“Dia 2 de setembro de 2018. Uma das datas em que qualquer pessoa que atua nas áreas cultural e científica lembra onde estava. Vigas de aço pairando pelo ar retorcidas pelo calor; vidros estilhaçados pelas chamas; ferros entrelaçados, resultado de desmoronamento; paredes enegrecidas pela fuligem decorrente da queima da memória de um país”. Emocionado, Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, descreveu o incêndio que destruiu a sede da instituição, durante sua palestra ‘Museu Nacional, memória e pesquisa: situação atual e perspectivas de futuro’, realizada na quinta-feira, 27 de junho, no Núcleo de Estudos Avançados do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). A atividade é promovida pela Diretoria do IOC, com coordenação dos pesquisadores Renato Cordeiro e Maria de Lourdes Aguiar.
“A sala do trono, com seu teto pintado de deuses e deusas simbolizando o amor e a ciência, não existe mais. A sala dos embaixadores, onde o Brasil recepcionava as autoridades estrangeiras, também não existe mais. Diferentes itens da nossa coleção, como o trono de Daomé, da África, e as múmias do Egito, destruídos. Material etnográfico de tribos indígenas extintas – que tinham, talvez, o único testemunho material de sua existência abrigado no Museu Nacional – também destruído. Como é possível isso? Como é possível um país deixar seu patrimônio à própria sorte?”, questionou o diretor.
Alexander Kellner apontou o baixo investimento na área de ciência e tecnologia como pano de fundo da tragédia. Foto: Gutemberg Brito
Fundado por D. João VI, em 1818, o Museu Nacional ocupava o Paço de São Cristóvão desde 1892. Localizado na Quinta da Boa Vista, no bairro de São Cristóvão, região central do Rio de Janeiro, o palácio serviu de residência para a família real desde a chegada da corte portuguesa ao Brasil, em 1808, até a proclamação da república, em 1889. Além de conter a maior parte do acervo de 20 milhões de itens reunido ao longo de dois séculos, o imóvel abrigava as atividades de pesquisa e ensino desenvolvidas pelos professores e estudantes de pós-graduação da instituição, que é vinculada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Segundo Kellner, os riscos de incêndio no local eram conhecidos, embora existissem medidas em curso para enfrentar os problemas. No primeiro semestre de 2018, cinco treinamentos foram realizados pela Defesa Civil, capacitando quase 200 funcionários para a prevenção e combate a incêndios. Em junho do mesmo ano, foi assinado um contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para investimento de R$ 21,7 milhões na revitalização do prédio histórico, acervo e espaços de exposições. O fogo chegou antes do início das obras.
A carência crônica de investimentos foi apontada pelo diretor como o pano de fundo da tragédia. “O grande problema está sempre vinculado aos recursos para a ciência, que são cada vez mais minguantes. Em 2013, minha antecessora conseguiu convencer os deputados federais do Rio de Janeiro a destinar uma emenda parlamentar de R$ 20 milhões para investimentos na infraestrutura física do Museu. Em 2014, esse recurso foi completamente contingenciado pelo governo federal. Todos nós deixamos isso acontecer. É o que temos que aprender nessa situação terrível”, afirmou Kellner.
Um dos paleontólogos mais conhecidos do país, Kellner ingressou no Museu Nacional em 1997 e assumiu a direção em fevereiro de 2018, sete meses antes do incêndio. Com mandato previsto até 2021, ele está à frente dos esforços para reconstruir a mais antiga instituição científica do Brasil. “Podemos reconstruir uma instituição museal que pode servir de referência no nosso país e fora dele, virando a página de uma situação extremamente negativa e de sofrimento”, pontuou, destacando a importância do diálogo com a sociedade para o sucesso do projeto. “O Brasil é uma das maiores economias do mundo. Por que não podemos ter um museu de história natural como os diversos que existem nos países ditos desenvolvidos? Por que só quem tem dinheiro para viajar pode ter acesso a esse tipo de informação?”, ponderou o diretor.
Itens preservados e resgatados dos escombros devem ser expostos em um centro educacional provisório durante o período de reconstrução. Foto: Gutemberg Brito
Entre as verbas já liberadas, o Ministério da Educação (MEC) repassou, no ano passado, R$ 10 milhões para trabalhos emergenciais de escoramento, construção de cobertura, retirada de escombros e resgate do acervo, o que ainda está em andamento. Também foram repassados R$ 5 milhões à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), para desenvolvimento do projeto executivo da obra de reconstrução da sede e do projeto museográfico do novo Museu Nacional.
Este ano, o MEC liberou R$ 908 mil para o desenvolvimento do projeto de restauração da fachada do edifício. Cerca de R$ 3 milhões, do montante de R$ 21 milhões estabelecido no acordo com o BNDES, também foram recebidos. Além disso, há expectativa de liberação próxima de R$ 15 milhões, como primeira parcela da emenda parlamentar de R$ 55 milhões, que foi incluída pela bancada do Rio de Janeiro no orçamento de 2019 do governo federal.
Paralelamente aos trabalhos emergenciais e ao desenvolvimento dos projetos para reconstrução da sede do Museu Nacional, Kellner destacou como prioridade a construção de um centro educacional provisório, que deve ser erguido até o próximo ano. Segundo ele, o imóvel será localizado em um terreno vizinho à Quinta da Boa Vista, que está em processo de doação da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) para a UFRJ.
O espaço deve receber exposições com peças que se salvaram do incêndio, como as coleções de vertebrados, invertebrados e botânica, além de obras da Biblioteca Central do Museu Nacional – itens mantidos no prédio anexo e no espaço chamado de Horto Botânico, que não foram atingidos pelo fogo. Também deverão ser apresentadas peças resgatadas dos escombros, incluindo itens da coleção egípcia e o esqueleto de Luzia, fóssil humano mais antigo encontrado no Brasil. “Recebíamos anualmente cerca de 20 mil alunos de 200 escolas. É importante que as crianças voltem a ter oportunidade de frequentar o Museu Nacional”, enfatizou o diretor.
Considerando que o incêndio destruiu quase por completo o Paço de São Cristóvão, as obras de reconstrução devem manter as características originais do imóvel histórico? Questionado pelo estudante de ensino médio Luiz Felipe Martins Prado, o diretor do Museu Nacional devolveu a pergunta ao auditório. A maior parte da plateia concordou com a restauração, porém Kellner defendeu que o novo prédio deve combinar o resgate de aspectos originais com infraestrutura moderna para exposições.
Importância da cooperação científica e oferta de apoio do IOC ao Museu Nacional foram ressaltados pelo coordenador do Núcleo de Estudos. Foto: Gutemberg Brito“Nossa ideia é não perder a questão histórica. Queremos manter a fachada e acho salutar reconstruir a sala do trono, onde poderemos ter realidade virtual ou encenações. Mas não vamos maravilhar se reconstruirmos o prédio original, porque vai ser fake. Por dentro, deve ser um museu moderno. Por exemeplo, é vantajoso ter uma área com pé direito alto, onde possa ser exposta uma baleia de 10 ou 20 metros de comprimento. Essa é uma visão que tem ressonância até no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)”, disse o diretor, acrescentando ainda que uma área do edifício deve ser mantida com vestígios do incêndio para preservar a memória da tragédia.
A possibilidade de novas medidas de apoio do IOC ao Museu Nacional para manutenção de suas atividades de pesquisa e ensino foi destacada pelo coordenador do Núcleo de Estudos, Renato Cordeiro, e pelo diretor do IOC, José Paulo Gagliardi Leite. “Nossos pesquisadores tiveram a oportunidade de estabelecer produtivas colaborações nas últimas décadas. Laboratórios e programas de pós-graduação do IOC participaram da ajuda inicial ao Museu Nacional após o incêndio e é importante manter a cooperação científica nesse momento”, enfatizou Renato.
“Fizemos imediatamente um grupo de trabalho após o incêndio e os laboratórios e programas de pós-graduação se prontificaram a receber colegas para desenvolvimento de trabalhos nesse período. O Instituto está aberto e, a partir do momento em que haja necessidade, isso será colocado”, apontou José Paulo. O diretor do Museu Nacional ressaltou o apoio recebido do IOC logo após o incêndio. “Esse aspecto da pesquisa é difícil. Recebemos verba da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), que ajuda os pesquisadores a respirarem, mas muitos ainda estão sem ter lugar para trabalhar. O IOC foi uma das primeiras instituições a nos apoiar e, mais uma vez, agradeço”, declarou Kellner.
Considerando os desafios para o futuro do Museu Nacional, o diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC), Paulo Elian, recordou as discussões sobre a vinculação da instituição à UFRJ e a possibilidade de mudança na sua posição no organograma institucional. “Pessoalmente, sou totalmente contrário à saída da universidade, porque essa vinculação tem benefícios. Os estudantes coletam materiais que viram acervo, e as coleções são úteis para a divulgação científica. Precisamos estar mais próximos da reitoria para participar dos processos decisórios da universidade que envolvem o Museu Nacional. Também precisamos pensar em formas de financiamento para não ficarmos tão dependentes dos orçamento da universidade”, ponderou Kellner.
O diretor do Museu Nacional destacou ainda que a Associação de Amigos do Museu Nacional abriu uma conta bancária para receber doações, que têm ajudado no dia-a-dia da instituição. “Os projetos para a reconstrução estão andando, mas nosso dia-a-dia está muito difícil porque perdemos toda nossa estrutura de trabalho. Qualquer quantia é bem-vinda nesse momento”, pontuou o paleontólogo. Informações sobre como ajudar estão disponíveis no site do Museu Nacional.
“Dia 2 de setembro de 2018. Uma das datas em que qualquer pessoa que atua nas áreas cultural e científica lembra onde estava. Vigas de aço pairando pelo ar retorcidas pelo calor; vidros estilhaçados pelas chamas; ferros entrelaçados, resultado de desmoronamento; paredes enegrecidas pela fuligem decorrente da queima da memória de um país”. Emocionado, Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, descreveu o incêndio que destruiu a sede da instituição, durante sua palestra ‘Museu Nacional, memória e pesquisa: situação atual e perspectivas de futuro’, realizada na quinta-feira, 27 de junho, no Núcleo de Estudos Avançados do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). A atividade é promovida pela Diretoria do IOC, com coordenação dos pesquisadores Renato Cordeiro e Maria de Lourdes Aguiar.
“A sala do trono, com seu teto pintado de deuses e deusas simbolizando o amor e a ciência, não existe mais. A sala dos embaixadores, onde o Brasil recepcionava as autoridades estrangeiras, também não existe mais. Diferentes itens da nossa coleção, como o trono de Daomé, da África, e as múmias do Egito, destruídos. Material etnográfico de tribos indígenas extintas – que tinham, talvez, o único testemunho material de sua existência abrigado no Museu Nacional – também destruído. Como é possível isso? Como é possível um país deixar seu patrimônio à própria sorte?”, questionou o diretor.
Alexander Kellner apontou o baixo investimento na área de ciência e tecnologia como pano de fundo da tragédia. Foto: Gutemberg Brito
Fundado por D. João VI, em 1818, o Museu Nacional ocupava o Paço de São Cristóvão desde 1892. Localizado na Quinta da Boa Vista, no bairro de São Cristóvão, região central do Rio de Janeiro, o palácio serviu de residência para a família real desde a chegada da corte portuguesa ao Brasil, em 1808, até a proclamação da república, em 1889. Além de conter a maior parte do acervo de 20 milhões de itens reunido ao longo de dois séculos, o imóvel abrigava as atividades de pesquisa e ensino desenvolvidas pelos professores e estudantes de pós-graduação da instituição, que é vinculada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Segundo Kellner, os riscos de incêndio no local eram conhecidos, embora existissem medidas em curso para enfrentar os problemas. No primeiro semestre de 2018, cinco treinamentos foram realizados pela Defesa Civil, capacitando quase 200 funcionários para a prevenção e combate a incêndios. Em junho do mesmo ano, foi assinado um contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para investimento de R$ 21,7 milhões na revitalização do prédio histórico, acervo e espaços de exposições. O fogo chegou antes do início das obras.
A carência crônica de investimentos foi apontada pelo diretor como o pano de fundo da tragédia. “O grande problema está sempre vinculado aos recursos para a ciência, que são cada vez mais minguantes. Em 2013, minha antecessora conseguiu convencer os deputados federais do Rio de Janeiro a destinar uma emenda parlamentar de R$ 20 milhões para investimentos na infraestrutura física do Museu. Em 2014, esse recurso foi completamente contingenciado pelo governo federal. Todos nós deixamos isso acontecer. É o que temos que aprender nessa situação terrível”, afirmou Kellner.
Um dos paleontólogos mais conhecidos do país, Kellner ingressou no Museu Nacional em 1997 e assumiu a direção em fevereiro de 2018, sete meses antes do incêndio. Com mandato previsto até 2021, ele está à frente dos esforços para reconstruir a mais antiga instituição científica do Brasil. “Podemos reconstruir uma instituição museal que pode servir de referência no nosso país e fora dele, virando a página de uma situação extremamente negativa e de sofrimento”, pontuou, destacando a importância do diálogo com a sociedade para o sucesso do projeto. “O Brasil é uma das maiores economias do mundo. Por que não podemos ter um museu de história natural como os diversos que existem nos países ditos desenvolvidos? Por que só quem tem dinheiro para viajar pode ter acesso a esse tipo de informação?”, ponderou o diretor.
Itens preservados e resgatados dos escombros devem ser expostos em um centro educacional provisório durante o período de reconstrução. Foto: Gutemberg Brito
Entre as verbas já liberadas, o Ministério da Educação (MEC) repassou, no ano passado, R$ 10 milhões para trabalhos emergenciais de escoramento, construção de cobertura, retirada de escombros e resgate do acervo, o que ainda está em andamento. Também foram repassados R$ 5 milhões à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), para desenvolvimento do projeto executivo da obra de reconstrução da sede e do projeto museográfico do novo Museu Nacional.
Este ano, o MEC liberou R$ 908 mil para o desenvolvimento do projeto de restauração da fachada do edifício. Cerca de R$ 3 milhões, do montante de R$ 21 milhões estabelecido no acordo com o BNDES, também foram recebidos. Além disso, há expectativa de liberação próxima de R$ 15 milhões, como primeira parcela da emenda parlamentar de R$ 55 milhões, que foi incluída pela bancada do Rio de Janeiro no orçamento de 2019 do governo federal.
Paralelamente aos trabalhos emergenciais e ao desenvolvimento dos projetos para reconstrução da sede do Museu Nacional, Kellner destacou como prioridade a construção de um centro educacional provisório, que deve ser erguido até o próximo ano. Segundo ele, o imóvel será localizado em um terreno vizinho à Quinta da Boa Vista, que está em processo de doação da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) para a UFRJ.
O espaço deve receber exposições com peças que se salvaram do incêndio, como as coleções de vertebrados, invertebrados e botânica, além de obras da Biblioteca Central do Museu Nacional – itens mantidos no prédio anexo e no espaço chamado de Horto Botânico, que não foram atingidos pelo fogo. Também deverão ser apresentadas peças resgatadas dos escombros, incluindo itens da coleção egípcia e o esqueleto de Luzia, fóssil humano mais antigo encontrado no Brasil. “Recebíamos anualmente cerca de 20 mil alunos de 200 escolas. É importante que as crianças voltem a ter oportunidade de frequentar o Museu Nacional”, enfatizou o diretor.
Considerando que o incêndio destruiu quase por completo o Paço de São Cristóvão, as obras de reconstrução devem manter as características originais do imóvel histórico? Questionado pelo estudante de ensino médio Luiz Felipe Martins Prado, o diretor do Museu Nacional devolveu a pergunta ao auditório. A maior parte da plateia concordou com a restauração, porém Kellner defendeu que o novo prédio deve combinar o resgate de aspectos originais com infraestrutura moderna para exposições.
Importância da cooperação científica e oferta de apoio do IOC ao Museu Nacional foram ressaltados pelo coordenador do Núcleo de Estudos. Foto: Gutemberg Brito“Nossa ideia é não perder a questão histórica. Queremos manter a fachada e acho salutar reconstruir a sala do trono, onde poderemos ter realidade virtual ou encenações. Mas não vamos maravilhar se reconstruirmos o prédio original, porque vai ser fake. Por dentro, deve ser um museu moderno. Por exemeplo, é vantajoso ter uma área com pé direito alto, onde possa ser exposta uma baleia de 10 ou 20 metros de comprimento. Essa é uma visão que tem ressonância até no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)”, disse o diretor, acrescentando ainda que uma área do edifício deve ser mantida com vestígios do incêndio para preservar a memória da tragédia.
A possibilidade de novas medidas de apoio do IOC ao Museu Nacional para manutenção de suas atividades de pesquisa e ensino foi destacada pelo coordenador do Núcleo de Estudos, Renato Cordeiro, e pelo diretor do IOC, José Paulo Gagliardi Leite. “Nossos pesquisadores tiveram a oportunidade de estabelecer produtivas colaborações nas últimas décadas. Laboratórios e programas de pós-graduação do IOC participaram da ajuda inicial ao Museu Nacional após o incêndio e é importante manter a cooperação científica nesse momento”, enfatizou Renato.
“Fizemos imediatamente um grupo de trabalho após o incêndio e os laboratórios e programas de pós-graduação se prontificaram a receber colegas para desenvolvimento de trabalhos nesse período. O Instituto está aberto e, a partir do momento em que haja necessidade, isso será colocado”, apontou José Paulo. O diretor do Museu Nacional ressaltou o apoio recebido do IOC logo após o incêndio. “Esse aspecto da pesquisa é difícil. Recebemos verba da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), que ajuda os pesquisadores a respirarem, mas muitos ainda estão sem ter lugar para trabalhar. O IOC foi uma das primeiras instituições a nos apoiar e, mais uma vez, agradeço”, declarou Kellner.
Considerando os desafios para o futuro do Museu Nacional, o diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC), Paulo Elian, recordou as discussões sobre a vinculação da instituição à UFRJ e a possibilidade de mudança na sua posição no organograma institucional. “Pessoalmente, sou totalmente contrário à saída da universidade, porque essa vinculação tem benefícios. Os estudantes coletam materiais que viram acervo, e as coleções são úteis para a divulgação científica. Precisamos estar mais próximos da reitoria para participar dos processos decisórios da universidade que envolvem o Museu Nacional. Também precisamos pensar em formas de financiamento para não ficarmos tão dependentes dos orçamento da universidade”, ponderou Kellner.
O diretor do Museu Nacional destacou ainda que a Associação de Amigos do Museu Nacional abriu uma conta bancária para receber doações, que têm ajudado no dia-a-dia da instituição. “Os projetos para a reconstrução estão andando, mas nosso dia-a-dia está muito difícil porque perdemos toda nossa estrutura de trabalho. Qualquer quantia é bem-vinda nesse momento”, pontuou o paleontólogo. Informações sobre como ajudar estão disponíveis no site do Museu Nacional.
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)