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Projeto leva a Minas Gerais atividades de ciência e arte dedicadas à doença de Chagas

Para refletir sobre os avanços e desafios após 110 anos da descoberta da doença, seis cidades receberão, de 19 a 29 de julho, a expedição ‘Expresso Chagas 21’. Prevenção, tratamento, mobilização de pacientes e oferta de diagnóstico estão entre as ações desenvolvidas
Por Vinicius Ferreira17/10/2019 - Atualizado em 26/01/2023

Uma expedição itinerante da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai desembarcar em Minas Gerais repleta de atividades de ciência e arte, como uma forma diferente de apresentar resultados científicos.

De 19 a 29 de julho, as cidades de Grão Mogol, Espinosa, Montes Claros, Lassance e Belo Horizonte receberão o ‘Expresso Chagas 21’, uma iniciativa de promoção da saúde que, em celebração aos 110 anos da descoberta da doença de Chagas, levará à população informação sobre prevenção e tratamento, além de oferecer oportunidade de diagnóstico gratuito aos mais de dois milhões de habitantes dos municípios percorridos.

Habitantes de outras quatro localidades também serão beneficiados por conta de parcerias com autoridades locais, incluindo os municípios de Monte Azul, Mato Verde, Porteirinha e Padre Carvalho.

Ao todo, serão percorridos mais de 1.200 quilômetros. Confira, ao final, o calendário detalhado de atividades.

O ‘Expresso’ passou recentemente a integrar um macroprojeto de pesquisa clínica da Fiocruz, o ‘Projeto Selênio’, cujos resultados iniciais serão divulgados. Liderado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), a iniciativa inédita propõe uma estratégia complementar aos atuais medicamentos usados no tratamento da doença de Chagas: um suplemento à base de selênio, com ação antioxidante pode contribuir na redução dos danos cardíacos relacionados à fase crônica da enfermidade.

“Além da dimensão histórica e da vertente de divulgação científica intrínsecas ao ‘Expresso Chagas 21’, na medida em que levamos atividades para o grande público, o projeto representa uma inovação no método de apresentação dos resultados científicos à sociedade, sempre com foco no cuidado e na voz do portador dessa infecção”, ressalta Tania Araújo-Jorge, chefe do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC e coordenadora da iniciativa.

Inspirado no pequeno laboratório montado por Carlos Chagas em um vagão de trem em Lassance, para onde fora enviado, a princípio, para debelar uma epidemia de malária que comprometia as obras de uma ferrovia, o projeto contará com atividades divididas em seis vagões cenográficos.

Ao chegar na ‘Estação Lassance’, nome dado à recepção, o visitante realizará o credenciamento, verá filmes e esquetes de teatro, participará de dinâmicas sensibilizadoras para “falar de Chagas” e será então direcionado ao primeiro vagão.

Com o tema “Associações de Pacientes”, o ambiente é dedicado à dimensão social da iniciativa, com visibilidade ao enfrentamento da doença e aos portadores e afetados, que demandam cuidado e atenção como direitos fundamentais à saúde. Também será estimulada a busca pelo diagnóstico, o compromisso com o tratamento e o fortalecimento da rede de atenção aos pacientes.

“Estamos trabalhando diretamente com os serviços de atenção primária das cidades, numa parceria que permitirá a testagem gratuita de moradores de alguns municípios com maior prevalência da doença no país”, afirma a pesquisadora.

Enquanto estima-se que 0,08% da população brasileira seja atingida pela doença de Chagas, o índice em Padre Carvalho, por exemplo, chega a 5,6%, em Grão Mogol, 1,9%, em Porteirinha, 1,0% e em Espinosa, 0,7%.

O Grupo Técnico de doença de Chagas da Secretaria de Vigilância em Saúde de Minas Gerais está colaborando com a iniciativa.

Destinado às “Inovações”, o segundo vagão cenográfico proporcionará ao público informações atualizadas sobre os avanços da ciência, tanto em tratamento como em diagnóstico, que resultam em novas possibilidades para os portadores de Chagas. Nos vagões de número três (“Brincar e Descobrir”), quatro (“Casa e Saúde Única”) e cinco (“Promoção da Saúde”), os visitantes terão acesso a atividades que unem ciência e arte, com exposição de pôsteres, exibição de vídeos, jogos, apresentações teatrais e performances musicais.

O último vagão (“Sua Voz”) procurará ouvir e captar a voz dos participantes, seus anseios, descobertas, emoções e inquietações surgidas ao longo do percurso nos vagões do Expresso, onde eles poderão deixar depoimentos, imagens, tirar fotos num pôster ilustrado com a figura do célebre cientista Carlos Chagas. Em todas as cidades haverá também sessões de cinema ao ar livre nas praças.

Preparativos
Antes da partida para o estado mineiro, o ‘Expresso Chagas 21’ fez três paradas em eventos do Rio de Janeiro. Em uma espécie de preparação, os especialistas desenvolveram oficinas de ciência e arte durante a ‘1ª Conferência de Promoção da Saúde da Fiocruz’, no dia 3 de julho, na sede da Fundação, em Maguinhos; no Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, no dia 6; e no ‘Domingo com Ciência na Quinta’, no dia 7, um evento organizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

Parceiros
O ‘Expresso’ é um projeto do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com o Instituto René Rachou (Fiocruz-Minas), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Associação Rio Chagas, Federação Internacional de Associações de Pessoas Afetadas pela doença de Chagas (FINDECHAGAS), Médicos Sem Fronteiras, Coalición Chagas e Iniciativa em drogas para doenças negligenciadas (DNDi).

O projeto conta com apoio principal do projeto selênio e seus financiadores, o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES, a Catalent e a Fiocruz. A rede hispano-latino-americana NHEPACHA e a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ESNP/Fiocruz) são apoiadores do projeto.

Roteiro:
19 e 20 de julho - Grão Mogol (Escola Estadual Prof. Oswaldo Simões - Av. Artur Campos, 166, Centro)
21 e 22 de julho – Espinosa (Escola Municipal Pequeno Príncipe - Rua da Imprensa, no 1, Centro)
24 a 26 de julho - Montes Claros (Universidade Estadual de Montes Claros (prédio 2 CCH Campus Universitário Prof. Darcy Ribeiro - Av. Professor Rui Braga, s/n, Vila Mauricéia)
27 de julho – Lassance (Escola Municipal Maria da Conceição Luzia - Avenida Nossa Senhora do Carmo, 1493, Nova Lassance)
28 e 29 de julho – Belo Horizonte (Universidade Federal de Minas Gerais)

Ilustração: Erik Costa
 

Para refletir sobre os avanços e desafios após 110 anos da descoberta da doença, seis cidades receberão, de 19 a 29 de julho, a expedição ‘Expresso Chagas 21’. Prevenção, tratamento, mobilização de pacientes e oferta de diagnóstico estão entre as ações desenvolvidas
Por: 
viniciusferreira

Uma expedição itinerante da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai desembarcar em Minas Gerais repleta de atividades de ciência e arte, como uma forma diferente de apresentar resultados científicos.

De 19 a 29 de julho, as cidades de Grão Mogol, Espinosa, Montes Claros, Lassance e Belo Horizonte receberão o ‘Expresso Chagas 21’, uma iniciativa de promoção da saúde que, em celebração aos 110 anos da descoberta da doença de Chagas, levará à população informação sobre prevenção e tratamento, além de oferecer oportunidade de diagnóstico gratuito aos mais de dois milhões de habitantes dos municípios percorridos.

Habitantes de outras quatro localidades também serão beneficiados por conta de parcerias com autoridades locais, incluindo os municípios de Monte Azul, Mato Verde, Porteirinha e Padre Carvalho.

Ao todo, serão percorridos mais de 1.200 quilômetros. Confira, ao final, o calendário detalhado de atividades.

O ‘Expresso’ passou recentemente a integrar um macroprojeto de pesquisa clínica da Fiocruz, o ‘Projeto Selênio’, cujos resultados iniciais serão divulgados. Liderado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), a iniciativa inédita propõe uma estratégia complementar aos atuais medicamentos usados no tratamento da doença de Chagas: um suplemento à base de selênio, com ação antioxidante pode contribuir na redução dos danos cardíacos relacionados à fase crônica da enfermidade.

“Além da dimensão histórica e da vertente de divulgação científica intrínsecas ao ‘Expresso Chagas 21’, na medida em que levamos atividades para o grande público, o projeto representa uma inovação no método de apresentação dos resultados científicos à sociedade, sempre com foco no cuidado e na voz do portador dessa infecção”, ressalta Tania Araújo-Jorge, chefe do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC e coordenadora da iniciativa.

Inspirado no pequeno laboratório montado por Carlos Chagas em um vagão de trem em Lassance, para onde fora enviado, a princípio, para debelar uma epidemia de malária que comprometia as obras de uma ferrovia, o projeto contará com atividades divididas em seis vagões cenográficos.

Ao chegar na ‘Estação Lassance’, nome dado à recepção, o visitante realizará o credenciamento, verá filmes e esquetes de teatro, participará de dinâmicas sensibilizadoras para “falar de Chagas” e será então direcionado ao primeiro vagão.

Com o tema “Associações de Pacientes”, o ambiente é dedicado à dimensão social da iniciativa, com visibilidade ao enfrentamento da doença e aos portadores e afetados, que demandam cuidado e atenção como direitos fundamentais à saúde. Também será estimulada a busca pelo diagnóstico, o compromisso com o tratamento e o fortalecimento da rede de atenção aos pacientes.

“Estamos trabalhando diretamente com os serviços de atenção primária das cidades, numa parceria que permitirá a testagem gratuita de moradores de alguns municípios com maior prevalência da doença no país”, afirma a pesquisadora.

Enquanto estima-se que 0,08% da população brasileira seja atingida pela doença de Chagas, o índice em Padre Carvalho, por exemplo, chega a 5,6%, em Grão Mogol, 1,9%, em Porteirinha, 1,0% e em Espinosa, 0,7%.

O Grupo Técnico de doença de Chagas da Secretaria de Vigilância em Saúde de Minas Gerais está colaborando com a iniciativa.

Destinado às “Inovações”, o segundo vagão cenográfico proporcionará ao público informações atualizadas sobre os avanços da ciência, tanto em tratamento como em diagnóstico, que resultam em novas possibilidades para os portadores de Chagas. Nos vagões de número três (“Brincar e Descobrir”), quatro (“Casa e Saúde Única”) e cinco (“Promoção da Saúde”), os visitantes terão acesso a atividades que unem ciência e arte, com exposição de pôsteres, exibição de vídeos, jogos, apresentações teatrais e performances musicais.

O último vagão (“Sua Voz”) procurará ouvir e captar a voz dos participantes, seus anseios, descobertas, emoções e inquietações surgidas ao longo do percurso nos vagões do Expresso, onde eles poderão deixar depoimentos, imagens, tirar fotos num pôster ilustrado com a figura do célebre cientista Carlos Chagas. Em todas as cidades haverá também sessões de cinema ao ar livre nas praças.

Preparativos
Antes da partida para o estado mineiro, o ‘Expresso Chagas 21’ fez três paradas em eventos do Rio de Janeiro. Em uma espécie de preparação, os especialistas desenvolveram oficinas de ciência e arte durante a ‘1ª Conferência de Promoção da Saúde da Fiocruz’, no dia 3 de julho, na sede da Fundação, em Maguinhos; no Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, no dia 6; e no ‘Domingo com Ciência na Quinta’, no dia 7, um evento organizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

Parceiros
O ‘Expresso’ é um projeto do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com o Instituto René Rachou (Fiocruz-Minas), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Associação Rio Chagas, Federação Internacional de Associações de Pessoas Afetadas pela doença de Chagas (FINDECHAGAS), Médicos Sem Fronteiras, Coalición Chagas e Iniciativa em drogas para doenças negligenciadas (DNDi).

O projeto conta com apoio principal do projeto selênio e seus financiadores, o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES, a Catalent e a Fiocruz. A rede hispano-latino-americana NHEPACHA e a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ESNP/Fiocruz) são apoiadores do projeto.

Roteiro:
19 e 20 de julho - Grão Mogol (Escola Estadual Prof. Oswaldo Simões - Av. Artur Campos, 166, Centro)
21 e 22 de julho – Espinosa (Escola Municipal Pequeno Príncipe - Rua da Imprensa, no 1, Centro)
24 a 26 de julho - Montes Claros (Universidade Estadual de Montes Claros (prédio 2 CCH Campus Universitário Prof. Darcy Ribeiro - Av. Professor Rui Braga, s/n, Vila Mauricéia)
27 de julho – Lassance (Escola Municipal Maria da Conceição Luzia - Avenida Nossa Senhora do Carmo, 1493, Nova Lassance)
28 e 29 de julho – Belo Horizonte (Universidade Federal de Minas Gerais)

Ilustração: Erik Costa
 

Edição: 
Raquel Aguiar

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)