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Você está aqui: Notícias » Reportagens Especiais » Instituto Oswaldo Cruz: retrospectiva 2021

Instituto Oswaldo Cruz: retrospectiva 2021

Por Vinicius Ferreira17/12/2021 - Atualizado em 01/07/2022

:: Clique aqui ou na imagem e confira todos os destaques de 2021

Tão desafiador quanto 2020, o ano de 2021 foi marcado pela continuidade das ações de enfrentamento à pandemia pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Toda a comunidade científica e acadêmica reafirmou o compromisso institucional com a saúde pública brasileira, em busca de respostas que pudessem contribuir para a mitigação dos efeitos da Covid-19. 

A Pesquisa no IOC protagonizou importante descobertas, como a identificação dos fatores que facilitaram a dispersão do SARS-CoV-2 pelo país, o achado que apontou envelhecimento do sistema imunológico em pacientes com Covid-19 grave e o levantamento sobre o aumento na disseminação de ‘superbactérias’ durante a pandemia.

As evidências sobre a eficácia de diferentes tipos de máscaras para conter a transmissão do novo coronavírus foram reforçadas a partir de inédita pesquisa científica. Especialistas estiveram, ainda, à frente do desenvolvimento de metodologias rápidas e baratas de diagnóstico para detecção do patógeno.

Laboratório do IOC, que integra a rede de vigilância em resistência microbiana coordenada pela Anvisa e pelo Ministério da Saúde, identificou aumento em amostras infectadas por superbactérias durante a pandemia. Foto: Gutemberg Brito (IOC/Fiocruz)

Atentos à saúde e à segurança de todos os profissionais e estudantes da Unidade, e tendo em vista o avanço da imunização no país, o Instituto construiu de forma coletiva um novo plano de ações pensadas para a mitigação dos riscos associados a atividades presenciais, vigilância epidemiológica e prevenção da transmissão. 

A atuação do IOC na pandemia foi coroada no final do ano com o convite para integrar o comitê consultivo técnico da Organização Mundial da Saúde (OMS) para acompanhamento da evolução do coronavírus, sendo a única instituição brasileira do seleto grupo.

Composto por um complexo de laboratórios de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação, serviços de referência para diagnóstico de doenças infecciosas e genéticas e controle de vetores, coleções biológicas e assistência ambulatorial, o IOC também ganhou notoriedade no cenário científico nacional com o desenvolvimento do primeiro teste molecular do país para hanseníase, com estudo inédito sobre o efeito de estímulos imunes na manutenção da função neurocognitiva durante a infecção por malária e no esclarecimento de casos de febre maculosa no Rio de Janeiro.

A vigilância virológica conduzida por pesquisadores da Unidade foi fundamental para detectar o vírus do Nilo Ocidental pela primeira vez em Minas Gerais e confirmar a circulação do patógeno no Piauí e em São Paulo. Já por meio da vigilância ambiental foi possível alertar para o risco de contaminação a partir do consumo de cação no Rio de Janeiro, devido a níveis de mercúrio acima do limite permitido.

O ano também foi bastante promissor para o registro histórico da biodiversidade. Pesquisadores identificaram novas espécies de psicodídeos e borrachudos em território brasileiro e uma nova espécie de triatomíneo, com base em espécime oriundo do Panamá depositado em museu nos Estados Unidos. Em reconhecimento aos anos de trabalho em suas respectivas áreas, cientistas que dedicaram suas carreiras à saúde pública através de pesquisas desenvolvidas no IOC foram homenageados com seus nomes referenciados nas novas espécies.

Visão lateral de nova espécime macho de 'Simulium maiaherzogae'. Foto: Reprodução (IOC/Fiocruz)

E o que falar sobre o destaque de pesquisadores e estudantes do IOC em eventos de Norte a Sul do país? Somente em 2021, foram mais de uma dezena de prêmios e homenagens e diversas conquistas em importantes editais e projetos nacionais e internacionais. O Prêmio Oswaldo Cruz de Teses, oferecido pela Presidência da Fiocruz, reconheceu três teses defendidas no Instituto. Já o jogo digital sobre lavagem de mãos foi premiado em concurso da Rede Brasileira de Estudos Lúdicos. Trabalho sobre doenças hepáticas, complicação neurológica da sepse, parasitose intestinal e doença de Chagas foram premiados em diferentes congressos. Impossível não mencionar o Prêmio ‘Para mulheres na ciência’, promovido pela L’Oreal Brasil, Unesco e Academia Brasileira de Ciências que agraciou uma pós-doutoranda da Unidade.

No campo do Ensino, uma inovação. A tradicional Semana de Pós-graduação, um dos principais momentos de integração e debate para os estudantes, foi realizada através de plataforma gamificada, otimizando toda a dinâmica e atraindo ainda mais a atenção dos praticantes. A iniciativa reuniu as atividades do 13º Fórum de Integração dos Alunos de Pós-graduação, do Prêmio Anual de Teses Alexandre Peixoto e da Jornada Jovens Talentos. Além de promover o debate sobre o ensino no Instituto, as sessões contaram com apresentações de pesquisas de mestrandos e doutorandos e palestras sobre temas de ponta da pesquisa científica.

Ainda no campo do Ensino, uma constante reinvenção. O aprimoramento das disciplinas remotas e a garantia de prorrogação de bolsas foram algumas das conquistas durante a pandemia, ainda que a limitação de atividades presenciais tenha afetado o desenvolvimento de pesquisas relacionadas aos projetos dos estudantes. Por mais um ano, o Instituto se empenhou para garantir a continuidade da formação de recursos humanos de excelência para a ciência e para o Sistema Único de Saúde (SUS), seguindo os protocolos sanitários recomendados pelas autoridades para preservar a saúde e a vida de alunos e docentes.

O aperfeiçoamento das atividades remotas de Ensino para continuidade da formação de mestres e doutores foi foco no Instituto. Foto: Reprodução

Mas o ano de 2021 também foi marcado pela perda de três grandes cientistas, que deixaram um vazio no coração de toda a comunidade do IOC. Em fevereiro, a triste notícia foi referente ao falecimento de Marciano Viana Paes, pesquisador do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas, vítima da Covid-19, aos 50 anos de idade. Marciano era visto pelos colegas como uma pessoa gentil, incentivadora e comprometida com o trabalho.

Pouco tempo depois, em abril, o IOC perdia um de seus membros mais notáveis: o pesquisador José Rodrigues Coura. Considerado referência para gerações de médicos e cientistas, ele foi incansável na pesquisa em campo e em laboratório ao longo de décadas. Um dos nomes mais relevantes da Medicina Tropical no país e ganhador de inúmeros prêmios e reconhecimentos, Coura foi uma das principais personalidades da ciência brasileira contemporânea. 

Em julho, a consternação veio com o falecimento de Juliana de Meis, pesquisadora do Laboratório de Pesquisas sobre o Timo, também vítima da Covid-19, aos 48 anos. Docente dos Programas de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Celular e Molecular e Lato sensu em Ensino em Biociências e Saúde do IOC, Juliana ajudou a formar mais de uma dezena de mestres e doutores.

Marciano, Coura e Juliana: saudades eternas

Clique aqui e acesse o especial 'Retrospectiva 2021'.

Por: 
viniciusferreira

:: Clique aqui ou na imagem e confira todos os destaques de 2021

Tão desafiador quanto 2020, o ano de 2021 foi marcado pela continuidade das ações de enfrentamento à pandemia pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Toda a comunidade científica e acadêmica reafirmou o compromisso institucional com a saúde pública brasileira, em busca de respostas que pudessem contribuir para a mitigação dos efeitos da Covid-19. 

A Pesquisa no IOC protagonizou importante descobertas, como a identificação dos fatores que facilitaram a dispersão do SARS-CoV-2 pelo país, o achado que apontou envelhecimento do sistema imunológico em pacientes com Covid-19 grave e o levantamento sobre o aumento na disseminação de ‘superbactérias’ durante a pandemia.

As evidências sobre a eficácia de diferentes tipos de máscaras para conter a transmissão do novo coronavírus foram reforçadas a partir de inédita pesquisa científica. Especialistas estiveram, ainda, à frente do desenvolvimento de metodologias rápidas e baratas de diagnóstico para detecção do patógeno.

Laboratório do IOC, que integra a rede de vigilância em resistência microbiana coordenada pela Anvisa e pelo Ministério da Saúde, identificou aumento em amostras infectadas por superbactérias durante a pandemia. Foto: Gutemberg Brito (IOC/Fiocruz)

Atentos à saúde e à segurança de todos os profissionais e estudantes da Unidade, e tendo em vista o avanço da imunização no país, o Instituto construiu de forma coletiva um novo plano de ações pensadas para a mitigação dos riscos associados a atividades presenciais, vigilância epidemiológica e prevenção da transmissão. 

A atuação do IOC na pandemia foi coroada no final do ano com o convite para integrar o comitê consultivo técnico da Organização Mundial da Saúde (OMS) para acompanhamento da evolução do coronavírus, sendo a única instituição brasileira do seleto grupo.

Composto por um complexo de laboratórios de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação, serviços de referência para diagnóstico de doenças infecciosas e genéticas e controle de vetores, coleções biológicas e assistência ambulatorial, o IOC também ganhou notoriedade no cenário científico nacional com o desenvolvimento do primeiro teste molecular do país para hanseníase, com estudo inédito sobre o efeito de estímulos imunes na manutenção da função neurocognitiva durante a infecção por malária e no esclarecimento de casos de febre maculosa no Rio de Janeiro.

A vigilância virológica conduzida por pesquisadores da Unidade foi fundamental para detectar o vírus do Nilo Ocidental pela primeira vez em Minas Gerais e confirmar a circulação do patógeno no Piauí e em São Paulo. Já por meio da vigilância ambiental foi possível alertar para o risco de contaminação a partir do consumo de cação no Rio de Janeiro, devido a níveis de mercúrio acima do limite permitido.

O ano também foi bastante promissor para o registro histórico da biodiversidade. Pesquisadores identificaram novas espécies de psicodídeos e borrachudos em território brasileiro e uma nova espécie de triatomíneo, com base em espécime oriundo do Panamá depositado em museu nos Estados Unidos. Em reconhecimento aos anos de trabalho em suas respectivas áreas, cientistas que dedicaram suas carreiras à saúde pública através de pesquisas desenvolvidas no IOC foram homenageados com seus nomes referenciados nas novas espécies.

Visão lateral de nova espécime macho de 'Simulium maiaherzogae'. Foto: Reprodução (IOC/Fiocruz)

E o que falar sobre o destaque de pesquisadores e estudantes do IOC em eventos de Norte a Sul do país? Somente em 2021, foram mais de uma dezena de prêmios e homenagens e diversas conquistas em importantes editais e projetos nacionais e internacionais. O Prêmio Oswaldo Cruz de Teses, oferecido pela Presidência da Fiocruz, reconheceu três teses defendidas no Instituto. Já o jogo digital sobre lavagem de mãos foi premiado em concurso da Rede Brasileira de Estudos Lúdicos. Trabalho sobre doenças hepáticas, complicação neurológica da sepse, parasitose intestinal e doença de Chagas foram premiados em diferentes congressos. Impossível não mencionar o Prêmio ‘Para mulheres na ciência’, promovido pela L’Oreal Brasil, Unesco e Academia Brasileira de Ciências que agraciou uma pós-doutoranda da Unidade.

No campo do Ensino, uma inovação. A tradicional Semana de Pós-graduação, um dos principais momentos de integração e debate para os estudantes, foi realizada através de plataforma gamificada, otimizando toda a dinâmica e atraindo ainda mais a atenção dos praticantes. A iniciativa reuniu as atividades do 13º Fórum de Integração dos Alunos de Pós-graduação, do Prêmio Anual de Teses Alexandre Peixoto e da Jornada Jovens Talentos. Além de promover o debate sobre o ensino no Instituto, as sessões contaram com apresentações de pesquisas de mestrandos e doutorandos e palestras sobre temas de ponta da pesquisa científica.

Ainda no campo do Ensino, uma constante reinvenção. O aprimoramento das disciplinas remotas e a garantia de prorrogação de bolsas foram algumas das conquistas durante a pandemia, ainda que a limitação de atividades presenciais tenha afetado o desenvolvimento de pesquisas relacionadas aos projetos dos estudantes. Por mais um ano, o Instituto se empenhou para garantir a continuidade da formação de recursos humanos de excelência para a ciência e para o Sistema Único de Saúde (SUS), seguindo os protocolos sanitários recomendados pelas autoridades para preservar a saúde e a vida de alunos e docentes.

O aperfeiçoamento das atividades remotas de Ensino para continuidade da formação de mestres e doutores foi foco no Instituto. Foto: Reprodução

Mas o ano de 2021 também foi marcado pela perda de três grandes cientistas, que deixaram um vazio no coração de toda a comunidade do IOC. Em fevereiro, a triste notícia foi referente ao falecimento de Marciano Viana Paes, pesquisador do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas, vítima da Covid-19, aos 50 anos de idade. Marciano era visto pelos colegas como uma pessoa gentil, incentivadora e comprometida com o trabalho.

Pouco tempo depois, em abril, o IOC perdia um de seus membros mais notáveis: o pesquisador José Rodrigues Coura. Considerado referência para gerações de médicos e cientistas, ele foi incansável na pesquisa em campo e em laboratório ao longo de décadas. Um dos nomes mais relevantes da Medicina Tropical no país e ganhador de inúmeros prêmios e reconhecimentos, Coura foi uma das principais personalidades da ciência brasileira contemporânea. 

Em julho, a consternação veio com o falecimento de Juliana de Meis, pesquisadora do Laboratório de Pesquisas sobre o Timo, também vítima da Covid-19, aos 48 anos. Docente dos Programas de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Celular e Molecular e Lato sensu em Ensino em Biociências e Saúde do IOC, Juliana ajudou a formar mais de uma dezena de mestres e doutores.

Marciano, Coura e Juliana: saudades eternas

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Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)