remédios. O cuidado leva em conta o contexto social em que o doente está inserido, bem como suas tradições”, concluiu.
Gutemberg Brito
Para Vera, cuidar vai além de receitar remédios
As atividades da Semana foram realizadas na Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz), no Instituto Municipal de Atenção à Saúde Nise da Silveira, no Engenho de Dentro, e no Centro da cidade, ao ar livre. Dentre os organizadores, estão a Fiocruz Brasília, Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), ENSP, Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC) e outros. A Articulação Nacional de Educação Popular em Saúde (ANEPS) e a ONG Campus Avançado foram alguns dos apoiadores do evento, que agregou o I Encontro Nacional da Rede Saúde e Cultura, iniciativa do Ministério da Cultura e da Fiocruz.
Isadora Marinho
07/12/2012
Evento realizado na Fiocruz reuniu pesquisadores, movimentos religiosos e sociais dedicados à inclusão da arte e da cultura na promoção da saúde
Os exames e as visitas ao médico podem estar em dia, mas isso não significa que a saúde também esteja. Entre os dias 3 e 5 de dezembro, agentes que atuam na promoção do bem-estar por meio da valorização da cultura e da expressão artística no Brasil se reuniram no Rio de Janeiro para a Semana Nacional Ciência, Cultura e Saúde. Entre rodas de conversa, apresentação de vídeos e celebrações, pesquisadores, parteiras, religiosos, artistas, médicos e outros personagens de frentes variadas de atuação trocaram experiências e compartilharam expectativas. Como promover a saúde e a qualidade de vida no Brasil respeitando a diversidade de tradições e dos saberes e estimulando a participação social?
Gutemberg Brito
A programação contou com rodas de conversa entremeadas por manifestações artísticas e culturais
Marcus Matraca, sociólogo, palhaço e pesquisador do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC, aprova a iniciativa. De acordo com o especialista, políticas nacionais de valorização da cultura no âmbito da saúde, promovidas por instâncias como a Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP/MS), vêm permitindo que organizações e grupos de diversas origens e locais do país se encontrem. “Tem muita gente no país fazendo arte na Ciência e nem sabe. É fundamental que essas pessoas se encontrem e se articulem”, afirmou. De acordo com Matraca, a formação de profissionais de saúde é estritamente biomédica e carece de disciplinas que apresentem novas linguagens. “Às vezes o estudante até sabe que elas existem, mas não se interessa porque a arte é vista como decorativa”, apontou.
Gutemberg Brito
Artista e pesquisador, Matraca ressalta o potencial da arte enquanto ferramenta de conscientização e educação
Médica da família e atriz, a potiguar Vera Dantas faz parte da Articulação Nacional de Educação Popular em Saúde (ANEPS) e explica que os profissionais da saúde aprendem a lidar apenas com a doença. “Nós fomos fragmentando nosso trabalho e separando-o das fontes da vida. Só que a cultura transita intensamente entre essas fontes, pois fala sobre nossa ancestralidade, nossa visão de mundo e, principalmente, nossa identidade”, disse. Vera reforça que o universo da doença é paralisante e que a conexão com suas raízes tem um efeito libertador. “O cuidado vai além dos remédios. O cuidado leva em conta o contexto social em que o doente está inserido, bem como suas tradições”, concluiu.
Gutemberg Brito
Para Vera, cuidar vai além de receitar remédios
As atividades da Semana foram realizadas na Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz), no Instituto Municipal de Atenção à Saúde Nise da Silveira, no Engenho de Dentro, e no Centro da cidade, ao ar livre. Dentre os organizadores, estão a Fiocruz Brasília, Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), ENSP, Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC) e outros. A Articulação Nacional de Educação Popular em Saúde (ANEPS) e a ONG Campus Avançado foram alguns dos apoiadores do evento, que agregou o I Encontro Nacional da Rede Saúde e Cultura, iniciativa do Ministério da Cultura e da Fiocruz.
Isadora Marinho
07/12/2012
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)