Coordenador da pesquisa, o chefe do Laboratório de Investigação Cardiovascular do IOC, Eduardo Tibiriçá, explica que a sÃndrome metabólica é composta por um conjunto de alterações que aumentam o risco de doenças cardiovasculares, como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC). Entre os principais problemas estão a hipertensão arterial; o aumento de moléculas gordurosas – chamadas de lipÃdios – no sangue, incluindo o colesterol; e intolerância à glicose ou resistência à insulina, o que corresponde a um estado de pré-diabetes. O pesquisador ressalta que o quadro está associado ao excesso de peso, mas não afeta apenas pessoas obesas. “A doença está associada à gordura abdominal, também chamada de visceral, porque fica situada em volta das vÃsceras, como o intestino e o fÃgado. Principalmente em homens, é comum encontrarmos indivÃduos que não são muito gordos, mas têm a barriga protuberante. Estas pessoas podem ter sÃndrome metabólica”, esclarece o médico.
Um aspecto importante investigado na pesquisa foi o impacto da atividade fÃsica sobre o fluxo sanguÃneo nos pequenos vasos que compõem a chamada microcirculação, responsável pela entrega de oxigênio e nutrientes para todos os tecidos do corpo. De acordo com Tibiriçá, a sÃndrome metabólica envolve uma redução do número total e da capacidade de dilatação destes vasos, o que dificulta o fluxo sanguÃneo e pode contribuir para o aumento da pressão arterial. No estudo, foi verificado que, entre os ratos submetidos a uma rotina de exercÃcios, as alterações causadas pela obesidade sobre a microcirculação foram completamente revertidas. Além disso, os animais deixaram de ser hipertensos.
Durante a pesquisa, ratos com um quadro semelhante à sÃndrome metabólica foram submetidos a 12 semanas de atividade fÃsica, exercitando-se na esteira, uma hora por dia, cinco vezes por semana. Mesmo mantendo a dieta hipercalórica neste perÃodo, foi observada uma redução significativa do percentual de gordura corporal. Enquanto os animais sedentários com a mesma alimentação alcançaram 60% de gordura corporal, entre os ratos ativos esta taxa ficou em 40%, pouco acima dos 30% de gordura corporal verificados nos animais com alimentação saudável. Efeitos semelhantes foram observados sobre os nÃveis de glicose e insulina no sangue, que se tornaram parecidos com os de animais saudáveis.
Segundo Tibiriçá, os dados apontam efeitos positivos da atividade fÃsica mesmo na ausência de uma dieta equilibrada. “Esse resultado poderia ter sido ainda melhor com a mudança alimentar, mas, desta forma, ele nos permite avaliar algo que ocorre na realidade. Mesmo quando não conseguem manter a dieta recomendada, as pessoas podem realizar o exercÃcio e obter benefÃcios”, ressalta. O pesquisador acrescenta ainda que, no caso da função vascular, a atividade fÃsica promove uma melhora independentemente da perda de peso. “O exercÃcio aumenta o fluxo sanguÃneo e leva à dilatação dos vasos da microcirculação. Com a prática regular, os efeitos de cada sessão vão se somando, gerando um benefÃcio duradouro”, completa.
17/04/2015
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Em testes com animais, atividade fÃsica recupera vasos sanguÃneos da microcirculação. Mesmo sem dieta, houve redução da pressão arterial, gordura corporal e taxas de glicose e colesterol
Apesar das recomendações médicas, muitas pessoas com excesso de peso e problemas como hipertensão e diabetes relutam em incluir a prática de exercÃcios no seu dia a dia. No entanto, as evidências de benefÃcios da atividade fÃsica são cada vez maiores. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) mostrou que, mesmo sem restrições alimentares, o exercÃcio fÃsico regular de intensidade moderada pode reverter o aumento da pressão arterial e das taxas de colesterol e açúcar no sangue, assim como os prejuÃzos à circulação provocados por uma dieta rica em gordura. O estudo realizado com ratos, que são considerados um modelo experimental da chamada sÃndrome metabólica, foi publicado na revista cientÃfica Metabolic Syndrome and Related Disorders. Clique aqui e confira.
Coordenador da pesquisa, o chefe do Laboratório de Investigação Cardiovascular do IOC, Eduardo Tibiriçá, explica que a sÃndrome metabólica é composta por um conjunto de alterações que aumentam o risco de doenças cardiovasculares, como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC). Entre os principais problemas estão a hipertensão arterial; o aumento de moléculas gordurosas – chamadas de lipÃdios – no sangue, incluindo o colesterol; e intolerância à glicose ou resistência à insulina, o que corresponde a um estado de pré-diabetes. O pesquisador ressalta que o quadro está associado ao excesso de peso, mas não afeta apenas pessoas obesas. “A doença está associada à gordura abdominal, também chamada de visceral, porque fica situada em volta das vÃsceras, como o intestino e o fÃgado. Principalmente em homens, é comum encontrarmos indivÃduos que não são muito gordos, mas têm a barriga protuberante. Estas pessoas podem ter sÃndrome metabólica”, esclarece o médico.
Um aspecto importante investigado na pesquisa foi o impacto da atividade fÃsica sobre o fluxo sanguÃneo nos pequenos vasos que compõem a chamada microcirculação, responsável pela entrega de oxigênio e nutrientes para todos os tecidos do corpo. De acordo com Tibiriçá, a sÃndrome metabólica envolve uma redução do número total e da capacidade de dilatação destes vasos, o que dificulta o fluxo sanguÃneo e pode contribuir para o aumento da pressão arterial. No estudo, foi verificado que, entre os ratos submetidos a uma rotina de exercÃcios, as alterações causadas pela obesidade sobre a microcirculação foram completamente revertidas. Além disso, os animais deixaram de ser hipertensos.
Durante a pesquisa, ratos com um quadro semelhante à sÃndrome metabólica foram submetidos a 12 semanas de atividade fÃsica, exercitando-se na esteira, uma hora por dia, cinco vezes por semana. Mesmo mantendo a dieta hipercalórica neste perÃodo, foi observada uma redução significativa do percentual de gordura corporal. Enquanto os animais sedentários com a mesma alimentação alcançaram 60% de gordura corporal, entre os ratos ativos esta taxa ficou em 40%, pouco acima dos 30% de gordura corporal verificados nos animais com alimentação saudável. Efeitos semelhantes foram observados sobre os nÃveis de glicose e insulina no sangue, que se tornaram parecidos com os de animais saudáveis.
Segundo Tibiriçá, os dados apontam efeitos positivos da atividade fÃsica mesmo na ausência de uma dieta equilibrada. “Esse resultado poderia ter sido ainda melhor com a mudança alimentar, mas, desta forma, ele nos permite avaliar algo que ocorre na realidade. Mesmo quando não conseguem manter a dieta recomendada, as pessoas podem realizar o exercÃcio e obter benefÃcios”, ressalta. O pesquisador acrescenta ainda que, no caso da função vascular, a atividade fÃsica promove uma melhora independentemente da perda de peso. “O exercÃcio aumenta o fluxo sanguÃneo e leva à dilatação dos vasos da microcirculação. Com a prática regular, os efeitos de cada sessão vão se somando, gerando um benefÃcio duradouro”, completa.
17/04/2015
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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)