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Estudo identifica nova variante do coronavírus no país

Análises conduzidas por pesquisadores da Fiocruz mostram que variante, detectada em viajantes que chegaram ao Japão vindos do Brasil, evoluiu de uma linhagem viral que circula no Amazonas
Por Lucas Rocha14/01/2021 - Atualizado em 17/03/2021

Um estudo conduzido por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou uma nova variante do vírus SARS-CoV-2, da linhagem B.1.1.28. A identificação é fruto da análise de amostras de pacientes com sintomas leves, que chegaram a Tóquio vindos do Brasil, com histórico de viagem pelo estado do Amazonas. A variante contém pelo menos três mutações (K417N, E484K e N501Y), que afetam a proteína Spike, associada à entrada do vírus nas células humanas.

Os genomas produzidos pelo Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia), parte da Rede Genômica Fiocruz Para Coronavírus, foram analisados em colaboração com pesquisadores do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), do Laboratório de AIDS e Imunologia Molecular do IOC, do Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco), do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia), da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, do Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Os resultados foram reunidos em um artigo publicado em formato preprint na base de dados Virological [acesse].

 

Pesquisadores realizaram a análise filogenética de 69 sequências da linhagem B.1.1.28, isoladas no estado do Amazonas, juntamente com os genomas disponibilizados pelo Japão. Foto: Josué Damacena/IOC/Fiocruz

Segundo o estudo, a variante presente nas amostras analisadas dos viajantes evoluiu de uma linhagem viral presente no Brasil, que circula no Amazonas. Para chegar ao resultado, os pesquisadores realizaram a análise filogenética de 69 sequências da linhagem B.1.1.28, isoladas no estado, juntamente com os genomas disponibilizados pelo Japão. A investigação apontou a existência de dois clados principais (agrupamentos que incluem um ancestral comum e todos os descendentes), que evoluíram localmente sem apresentar mutações incomuns na proteína Spike, de abril a novembro de 2020.

“Esses achados sustentam que a rápida taxa de mutação identificada na variante B.1.1.28.P1 com as mutações K417N, E484K e N501Y é um fenômeno recente, que provavelmente ocorreu entre as amostras que circulam entre novembro e dezembro de 2020. Com o objetivo de detectar a circulação desta linhagem entre a população do Amazonas e outros estados do país, estamos sequenciando amostras positivas em diferentes localidades para entender a possível dispersão dessa e de outras linhagens”, explicou Paola Resende, pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC.

“A pronta identificação de variantes do novo coronavírus só é possível por meio de uma rotina de sequenciamento genético sistemática. O investimento na vigilância genômica é de extrema importância para que tenhamos dados mais robustos sobre o comportamento do vírus, em nível global, e possamos estar mais bem preparados para o enfrentamento da pandemia em termos de diagnóstico mais precisos e vacinas eficazes”, completou Marilda Siqueira, chefe do Laboratório.

Análises conduzidas por pesquisadores da Fiocruz mostram que variante, detectada em viajantes que chegaram ao Japão vindos do Brasil, evoluiu de uma linhagem viral que circula no Amazonas
Por: 
lucas

Um estudo conduzido por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou uma nova variante do vírus SARS-CoV-2, da linhagem B.1.1.28. A identificação é fruto da análise de amostras de pacientes com sintomas leves, que chegaram a Tóquio vindos do Brasil, com histórico de viagem pelo estado do Amazonas. A variante contém pelo menos três mutações (K417N, E484K e N501Y), que afetam a proteína Spike, associada à entrada do vírus nas células humanas.

Os genomas produzidos pelo Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia), parte da Rede Genômica Fiocruz Para Coronavírus, foram analisados em colaboração com pesquisadores do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), do Laboratório de AIDS e Imunologia Molecular do IOC, do Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco), do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia), da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, do Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Os resultados foram reunidos em um artigo publicado em formato preprint na base de dados Virological [acesse].

 

Pesquisadores realizaram a análise filogenética de 69 sequências da linhagem B.1.1.28, isoladas no estado do Amazonas, juntamente com os genomas disponibilizados pelo Japão. Foto: Josué Damacena/IOC/Fiocruz

Segundo o estudo, a variante presente nas amostras analisadas dos viajantes evoluiu de uma linhagem viral presente no Brasil, que circula no Amazonas. Para chegar ao resultado, os pesquisadores realizaram a análise filogenética de 69 sequências da linhagem B.1.1.28, isoladas no estado, juntamente com os genomas disponibilizados pelo Japão. A investigação apontou a existência de dois clados principais (agrupamentos que incluem um ancestral comum e todos os descendentes), que evoluíram localmente sem apresentar mutações incomuns na proteína Spike, de abril a novembro de 2020.

“Esses achados sustentam que a rápida taxa de mutação identificada na variante B.1.1.28.P1 com as mutações K417N, E484K e N501Y é um fenômeno recente, que provavelmente ocorreu entre as amostras que circulam entre novembro e dezembro de 2020. Com o objetivo de detectar a circulação desta linhagem entre a população do Amazonas e outros estados do país, estamos sequenciando amostras positivas em diferentes localidades para entender a possível dispersão dessa e de outras linhagens”, explicou Paola Resende, pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC.

“A pronta identificação de variantes do novo coronavírus só é possível por meio de uma rotina de sequenciamento genético sistemática. O investimento na vigilância genômica é de extrema importância para que tenhamos dados mais robustos sobre o comportamento do vírus, em nível global, e possamos estar mais bem preparados para o enfrentamento da pandemia em termos de diagnóstico mais precisos e vacinas eficazes”, completou Marilda Siqueira, chefe do Laboratório.

Edição: 
Raquel Aguiar

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)